segunda-feira, 29 de junho de 2009

A Era do Gelo 3


Mais um capítulo decente e respeitável dessa série de sucesso dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha. Saldanha co-dirigiu o primeiro A Era do Gelo, depois dirigiu um curta de animação que foi indicado ao Oscar e daí virou diretor principal nos últimos dois A Era do Gelo. Ele trabalha atualmente numa animação entitulada Rio, sobre um garotinho do Minnesota que embarca numa aventura no Rio de Janeiro (um pouco de medo...).

A Era do Gelo 3 é tão bom quanto os outros (lembrando que este pode ser visto em 3D, o que dá uma melhorada na experiência). Não sou nenhum fã da série, mas acho ela acima da média pois o senso de humor é sofisticado - bem melhor que os filmes do Shrek, por exemplo, que se baseiam em referências culturais soltas e piadas de banheiro. Mas não chega ao nível de excelência dos melhores desenhos da Pixar. É um pouco polido demais, certinho, com medo de ir muito longe nas idéias, de esticar as emoções. Todos os clássicos infantis são radicalmente dramáticos, violentos, e muitas vezes até profundos. Pegue Bambi, Dumbo, O Rei Leão... É coisa barra pesada mesmo. Fico me perguntando o que mudou no mundo que o entretenimento de adulto é pesado e sombrio (O Cavaleiro das Trevas, O Exterminador do Futuro 4), enquanto os filmes infantis ficaram mais tímidos e apáticos...

Ice Age: Dawn of the Dinosaurs (EUA, 2009, Carlos Saldanha)

INDICADO PARA: Crianças e adultos em geral.

NOTA: 6.5

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Trama Internacional


O filme é claramente inspirados em thrillers dos anos 50 e 60, principalmente nos filmes de Hitchcock como Intriga Internacional (North by Northwest, de 1959). Vemos isso no estilo, na escolha dos protagonistas, no desenvolvimento do roteiro, temos cenas de ação em pontos turísticos, McGuffin, etc. No entanto há uma enorme diferença entre Trama Internacional e o que seria uma atualização de Intriga Internacional. Os filmes de Hitchcock, apesar de terem esses mesmos elementos, eram antes de tudo entretenimento. Você ria o tempo todo. Os filmes dele não eram "sérios", violentos... Ele era um Spielberg que fazia suspenses. Outra diferença grande está nos personagens. Mesmo em aventuras leves como Intriga, os personagens eram o centro. Você gostava deles, tinha a sensação de conhecê-los de verdade. Aqui eles são instrumentos do enredo, vemos eles de fora.

Dito isso, este é um suspense de primeira linha, interessante do começo ao fim, com algumas cenas memoráveis (a mais brilhante sem dúvida é a do Museu Guggenheim). O grande mérito na verdade é o visual (a combinação de fotografia com direção de câmera, desing de produção, etc). Não é todo dia que se vê uma imagem tão milimetricamente calculada, tão precisa, tão prática e ao mesmo tempo bonita de se ver (o engraçado é que já se percebe isso antes do filme começar, no logo da Columbia). Cinema é imagem e som. Capriche nessa parte e você já andou metade do caminho.

Montei essas comparações pra ilustrar meu argumento:




The International (EUA, ALE, RU / 2009 / Tom Tykwer)

INDICADO PARA: Quem gostou de "A Identidade Bourne", "Cassino Royale", etc.

NOTA: 7.0

domingo, 21 de junho de 2009

LASERMANIA EXIBE "BOTTLE SHOCK"


A Lasermania apresenta "Bottle Shock" em sessão gratuita na próxima terça feira, 23 de Junho, às 20h30, com apresentação do enófilo Ricardo Bohn Gonçalves, especialmente convidado para participar de um bate-papo com a platéia após a apresentação.

"Bottle Shock" é um filme que mostra os primeiros tempos da produção de vinho em Nappa Valley, Califórnia, na década de 70. Na competição internacional de melhor vinho em 1976, em Paris, a vitória foi da vinícola californiana Chateau Montelena, o que colocou a região no mapa dos melhores produtores do planeta. Conhecida como "Julgamento de Paris", esta degustação se tornou antológica e foi um grande marco na produção mundial de vinho.

O home theater da Lasermania tem espaço limitado para somente 32 pessoas, por isso é necessário fazer reserva pelo telefone (11) 3167 0196.

Bottle Shock (EUA, 2008, Randall Miller)
Com: Alan Rickman, Bill Pullman, Chris Pine
Duração: 109 minutos
Legendas em Inglês e Espanhol

Lasermania
Rua Pedroso Alvarenga, 1293 - Itaim Bibi
www.lasermania.com.br

Loose Change: Final Cut

Vi na internet esse documentário chocante sobre os atentados de 11 de Setembro. Não sou do tipo que gosta de teorias da conspiração e vai atrás dessas coisas, mas achei o filme fascinante e terminei ele convencido de que não sabemos a verdade sobre essa história. São tantas perguntas, tantos buracos, alguns até óbvios demais. Fiquei perturbado com o fato disso não estar sendo mais discutido... Será que daqui a 30 anos isso será visto como uma espécie de holocausto? Uma mancha na história da humanidade? Onde estão os destroços do avião que caiu no Pentágono? E os vídeos do impacto? Ninguém nunca VIU de fato esse acidente, apesar do Pentágono ser um dos prédios mais vigiados do mundo, cercado de câmeras por todos os lados. Por que as torres gêmeas desabaram daquela forma? E o 3º prédio, que não foi atingido por nada, mas caiu de uma hora pra outra como numa implosão controlada? É simplesmente um absurdo que a gente não saiba dessas coisas. As pessoas tendem a aceitar, pois parece muito radical a hipótese de alguém ter planejado tudo. Mas foi tudo tão espetacular, tão cinematográfico, que parece até "bem escrito" demais pra ser real. A vida nunca é um filme do Jerry Bruckheimer.

Dia 22 de Setembro, uma nova versão desse documentário chamada "Loose Change 9/11: An American Coup", aparentemente mais bem produzida, estréia nos cinemas do EUA. 

Loose Change: Second Edition (EUA, 2006, Dylan Avery)

NOTA: 8.5

Intrigas de Estado


Pelo trailer me parecia um thriller chato e sem personalidade, assim como "Rede de Mentiras", "O Reino" e tantos outros que saíram nos últimos anos (começando pelo título que é inexpressivo e parece qualquer outra coisa que vc já viu). Fui ver porque li uma crítica positiva do Mick LaSalle (do San Francisco Chronicle), que costuma acertar.

A história se passa num jonal de Washington, onde um repórter experiente (Russell Crowe, junto com uma blogueira ambiciosa) se envolve na investigação de 2 assassinatos e na morte da amante de um amigo seu de faculdade - agora um congressista em ascenção (Ben Affleck). O filme foi adaptado de uma série de TV inglesa, portanto a ação está condensada, resultando num filme compacto e cheio de reviravoltas. Não é nada pra Oscar, mas é um filme prazeroso de se ver, sempre intrigante e com algumas cenas de suspense bem eficientes. Até Russell Crowe que eu não costumo gostar está agradável.

State of Play (EUA/RU/FRA, 2009, Kevin Macdonald)

INDICADO PARA: Quem gostou de "Todos os Homens do Presidente" e filmes do gênero.

NOTA: 7.0

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A Mulher Invisível


Assim como a de baixo, esta é outra comédia romântica pré-fabricada, previsível, com mulheres que não podem ser vistas. O diferencial é que esta é brasileira! Veja só... 10 anos atrás eu não me imaginaria reclamado de filmes brasileiros por serem comerciais demais, por explorarem todos os clichês do gênero. O elenco é o que funciona melhor. Selton, Luana, Vladimir, Fernanda... Estão todos no lugar certo. A história por outro lado é mal desenvolvida (às vezes pretensiosa, exagerando no final, fazendo referências a filmes muito melhores que este) e parte de uma premissa já meio fracassada - sabemos o tempo todo que a mulher invisível só existe na cabeça do Selton Mello, e filmes sobre alucinações são sempre chatos.

Enfim, o filme é tão fraco quanto qualquer coisa que a Kate Hudson fez nos últimos anos. Mas acho legal que o Brasil tenha aprendido a produzir filmes dentro dessa gramática. Agora nós podemos fazer nossas próprias comédias românticas americanas vagabundas!

A Mulher Invisível (BRA, 2009, Cláudio Torres)

INDICADO PARA: Quem gostou de "O Amor É Cego", "E Se Fosse Verdade...".

NOTA: 4.5

Minhas Adoráveis Ex-Namoradas


Uma comédia romântica tão comum e dentro da linha que fica difícil até de comentar. Não há nada de muito especial, nem nada de muito ruim. Pelo menos não é um filme vergonhoso como a maioria do gênero; dá pra assistir sem incômodos. A história é inspirada em "Um Conto de Natal" de Charles Dickens: Matthew McConaughey faz um mulherengo (ele já interpretou outro papel?) que às vesperas do casamento do irmão é visitado por fantasmas de ex-namoradas que pretendem lhe dar uma lição.

Em inglês existe um termo chamado "typecasting", que é quando um produtor contrata um ator que já é fortemente identificado com um tipo de personagem (o caso do Matthew). É uma ferramenta útil em alguns casos, principalmente em comerciais, onde só há alguns segundos pra se contar uma história. Em longas isso às vezes me passa a impressão de preguiça artística. De alguém que não quer pensar muito a respeito do que está fazendo; que não quer correr riscos. O problema é que o filme pode ficar desinteressante demais (David Lean dizia o contrário: "Sempre escale CONTRA o personagem, e não será chato!"). E aqui parece que o typecasting foi aplicado a tudo - à fotografia, à trilha sonora, ao roteiro... É tudo muito adequado e previsível, parece que o filme foi feito por um comitê. Mas pelo menos tem certa elegância e não constrange.

Ghosts of Girlfriends Past (EUA, 2009, Mark Waters)

INDICADO PARA: Quem gostou de "Como Perder um Homem em 10 Dias" ou "Do Que as Mulheres Gostam".

NOTA: 5.5

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A Festa da Menina Morta


Todo filme traz uma lição nova ou reforça uma antiga. A que tirei deste foi da importância da imprevisibilidade, de evitar os clichês. Um filme é quase sempre interessante quando você não sabe pra onde ele está indo - e quase sempre chato quando você pode imaginar como será final, mesmo que no fim você esteja errado! O ritmo de um filme não tem nada a ver com a velocidade dos acontecimentos físicos, e sim com o ritmo das idéias apresentadas (e a qualidade delas, é claro). É por isso que um filme como "Velozes e Furiosos 4" pode te fazer dormir na poltrona, enquanto um filme "parado" como este te deixa com os olhos arregalados do começo ao fim.

O lado ruim: não gosto muito desses filmes de "vanguarda" que tentam chocar a platéia com cenas de nudez, incesto, etc. Parece coisa de cineasta novato que não sabe que nos anos 60 e 70 já tinha gente fazendo coisa muito pior. Ou seja, apesar de ser divertido ver uma galinha sendo decapitada em close, isso não me impressiona. O que importa é o conteúdo, a técnica... E nesse ponto o máximo que posso dizer é que o filme é autêntico, uma expressão artística verdadeira - mas cheia de autocomplacência e um pouco fechada demais pra gerar admiração.

A Festa da Menina Morta (BRA, 2008, Matheus Nachtergaele)

INDICADO PARA: Quem gosta de filmes de arte fortes, não convencionais. Bressane, Sokurov, Fassbinder, coisas do tipo.

NOTA: 6.5

terça-feira, 9 de junho de 2009

O Exterminador do Futuro: A Salvação


Erro #1: Sem James Cameron, é impossível fazer algo à altura dos 2 primeiros.
Erro #2: Sem Schwarzenegger, não há "Terminator". Seria como fazer um novo "Esqueceram de Mim" sem o Macaulay Culkin. Ah... Já fizeram isso.
Erro #3: O filme se passa todo numa guerra no futuro e os personagens são soldados e robôs. Os 2 filmes do Cameron se passavam no presente em ambientes urbanos, e os personagens eram pessoas comuns - até que chegavam os exterminadores. Como dizia Hitchcock, é a justaposição da realidade com a fantasia que cria a fantasia.
Erro #4: Não há humor.

Apesar da alta qualidade técnica (não é uma produção tosca como "Wolverine"), "Salvação" é um filme deprimente que só pode ser considerado uma sequência de "O Exterminador do Futuro" assim como "Hannibal - A Origem do Mal" é considerado uma sequência de "O Silêncio dos Inocentes". É o que se pode esperar de um cineasta chamado "McG" (responsável pelos dois "As Panteras").

Terminator Salvation (EUA, 2009, McG)

INDICADO PARA: Apenas adolescentes, fanáticos pela série ou por efeitos especiais.

NOTA: 4.0