segunda-feira, 28 de junho de 2010

A Jovem Rainha Vitória


Um filme tão desintegrado e bagunçado que não vale a pena nem começar a consertar com palavras. É o que você tem quando entrega um romance de época (típico dos EUA e do Reino Unido) nas mãos de um diretor estrangeiro com uma sensibilidade pra temas mais naturalistas e cotidianos. Se o roteiro fosse brilhante, um diretor inadequado teria pouco espaço pra errar (ou seus erros seriam compensados pela força da história). Mas o roteiro é fraco, sem conflitos, a história não é objetiva, o romance não tem força, não há caracterização... O estranho é que tanto o diretor quanto a roteirista têm ótimos trabalhos no currículo (Jean Marc-Vallée que dirigiu o incrível C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor, e Julian Fellowes, que venceu o Oscar pelo roteiro de Assassinato em Gosford Park). Mas aqui ambos parecem estar fora da zona de conforto (observe a fotografia, a trilha sonora, a edição - às vezes parecem ganhar vida própria e ter atitudes completamente equivocadas e que não pertencem ao universo estético deste filme). Outro erro grave foi a escolha de Emily Blunt para o papel principal. Não só ela está feia demais pro tipo de personagem (me lembra uma das irmãs más de Cinderella) como não é atriz o bastante pra convencer como rainha - mesmo uma jovem. Acaba transmitindo fraqueza, normalidade, submissão, ao invés de elegância, força, coragem... Saudades de Cate Blanchett e Keira Knightley.

Vencedor do Oscar de Melhor Figurino. Indicado a Melhor Direção de Arte e Melhor Maquiagem.

The Young Victoria (ING/EUA, 2009, Jean-Marc Vallée)

Orçamento: US$ 35 milhões
Bilheteria: US$ 27 milhões
Nota do IMDb (público): 7.2
Nota do Metacritic (crítica): 6.4

INDICADO PARA: Quem gostou dos superiores A Duquesa; Elizabeth: A Era de Ouro. AMIGOS: Nenhum.

NOTA: 4.0

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