quarta-feira, 30 de junho de 2010

A Saga Crepúsculo: Eclipse


Fiquei um pouco aliviado com o fato de Eclipse ser fraco, pois é do mesmo diretor de Menina Má.com - filme que eu considero um dos piores de todos os tempos. Ou seja, se Eclipse fosse ótimo, eu teria que lidar com a idéia de que por trás de Menina Má.com havia uma mente pensante. Mas não...

Vamos tentar esquecer que o filme é completamente amador, os diálogos são trash, os efeitos especiais são toscos, etc. Porque quando você entra na sala pra ver um filme como este, o que você quer ver? Romance, pessoas bonitas... O terrível sofrimento de uma menina que tem que escolher entre os 2 garotos mais cobiçados do mundo pra perder a virgindade. Mas julgando o filme APENAS nesses termos, ainda assim ele é decepcionante. Primeiro porque os atores estão feios - 80% do filme são conversas entre Bella, Edward e Jacob, e elas são filmadas em closes extremos de seus rostos. Será que há beleza que aguente uma lente dessas escancarando os seus poros numa tela gigante de cinema? Edward parece doente na maior parte do tempo... Bella fica no máximo normal... Jacob tem a textura de uma boneca Barbie derretida (estão usando algum "blur" nos atores pra esconder não sei o que... talvez seja medo das TVs de alta definição). Além disso os atores estão mal dirigidos (pra quem é leigo, isso pode ser percebido toda vez que um ator fica parecendo um otário ao dizer uma frase ou ter alguma reação). E além de tudo o triângulo amoroso não é dos mais envolventes, porque é óbvio desde o começo que o lobisomem é a melhor opção (pra ficar com o vampiro não só ela precisa morrer, como terá que passar a eternidade com um cara chatíssimo!). Isso é problema de roteiro (pra quem é leigo, isso pode ser percebido toda vez que você vai ao cinema e quando o filme acaba não aconteceu nada).

The Twilight Saga: Eclipse (EUA, 2010, David Slade)

Orçamento: ?
Bilheteria atual: estreou ontem e quebrou o recorde de maior estréia à meia-noite - US$ 30 milhões - o recordista anterior era Lua Nova.

Nota do IMDb (público): 3.2

Nota do Metacritic (crítica): 5.8


INDICADO PARA: Teen girls e interessados no mundo pop. AMIGOS: Felipe E, Henry, Rodrigo M.

NOTA: 5.5

terça-feira, 29 de junho de 2010

Os melhores filmes românticos

(sem ordem de preferência)

              
A Primeira Noite de um Homem (The Graduate, 1967)
Projeta uma visão cínica e ambígua do amor, mas com um roteiro inteligente, brilhantemente dirigido por Mike Nichols (Closer - Perto Demais), e tem a trilha sonora antológica de Simon and Garfunkel.




Tarde Demais para Esquecer (An Affair to Remember, 1957)
Segunda de três versões feitas para o cinema da história do homem e da mulher que se apaixonam num cruzeiro e marcam um encontro no topo do Empire State Building (onde a história dá uma reviravolta famosa). Um conto maravilhoso que jamais poderia acontecer agora que inventaram o celular.




A Filha de Ryan (Ryan's Daughter, 1970)
Super produção menos conhecida de David Lean (Lawrence da Arábia, Doutor Jivago), que é uma história agridoce sobre infidelidade, mas cujo tom negativo acaba sendo compensado pelo espetáculo de cinema e fotografia que só Lean sabe proporcionar.





Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, 1977)
Estava na lista das comédias e reaparece aqui Annie Hall, que não é exatamente um filme romântico, mas um filme sobre frustrações e desencontros amorosos (a maioria dos filmes dessa lista se você for ver são pessimistas - não é nenhuma preferência minha por histórias desse tipo; é que infelizmente é mais raro encontrar filmes otimistas que sejam igualmente inteligentes e artísticos). É também um catálogo de frases engraçadas de Woody Allen. Oscar de Melhor Filme.




O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain, 2005)
O fato de ser o único blockbuster gay do cinema torna ainda mais preciosa essa história de amor inesperadamente universal, incrivelmente bem atuada e dirigida por Ang Lee, que tem o poder de comover não apenas gays, mas pessoas de todas as orientações sexuais.





E o Vento Levou... (Gone With the Wind..., 1939)
São tantos filmes em 1 só que a parte romântica parece pequena perto de tudo. É uma trama complexa e bem arquitetada sobre o impacto da Guerra Civil no Sul, ainda assim Clark Gable e Vivien Leigh têm tempo de protagonizar um dos romances mais intensos e tempestuosos do cinema (o "Tema de Tara" é instantaneamente associado a romance e virou até o tema de Dona Florinda e Professor Girafales em Chaves). Ainda mantém o recorde de maior bilheteria de todos os tempos (ajustando a inflação). Oscar de Melhor Filme.





Amor Sublime Amor (West Side Story, 1961)
Versão modernizada de Romeu e Julieta, que é menos fascinante pelo romance do que pela música de Leonard Bernstein, a coreografia de Jerome Robbins, e a direção de Robert Wise. Oscar de Melhor Filme.






Doutor Jivago (Doctor Zhivago, 1965)
Teria levado o Oscar de melhor filme se não fosse por A Noviça Rebelde que saiu no mesmo ano. É uma história de amor que encantou várias gerações. Quantos casais nos anos 60/70 não deram o nome da filha de Lara ou Larissa por causa desse filme - algo ainda mais fascinante quando você lembra que Lara era a "outra" na relação.




Casablanca (1942)
Cidadão Kane pode ser o filme favorito da crítica, mas Casablanca talvez seja o mais querido dos clássicos desta era de ouro de Hollywood. Uma combinação perfeita de história, grandes diálogos, personagens icônicos, marcada também pela canção As Time Goes By que ouvimos até hoje nas vinhetas da Warner.






Titanic (1997)
Brilhante como narrativa, entretenimento e espetáculo visual. Acho que não tivemos um fenômeno parecido desde então - mesmo com Avatar superando sua bilheteria. Todo mundo já viu pelo menos 10 vezes então dispensa maiores comentários.





OUTROS ÓTIMOS ROMANCES:

- Aconteceu Naquela Noite (It Happened One Night, 1934)
- A Dama das Camélias (Camille, 1936)
- O Morro dos Ventos Uivantes (Wuthering Heights, 1939)
- Núpcias de Escândalo (The Philadelphia Story, 1940)
- Desencanto (Brief Encounter, 1945)
- A Princesa e o Plebeu (Roman Holiday, 1953)
- Confidências à Meia-Noite (Pillow Talk, 1959)
- Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's, 1961)
- Nosso Amor de Ontem (The Way We Were, 1973)
- Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, 1977)
- Manhattan (1979)
- A Mulher do Lado (La Femme d'à Côté, 1981)
- Entre Dois Amores (Out of Africa, 1985)
- A Garota de Rosa Shocking (Pretty in Pink, 1986)
- Dirty Dancing: Ritmo Quente (Dirty Dancing, 1987)
- Harry e Sally - Feitos Um para o Outro (When Harry Met Sally..., 1989)
- Ghost - Do Outro Lado da Vida (Ghost, 1990)
- Uma Linda Mulher (Pretty Woman, 1990)
- Sintonia de Amor (Sleepless in Seattle, 1993)
- As Pontes de Madison (The Bridges of Madison County, 1995)
- Antes do Amanhecer (Before Sunrise, 1995)
- Jerry Maguire: A Grande Virada (Jerry Maguire, 1996)
- Melhor É Impossível (As Good as It Gets, 1997)
- O Casamento do Meu Melhor Amigo (My Best Friend's Wedding, 1997)
- Mensagem para Você (You've Got Mail, 1998)
- Shakespeare Apaixonado (Shakespeare in Love, 1998)
- Um Lugar Chamado Notting Hill (Notting Hill, 1999)

PÓS ANO 2000:

- Longe do Paraíso (Far from Heaven, 2002)
- Encontros e Desencontros (Lost in Translation, 2003)
- Alguém Tem que Ceder (Something's Gotta Give, 2003)
- Antes do Pôr do Sol (Before Sunset, 2004)
- Diário de uma Paixão (The Notebook, 2004)
- Closer: Perto Demais (Closer, 2004)
- Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice, 2005)
- (500) Dias com Ela (500 Days of Summer, 2009)
- Ele Não Está Tão a Fim de Você (He's Just Not That Into You, 2009)
- Jane Eyre (2011)
- O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook, 2012)
- Antes da Meia-Noite (Before Midnight, 2013)
- Ela (Her, 2013)
- Nasce Uma Estrela (A Star Is Born, 2018)
- Com Amor, Simon (Love, Simon, 2018)

CONFIRA OUTRAS LISTAS:

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segunda-feira, 28 de junho de 2010

A Jovem Rainha Vitória


Um filme tão desintegrado e bagunçado que não vale a pena nem começar a consertar com palavras. É o que você tem quando entrega um romance de época (típico dos EUA e do Reino Unido) nas mãos de um diretor estrangeiro com uma sensibilidade pra temas mais naturalistas e cotidianos. Se o roteiro fosse brilhante, um diretor inadequado teria pouco espaço pra errar (ou seus erros seriam compensados pela força da história). Mas o roteiro é fraco, sem conflitos, a história não é objetiva, o romance não tem força, não há caracterização... O estranho é que tanto o diretor quanto a roteirista têm ótimos trabalhos no currículo (Jean Marc-Vallée que dirigiu o incrível C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor, e Julian Fellowes, que venceu o Oscar pelo roteiro de Assassinato em Gosford Park). Mas aqui ambos parecem estar fora da zona de conforto (observe a fotografia, a trilha sonora, a edição - às vezes parecem ganhar vida própria e ter atitudes completamente equivocadas e que não pertencem ao universo estético deste filme). Outro erro grave foi a escolha de Emily Blunt para o papel principal. Não só ela está feia demais pro tipo de personagem (me lembra uma das irmãs más de Cinderella) como não é atriz o bastante pra convencer como rainha - mesmo uma jovem. Acaba transmitindo fraqueza, normalidade, submissão, ao invés de elegância, força, coragem... Saudades de Cate Blanchett e Keira Knightley.

Vencedor do Oscar de Melhor Figurino. Indicado a Melhor Direção de Arte e Melhor Maquiagem.

The Young Victoria (ING/EUA, 2009, Jean-Marc Vallée)

Orçamento: US$ 35 milhões
Bilheteria: US$ 27 milhões
Nota do IMDb (público): 7.2
Nota do Metacritic (crítica): 6.4

INDICADO PARA: Quem gostou dos superiores A Duquesa; Elizabeth: A Era de Ouro. AMIGOS: Nenhum.

NOTA: 4.0

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Kick Ass - Quebrando Tudo


Virou uma espécie de cult nos EUA essa adaptação dos quadrinhos sobre adolescentes absolutamente comuns que decidem virar super-heróis na vida real - usando fantasias, armas e tudo mais. O filme começa muito bem, com uma linguagem pop simpática, personagens gostáveis, mas vai se transformando em uma das coisas mais doentias eu vi nos últimos tempos. As contradições que eu apontei em Toy Story 3 parecem discretas perto violência grotesca e da má intenção explícita desse filme.

Mesmo do ponto de partida o filme já tem problemas. Ele começa como uma dessas comédias sobre garotos nerds, usando o tema de super-heróis mais pra tirar um sarro deles (de uma maneira inofensiva, no estilo Superbad e Napoleon Dynamite). A diferença é que um dos personagens (a única menina) realmente é uma super-heroína! Ela é capaz de saltar entre prédios, assassinar dezenas de homens sozinha, andar pelas paredes... Neste ponto o filme deixa de ser Superbad e passa a ser Hancock, um filme de super-heróis de verdade mas que não se leva muito a sério (quase que uma auto-paródia). Mas os problemas começam quando entra a violência no jogo e, de Hancock, o filme passa a querer ser Kill Bill, indo para Jogos Mortais, O Albergue, chegando finalmente a Faces da Morte.

Enquanto a primeira mistura de conceitos (nerds + humor + super-heróis) revela apenas uma pequena covardia da parte dos autores (que queriam de fato fazer um filme de super-heróis, só não tinham coragem de admitir isso e ir até o fim), a segunda (crianças + humor + terrorismo) demonstra confusão moral e sadismo. Não se trata da violência divertida e estilizada de Tarantino. É uma coisa meio repulsiva e sem graça; ter ao mesmo tempo a capacidade de retratar inocência e a maldade para destroçá-la na sua frente. Pra vocês entenderem do que eu estou falando, seria a mesma coisa que inserir uma cena de estupro grupal no meio de Friends.

Juro que não estou de má vontade, geralmente adoro choque e humor negro; mas isso é diferente. Tem alguma doença na cultura pop americana atualmente; assista Kick-Ass e veja o raio-X completo.

Kick-Ass (EUA/ING, 2010, Matthew Vaughn)

Orçamento: US$ 30 milhões
Bilheteria atual: US$ 95 milhões
Nota do IMDb (público): 8.2 (#156 no Top 250)
Nota do Metacritic (crítica): 6.6

INDICADO PARA: Criancinhas más.

NOTA: 5.0

domingo, 20 de junho de 2010

Toy Story 3

Após um começo promissor que me deixou preparado pra uma experiência emocional intensa (logo de cara já surgem sensações de abandono, fim da infância, despedida), fui me desencantando pouco a pouco com o filme e sua visão perversa do mundo e das pessoas. Esteticamente o filme é impecável (dá pra dizer que a Pixar é o melhor "cineasta" dessa geração), mas algo mudou no espírito da série nesse terceiro episódio. Esses últimos filmes da Pixar me fazem sempre lembrar de E.T. - O Extraterrestre, talvez pela combinação exótica de fantasia infantil com emoções complexas da vida adulta. Mas quando eu me lembro de E.T., eu lembro de bicicletas voadoras, de dedos mágicos que curam, de florestas misteriosas... Mesmo com o final trágico, a tristeza que se sente quando E.T. vai embora só existe como uma resposta proporcional à alegria que ele (a criatura e, ao mesmo tempo, o filme) nos proporcionou. Este Toy Story, por outro lado, só quer saber do lado negativo da aventura. Ele pertence à categoria de filmes como Alice no País das Maravilhas (de Tim Burton) e Coraline. A história mostra brinquedos velhos e abandonados cujo único sonho é que seu dono, já adolescente, volte a brincar com eles (num filme saudável, os brinquedos conseguiriam isto e muito mais até o final da projeção). Eles estão prestes a serem entulhados no sótão de casa quando acidentalmente são enviados para uma creche, de onde tentarão escapar o filme todo, trombando com torturadores e personagens dos mais corruptos possíveis, rezando para voltarem inteiros para o sótão onde poderão viver em paz no esquecimento - uma opção que a essa altura já soa como um presente divino.

No clímax do filme, os personagens se preparam para serem incinerados vivos, dando as mãos em silêncio, aceitando a morte certa que está por vir. Para respeitar uma cena como essa (e talvez até se comover), o espectador precisa compartilhar da idéia do filme de que o universo é um lugar maligno, que o ser humano é uma criatura impotente, condenada ao sofrimento, guiadas por forças que estão além de seu controle (a maioria das pessoas acredita nisso). Mesmo que achem a cena pesada e um pouco inapropriada, essas pessoas irão achá-la "profunda" de alguma forma, apoiadas pela sensação geral de que "a vida é assim", e provavelmente nem ousarão questionar a ausência de divertimento, de entusiasmo e alegria ao longo do filme, também sob esse mesmo pretexto. Essa visão passiva do homem fica evidente no próprio conceito de que os brinquedos ESCOLHEM se fingir de mortos diante dos humanos; eles não são obrigados - não é uma lei absoluta e inquebrável, mas vontade própria - uma regra, estabelecida por ninguém, que eles seguem sem questionar, mesmo quando estão à beira da morte! Essa premissa de Toy Story (que os brinquedos "fingem" serem brinquedos) funciona perfeitamente nos 2 primeiros filmes que são leves e positivos, mas agora, nesse mundo cruel, com eles sendo cremados vivos, tudo perde o sentido. Pra mim, foi uma experiência um pouco frustrante e insatisfatória, interessante mais pelos erros do que pelos acertos.

Toy Story 3 (EUA, 2010, Lee Unkrich)

NOTA: 6.5

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Esquadrão Classe A


Vou copiar aqui a sinopse da Veja SP, porque eu sinceramente ainda não sei do que se trata esse filme:

"Popular nos anos 80, a série de TV mostrava quatro oficiais americanos, veteranos da Guerra do Vietnã, que são falsamente acusados de um crime e caçados pelo próprio Exército dentro dos Estados Unidos. Na adaptação para o cinema, a ação é atualizada para o pós-Guerra do Iraque. A bordo de um furgão preto turbinado, Hannibal (Liam Neeson), Cara-de-Pau (Bradley Cooper), B.A. (Quinton ‘Rampage’ Jackson) e Murdock (Sharlto Copley) saem pelo país oferecendo seus serviços de mercenários do bem. Nem o cabelo moicano de B.A. ficou de fora."

Se isto era o que estava na mente dos produtores, há sem dúvida um abismo enorme entre a intenção original deles e o filme que eu assisti hoje à tarde. A trama é ininteligível; não me lembro de Iraque, de falsas acusações, nem do furgão preto pra ser bem sincero. O humor é primário, as cenas de ação são ruins, confusas (algumas são tão incompreensíveis que foi preciso colocar, em montagens paralelas, personagens explicando passo a passo o que estava acontecendo!).

Na última postagem falei que Fúria de Titãs era o resultado de pura cópia e imitação; não é exatamente o caso de Esquadrão Classe A. Aqui até há a tentativa de criar algo um pouco diferente, ligeiramente autoral (se é que isso é possível), mas o resultado é apenas uma sensação vaga de "estilo". Fico me perguntando o que é pior; um filme sem idéias próprias, mas que pelo menos rouba de filmes superiores, ou um filme com idéias próprias - próprias de uma mentalidade mediana e fora de foco. Acho que prefiro o roubo.

The A-Team (EUA, 2010, John Carnahan)

Orçamento: US$ 110 milhões
Bilheteria atual: US$ 56 milhões
Nota do IMDb (público): 7.6
Nota do Metacritic (crítica): 4.7

INDICADO PARA: Quem gostou de Miami Vice; G.I. Joe - A Origem de Cobra; Sherlock Holmes. E pra quem aprova o estilo "sou tão legal e descolado que nem parece que passo o dia inteiro na academia" de Bradley Cooper.

NOTA: 4.0

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Fúria de Titãs


Refilmagem da produção de 1981 (que foi o último filme de Ray Harryhausen, mestre dos efeitos especiais e da animação stop-motion). Mas pouco tem a ver com o original, exceto por algumas cenas como a da Medusa. A história é baseada na mitologia Grega e na história de Perseus, mas duvido que tenha seguido à risca qualquer coisa.

Não há nada de especificamente ruim no filme, tirando um diálogo ou outro ("Acalme sua tempestade", diz a mocinha com a mão no peito de Sam Worthington...). Mas também não há nada de bom. Ou seja, é um grande nada... Acho incrível que 1 hora e 40 se passam e o filme não deixa escapar 1 única idéia original. Tudo ali é produto da imitação, da cópia, de decisões de comitê, daquilo que é o oposto da arte. Um filme bom está sempre recheado de personalidade, de idéias autênticas. Mesmo um blockbuster ou um filme infantil. A gente sabe quando há vida ali dentro, quando existe uma consciência por trás da câmera, como um professor corrigindo provas sabe quem é o aluno que realmente entendeu a matéria, que tem opiniões próprias, sabe do que está falando, e quem é aquele que rabiscou tudo no braço.

Clash of the Titans (ING/EUA, 2010, Louis Leterrier)

Orçamento: US$ 125 milhões
Bilheteria atual: US$ 488 milhões
Nota do IMDb (público): 6.0
Nota do Metacritic (crítica): 3.9

INDICADO PARA: Quem gostou de Príncipe da Pérsia; O Exterminador do Futuro: A Salvação, Beowulf; Piratas do Caribe - No Fim do Mundo.

NOTA: 5.0

quarta-feira, 9 de junho de 2010

O Golpista do Ano


Entrei na sala sem saber o que esperar... Não sabia se era uma comédia séria com algum tipo de pretensão, se era uma comédia escrachada pro povão... Também não sabia se era pro público gay ou se era um desses filmes tipo Eu os Declaro Marido e... Larry, que usa a temática gay só como uma ponte pras piadas. Não sabia qual era categoria do filme, mas percebi que é porque o filme não tem muito uma categoria mesmo. É algo no meio disso tudo...

O filme mostra a história verídica de Steven Russell (Jim Carrey), um ex-policial texano gay que se transforma num trapaceiro profissional pra conseguir manter o padrão de vida ao lado do namorado Phillip Morris (Ewan McGregor), indo pra cadeia e escapando diversas vezes (as trapaças são realmente absurdas, nível Frank Abagnale Jr. de Prenda-Me Se For Capaz).

Mas é um filme difícil de definir. Gostei da ousadia, das cenas chocantes (não é pra pessoas muito boazinhas), e também da história que é realmente interessante. Mas também achei tudo meio desagradável visualmente (começando pelo cabelo de Jim Carrey). O roteiro não é tudo isso... É um filme que ficou no meio do caminho. Acho que o maior erro foi ter feito dele uma comédia... Teria dado um drama bem melhor - os personagens são interessantes, a situação é rica psicologicamente... Mesmo assim jamais seria o melhor filme do mundo, pois ainda seria uma espécie de "crítica"; o tipo de filme que aponta a câmera pra coisas que desaprova - glorifica na tela personagens que despreza, dizendo nas entrelinhas "vejam como eles são ridículos" com um ar de cinismo.

A participação de Rodrigo Santoro é bastante neutra. Não ajuda nem atrapalha.

I Love You Phillip Morris (FRA/EUA, 2009, Glenn Ficarra / John Requa)

Orçamento: ?
Bilheteria atual: US$ 14 milhões (ainda não estreou nos EUA)

Nota do IMDb: 7.0

Nota do Metacritic: ?


INDICADO PARA: Quem gosta de histórias verídicas e não se incomoda com humor subversivo e racista. AMIGOS: Givago, Mari talvez...

NOTA: 6.5

terça-feira, 8 de junho de 2010

Alejandro (Lady Gaga)


Logo que saiu o teaser achei estranho o visual dark do clipe, já que a música lembra os hits mais alegres do Ace of Base e a letra fala de calor e amantes latinos. Será que é uma boa idéia fugir tanto do "óbvio"? Será que Thriller teria sido um clipe tão bom se a música de fundo fosse "The Way You Make Me Feel"? Suspeito que não... Isso pra mim só indica que Gaga não tinha muito a dizer quando escreveu essa música. Não queria falar nada sobre o México (ou Espanha?), nem sobre o pop dos anos 90... Parece que o clipe veio em primeiro lugar e depois eles tiveram que se virar pra enfiar "Alejandro" no meio (o que não é uma teoria ruim, já que o 3º single do álbum era pra ser "Dance In the Dark" e foi mudado de última hora). Acho errado... A música sempre vem em primeiro lugar e guia tudo o que vem depois... Coreografia, figurino, atitude, etc. Mas parece que depois do vídeo genial de "Bad Romance", Gaga começou a ficar "importante demais" pra suas músicas. "Telephone", que pra mim é a melhor do álbum, também foi estraçalhada pra caber naquela homenagem desajeitada ao Tarantino. Enfim, qual será o próximo single? "Dance In the Dark"? Talvez esse seja na praia num dia de sol.

http://www.ladygaga.com/alejandro/

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo


Imagine Piratas do Caribe sem o personagem de Johnny Depp e você terá uma idéia do que é este Príncipe da Pérsia. A produção é de primeira, os efeitos são bacanas, os atores são bonitos... É uma produção de Jerry Bruckheimer, então não daria pra esperar menos. Mas falta aquele "algo mais". Sem um herói carismático o filme é apenas uma distração razoável... Jake Gyllenhaal é bom ator, mas não sei se tem o tempero certo pra esse tipo de produção. Talvez tenha, e o que faltou foi só um personagem mais memorável. No fim sempre acho que esses filmes (A Múmia, A Lenda do Tesouro Perdido, Piratas do Caribe, etc...) são Indiana Jones wannabes.

Foi baseado num video game de 2003 e dirigido por Mike Newell, o mesmo de Donnie Brasco, Quatro Casamentos e Um Funeral e o 4º Harry Potter. Não é grande coisa mas pelo menos tem certa inocência.

Prince of Persia: The Sands of Time (EUA, 2010, Mike Newell)

Orçamento: US$ 200 milhões
Bilheteria Atual: US$ 215 milhões
Nota do IMDb (público): 6.9
Nota do Metacritic (crítica): 5.0

INDICADO PARA: Quem gosta de A Múmia, Tomb Raider, A Máscara do Zorro, Harry Potter, etc. AMIGOS: ???

NOTA: 6.0

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Os melhores filmes de comédia

Comédia é o gênero mais difícil de todos, então não serei capaz de organizar uma lista sensata dos filmes mais engraçados de todos os tempos. Claro, existem clássicos como Quanto Mais Quente Melhor e Tootsie, mas não quero fazer uma lista chata e impessoal que não servirá pra ninguém. Vou listar os meus favoritos que é a melhor forma.

(sem uma ordem de preferência)


Quanto Mais Quente Melhor (Some Like It Hot, 1959)
Ok, não dá pra deixar de fora esse clássico de Billy Wilder que é o primeiro da lista do AFI e é o melhor de Marilyn Monroe. É inteligente, engraçado, brilhantemente escrito, todo mundo gosta... Outras opções igualmente boas seriam Ser ou Não Ser e Núpcias de Escândalo.


Uma Noite na Ópera (A Night at the Opera, 1935)
Sou fã dos irmãos Marx e acho difícil escolher o melhor filme deles. O que mais ri foi Os Galhofeiros mas gosto de todos, especialmente os com Margaret Dumont que faz o contraponto perfeito pra Groucho Marx. Queria ter colocado um Chaplin na lista (que teria sido Em Busca do Ouro), mas o espaço é curto.



Primavera para Hitler (The Producers, 1968)
O primeiro e melhor filme de Mel Brooks (embora ligeiramente datado), é meu exemplo favorito de roteiro pra comédia. Muitas comédias têm histórias normais e só se definem como comédias porque os atores se comportam de maneira idiota. Mas as melhores são aquelas que já partem de uma premissa engraçada.



Férias Frustradas (Vacation, 1983)
Um road movie perfeito e um retrato hilário da família americana (sempre tive a impressão de que Os Simpsons foram inspirados nos Griswolds). Serve também pra ver como os filmes estão mais tímidos e conservadores hoje em dia. Férias Frustradas de Natal (1989) também entra aqui.




Levada da Breca (Bringing Up Baby, 1938)
Foi aqui que virei fã mesmo de Katharine Hepburn. É o melhor representante da "screwball comedy", subgênero popular nos anos 30 e 40. A história vai se desenrolando de maneira absurda e imprevisível, mas sem nunca perder o foco que é o embate entre duas personalidades opostas.





Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, 1977)
Um dos meus filmes favoritos e uma das melhores coleções de frases do cinema (só não está mais no topo porque ele também é drama). Woody Allen e Diane Keaton no auge.





Corra que a Polícia Vem Aí (The Naked Gun: From the Files of Police Squad!, 1989)
Meu estilo favorito de humor, até porque é bastante visual. Tem gente que diz que é "pastelão", infantil, mas pra mim esse é o verdadeiro humor inteligente, porque as piadas estão baseadas em inversões de lógica e de bom senso, não em críticas ou referências culturais, e até por isso é um humor universal e que não envelhece.



Apertem os Cintos - O Piloto Sumiu! (Airplane!, 1980)
Está na mesma categoria de Corra que a Polícia Vem Aí (por sinal os autores são os mesmos). Só o coloco acima porque foi feito primeiro. E tem a cena da velhinha cheirando cocaína.





Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado (Monty Python and the Holy Grail, 1975)
Um dos filmes mais loucos e criativos de todos os tempos. A Vida de Brian é um trabalho mais sério e "maduro" dos Python, mas nada supera esse cult que é mais uma coleção de sketches do que um filme tradicional, o que deixa tudo ainda mais insano e engraçado.



John Waters: Pink Flamingos (72) / Problemas Femininos (Female Trouble, 74) / Desperate Living (77)
Essa trilogia é a obra-prima do mau gosto - um show de idéias originais, frases de efeito e personagens bizarros e inesquecíveis. É pra um público muito pequeno, mas muito sortudo. Desperate Living é talvez o filme que mais ri na vida.


OUTRAS ÓTIMAS COMÉDIAS:

CHAPLIN, KEATON, IRMÃOS MARX, etc: Em Busca do Ouro (The Gold Rush, 1925); A General (The General, 1926); Steamboat Bill, Jr. (1928); Os Galhofeiros (Animal Crackers, 1930); Os Gênios da Pelota (Horse Feathers, 1932); Diabo a Quatro (Duck Soup, 1933); Tempos Modernos (Modern Times, 1936); Um Dia nas Corridas (A Day at the Races, 1937); O Guarda (The Bank Dick, 1940)

CLÁSSICAS E SCREWBALL: Núpcias de Escândalo (The Philadelphia Story, 1940); Ser ou Não Ser (To Be or Not to Be, 1942); Papai por Acaso (The Miracle of Morgan's Creek, 1944); Nascida Ontem (Born Yesterday, 1950); Deu a Louca no Mundo (It's a Mad Mad Mad Mad World, 1963); A Pantera Cor de Rosa (The Pink Panther, 1964)

WOODY ALLEN: A Última Noite de Boris Grushenko (Love and Death, 1975); Manhattan (1979); A Rosa Púrpura do Cairo (The Purple Rose of Cairo, 1984); Maridos e Esposas (Husbands and Wives, 1992); Tiros na Broadway (Bullets Over Broadway, 1994)

PARÓDIAS E NONSENSE: Banzé no Oeste (Blazing Saddles, 1974); Jovem Frankenstein (Young Frankenstein, 1974); A Vida de Brian (Life of Brian, 1979); Top Secret! (1984); This Is Spinal Tap (1984); Top Gang - Ases Muito Loucos (Hot Shots!, 1991); Quanto Mais Idiota Melhor (Wayne's World, 1992); Austin Powers (Austin Powers: International Man of Mystery, 1997); Romy e Michele (Romy and Michele's High School Reunion, 1997); Mafia! (Jane Austen's Mafia, 1998); Todo Mundo em Pânico (Scary Movie, 1999)

HUMOR NEGRO: Lolita (1962); O Anjo Exterminador (El ángel exterminador, 1962); Doutor Fantástico (Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb, 1964); O Discreto Charme da Burguesia (Le charme discret de la bourgeoisie, 1972); Esse Obscuro Objeto do Desejo (Cet obscure object du désir, 1977); Polyester (1981); O Balconista (Clerks, 1994); Uma Loucura de Casamento (Very Bad Things, 1998); Felicidade (Happiness, 1998)

PARA TODOS: 
Os Irmãos Cara de Pau (The Blues Brothers, 1980); Arthur, o Milionário Sedutor (Arthur, 1981); Uma História de Natal (A Christmas Story, 1983); Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off, 1986); Uma Secretária de Futuro (Working Girl, 1988); Esqueceram de Mim (Home Alone, 1990); Mudança de Hábito (Sister Act, 1992); Feitiço do Tempo (Groundhog Day, 1993); Forrest Gump - O Contador de Histórias (1994); As Patricinhas de Beverly Hills (Clueless, 1995); Shakespeare Apaixonado (Shakespeare in Love, 1998)

PÓS ANO 2000:

- Tá Todo Mundo Louco (Rat Race, 2001)
- Mais um Verão Americano (Wet Hot American Summer, 2001)
- O Âncora (Anchorman: The Legend of Ron Burgundy, 2004)
- Meninas Malvadas (Mean Girls, 2004)
- As Loucuras de Dick e Jane (Fun With Dick and Jane, 2005)
- Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, 2006)
- O Guia do Mochileiro das Galáxias (The Hitchhiker's Guide to the Galaxy, 2005)
- Encantada (Enchanted, 2007)
- Superbad - É Hoje (Superbad, 2007)
- Queime Depois de Ler (Burn After Reading, 2008)
- Segurando as Pontas (Pineapple Express, 2008)
- Quase Irmãos (Step Brothers, 2008)
- Jackass 3D (2010)
- Missão Madrinha de Casamento (Bridesmaids, 2011)
- Professora Sem Classe (Bad Teacher, 2011)
- Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris, 2011)
- A Escolha Perfeita parte 1 e 2 (Pitch Perfect 1 and 2, 2012, 2015)
- Ted 1 e 2 (Ted, 2012, 2015)
- Anjos da Lei (21 Jump Street, 2012)
- Família do Bagulho (We're the Millers, 2013)
- Sharknado 1, 2 e 3 (2013, 2014, 2015)
- Relatos Selvagens (Relatos Salvajes, 2014)
- Caça-Fantasmas (Ghostbusters, 2016)
- Sing Street (2016)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Escritor Fantasma


Ao contrário de Ilha do Medo, este é um suspense "hitchcockiano" que não se parece com um exercício estilístico ou uma homenagem e sim com um filme autêntico, com méritos próprios (apesar de ser um filme de gênero, pouco autoral). Aliás, detesto o termo "hitchcockiano". Os críticos adoram usá-lo pra descrever qualquer suspense que tenha um mínimo de classe, mas esquecem que os filmes de Hitchcock eram produções de estúdio altamente comerciais, cheias de humor e avanços tecnológicos - um filme de Hitchcock hoje estaria mais próximo de uma produção do Spielberg do que de um filme "discreto" como O Escritor Fantasma.

A história é sobre um ghost-writer (escritores desconhecidos que são contratados pra escrever biografias para outras pessoas, geralmente sem levar o crédito - o papel é de Ewan McGregor) que é chamado às pressas pra substituir um outro escritor que morreu misteriosamente afogado enquanto terminava a biografia do ex-primeiro ministro da Inglaterra (Pierce Brosnan, muito bem por sinal), naquele momento envolvido num grande escândalo político e sendo acusado de crimes de guerra.

É um thriller elegante, inteligente e divertido que me prendeu do começo ao fim e me deu aquela rara sensação de estar vendo um filme de verdade. A direção é de Roman Polanski, que foi preso na Suíça durante a pós-produção (pelo antigo caso de pedofilia) e terminou de editar o filme da cadeia.

The Ghost Writer (FRA/ALE/ING, 2010, Roman Polanski)

Orçamento: US$ 45 milhões
Bilheteria atual: US$ 49 milhões
Nota do IMDb (público): 7.8
Nota do Metacritic (crítica): 7.7

INDICADO PARA: Quem gostou de Frost/Nixon, Conduta de Risco, Intrigas de Estado. AMIGOS: Amilcar, Fernando P, Givago, Leslie, Márcio B, Márcio L, Mariana M, Marlene, Rafael V, Thiago P, Vivi S, Wellington.

NOTA: 8.0