sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1


Vendo o filme fica óbvio que não havia motivo para dividir este último Harry Potter em 2 filmes - a não ser pela oportunidade de dobrar o faturamento. "Claro, por que ganhar 1 bilhão se você pode ganhar 2? As pessoas irão ver o filme de qualquer jeito! Não importa se a primeira parte vai ser um tédio mortal e não terá desfecho, clímax... As pessoas vão entender... Afinal o livro é muito comprido". ...E o Vento Levou foi adaptado para o cinema em 1 única obra prima de 4 horas; tenho certeza que o 7º volume de uma série infanto-juvenil não precisaria de mais que isso. "Ah, mas ficaria muito longo - as crianças não aguentariam". Uma criança saudável não aguentaria os 15 primeiros minutos desse filme.

Não há nada de ruim no filme, é mais a ausência de coisas boas. O que mais me impressiona nessas sagas da última década (Harry Potter, O Senhor dos Anéis, Crepúsculo) é a mediocridade dos heróis. Não sei se eles já eram assim nos livros, mas nos filmes eles são todos pessoas absolutamente ordinárias, desinteressantes, que você não iria querer conhecer na vida real. O que há de grandioso em Harry Potter? Outros personagens parecem admirá-lo, estão sempre falando como ele é "especial", que ele é o escolhido - mas nós nunca vemos ele dizer ou fazer qualquer coisa minimamente impressionante. Nem mesmo nas partidas de quadribol dos outros filmes era possível observar qualquer habilidade especial em Potter.

O filme é sobre um grupo de pessoas desinteressantes indo atrás de coisas que a gente não se importa, trombando com personagens que a gente não se lembra, se assustando com coisas que não assustam, se impressionando com coisas que não impressionam, sofrendo por coisas que não são tristes, por um motivo que já esquecemos.

Dizem que o livro é bom - mas acho suspeito que na adaptação as únicas coisas de algum valor não sejam os diálogos, história, personagens - e sim fotografia, maquiagem, direção de arte e efeitos especiais - tudo aquilo que certamente não veio do livro.

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1
Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1 (EUA/ING, 2010, David Yates)

Orçamento: ?
Bilheteria atual: ?
Nota do público (IMDb): 8.4
Nota da crítica (Metacritic): 6.9
Assista o trailer

INDICAÇÃO: Não é necessária.

NOTA: 5.0

18 comentários:

Laura Catta Preta disse...

lalalala (não querendo ler)
meu deus caio! o filme nem estreou direito ainda!

semana que vem eu leio.

vim perguntar se vc não vai se dignar a ver jogos mortais 7. rs

eu escrevi sobre ele no meu blog
http://lcattapreta.blogspot.com/2010/11/jogos-mortais-7.html

renatocinema disse...

Essa saga me cansou.....só vejo agora em dvd.

Caio Amaral disse...

Nossa, cada vez menos empolgado pra ver Jogos Mortais 7... Se você que gostou dos outros não gostou desse... Imagina eu... que já via tudo com o nariz meio torcido... haha.

Renato, realmente.. A série exige demais da nossa paciência.. Por que tudo tem que ser tão chato, e tão longo...?

Carla disse...

Caramba cara, quanta asneira que tu escreveu!!! Aposto que você nunca leu algum livro do HP ou então não prestou atenção nos filmes direito!

Você não sabe o que tem de especial no Harry Potter? Quer compará-lo à idiota da Bella do Crepúsculo? Então não conhece nada de HP! O cara, além de ser herói e comprovar uma absurda coragem em todos os livros/filmes, tem um 'dom', que é a parte central de toda a saga, que o torna especial.

Você escreveu um parágrafo totalmente sem sentido só para deixar seu texto mais bonito... vamos respondê-lo:

"O filme é sobre um grupo de pessoas desinteressantes indo atrás de coisas que a gente não se importa"
Se realmente fossem tão desinteressantes, o número de pessoas/leitores que foram arrebatados pela saga não seria tão grande! JK Rolling inventou um mundo HP que fascinou milhões de pessoas mundo a fora, de todas as idades, não só a faixa etária de 12~17 anos, como é no Crepúsculo.

"trombando com personagens que a gente não se lembra"
Ou será que você não prestou atenção na importância deles, quando são citados? Cite um caso que isso acontece...

"se assustando com coisas que não assustam"
Filme 2: HP enfrenta uma cobra de uns 20 metros de altura. Isso não te assustaria?
Filme 3: Tem um medo avassalador de uma criatura (dementador), que parece um esqueleto dentro de um véu, que suga a alma das pessoas. Eu teria muito medo! Aliás, até achou que o filme 3 não seria para crianças, de tão sombrio que o filme é.
Ah.. nem vou ficar citando os demais filmes... Acredito, que como você conhece a saga, deve saber...

"se impressionando com coisas que não impressionam"
Acho que o item acima resolve muito bem essa.

"sofrendo por coisas que não são tristes"
Idem acima, somando ao fato de seus pais morrerem na sua nascença, um dos pontos principais da saga, inclusive. Aposto que você ficaria muito feliz se fosse órfão de nascença, não?

"por um motivo que já esquecemos."
Sem comentários!

Cara, vai ler e assistir mais antes de fazer alguma crítica a alguma coisa!

Caio Amaral disse...

Acho que você não prestou muita atenção no que eu escrevi. O parágrafo que você critica começa assim:

"O filme é sobre um grupo de pessoas desinteressantes indo atrás de coisas que a gente não se importa..."

O FILME. Não disse TODOS os filmes da série, muito menos os livros, que eu não li (deixei isso bem claro).

Sem dúvida os livros devem ter algum apelo especial que justifiquem seu sucesso - o que eu disse é que este apelo não foi corretamente transferido para este filme.

Um caso que ilustra bem: o evento mais dramático da parte 7 é a morte do Dobby no final. Se ele é uma figura importante nos livros, nos filmes ele é apenas um personagem secundário, sem grande relevância, e sua morte não é nenhum choque. É ridículo achar que isso seria um grande clímax pra um filme desse tamanho.

Outra coisa, a tal coragem de Potter que você fala não é muito bem ilustrada. Com a varinha mágica e todos os truques que ele sabe, a gente nunca sente que ele está em perigo (uma cena onde 2 personagens disparam raios mágicos um contra o outro não é nenhuma demonstração de habilidade).

Carla disse...

"uma cena onde 2 personagens disparam raios mágicos um contra o outro não é nenhuma demonstração de habilidade".

Se é assim que você resume Harry Potter, então não temos nada o que discutir. Realmente você não acompanhou a saga tanto como deveria para fazer uma crítica sobre ela.

Caio Amaral disse...

Ok, então refresque minha memória... Me diga quais cenas deste filme demonstram a habilidade, o heroísmo, a sensibilidade que fazem de Harry Potter um personagem memorável.

Carla disse...

Não sei, não assisti o filme.

Estava procurando críticas sobre o filme para saber como foram as filmagens e a adaptação do livro.
E estava esperando ouvir algo do tipo: "A fotografia do filme não estava legal, os diálogos são longos em algumas partes, uma parte muito importante foi cortada, a ausência do Dobby em outros filmes ferrou com sua importância na saga" etc, etc, como vi em outras críticas, em outros blogs.
O que eu vi sobre essa crítica sua sobre o filme foi bem superficial e atacando diretamente a saga como um todo. Não vi nenhum ponto forte ou fraco citado explicitamente com relação ao filme. Desta forma, o seu leitor sai da mesma maneira como entrou no seu blog: nada é acrescentado.

Espero que você entenda isso como uma crítica positiva para a sua própria pessoa, com objetivo de te fazer crescer profissionalmente.

Abs e sucesso.

Caio Amaral disse...

Numa crítica só se pode oferecer 2 coisas: informações sobre o filme e opiniões pessoais. Como informações estão disponíveis em qualquer lugar (recomendo o IMDb), prefiro focar na opinião pessoal. E como já disse, acho o filme tecnicamente bem feito, porém fraco em tema, história, personagens e tudo que realmente importa.

Se achou a crítica superficial, é porque realmente não me importo pelo filme e não acho que ele inspire muita discussão. Seria como um crítico gastronômico escrevendo sobre um pacote de Cheetos. Não há por que se aprofundar.

Clarissa disse...

Se você, de antemão, acredita que o filme está para um pacote de cheetos, fica difícil levar em consideração a sua "opinião pessoal".
Tendo estudado cinema e, provavelmente, tendo estudado estética, você sabe que existe uma diferença entre aquilo que não satisfaz o seu gosto pessoal e as suas idiossincrasias e aquilo que não é bom.
O filme pode não ser bom, mas o seu papel como crítico é garantir justificativas melhores para fundamentar o seu juízo, uma vez que você se apresenta como crítico e não simplesmente como um amante de cinema.

Caio Amaral disse...

Nada que eu acredite de "antemão" vai interferir na minha opinião final a respeito do filme. O terceiro Harry Potter, por exemplo, achei ótimo - até chorei no filme. Poderia ter me surpreendido com este também.

Sim, existe uma diferença entre meu gosto pessoal e os méritos estéticos de um filme. Mas pra mim as 2 coisas andam juntas. Se um filme é esteticamente brilhante, vai acabar me dando prazer e satisfazendo o meu gosto pessoal. É um prazer simplesmente observar algo sendo bem feito; uma verdadeira demonstração de virtude, de talento. Vou ter prazer mesmo que as crenças do autor não batam com as minhas.

Enfim... Mas acho que entendi por que você ficou contrariada: você achou que eu era um crítico! Não é bem por aí; sou apenas um fã de cinema que tem um blog. Nunca estudei jornalismo, estética, nem nada disso e nem pretendo. E também não ganho nada pra escrever - meus textos não vão pra jornais, revistas, etc. Talvez seja o caso de alterar o meu perfil e deixar isso mais claro né... Depois veja lá. Abs.

Laura Catta Preta disse...

peraí que eu vou pegar mais pipoca

Caio Amaral disse...

Como assim Laura?!?! Haha.

Laura Catta Preta disse...

essa discussão tá melhor que o filme.
pelo menos se eu dormisse no meio dela ia perder alguma coisa.

Clarissa disse...

Minhas saudações, Caio!
Fico muito satisfeita em ler isso. Também acho que o prazer que um filme nos proporciona é, ou deveria ser, indissociável de sua qualidade. Mas há uma série de percalços nesse raciocínio e eu teria dificuldade de desenvolver o ponto assim, de chofre.
Eu não sou entendedora de nada. Gostaria que desculpasse a forma talvez um pouco arrogante com que eu me apresentei. Sou uma mera apreciadora, não tenho formação em cinema artes,comunicação, jornalismo, ou qualquer outro que me autorize a expressar algo além do meu gosto (ou desgosto) pessoal.
Grande abraço!

Caio Amaral disse...

Um grande abraço Clarissa! Que bom seria se todos os "meros apreciadores" rendessem boas discussões como essa, hehe. =)

vivianeosoares@hotmail.com disse...

Só agora assisti ao filme e corri para o seu blog, pois queria muito ver a sua opinião.
Como fã dos filmes - não li os livros - fiquei decepcionada. Para que dividir o filme em 2? Não acontece nada de relevante neste filme! NADA!!! Ele pode ser tranquilamente descartado da série que ninguém iria notar.
Estou me sentindo uma otária por ter que aguardar anos para o final da série e ter que ser enrolada por mais alguns meses por conta de alguns milhões.
Mesmo sendo fã, concordo totalmente com a sua crítica. Essa enrolação toda está cansando. No início, era fantástico ver uma criancinha fofa se descobrindo parte de um mundo mágico. Mas o tempo foi passando, a criancinha cresceu, e tudo parece continuar acontecendo para HP por acaso. Ele é super protegido, todos correm riscos por conta dele. Ele não desvenda nenhum mistério sozinho, e, até agora, não vimos nada imponente no estilo "grande mágico". Sei lá.... é óbvio que o filme final nos reserva um grande embate travado pelo garoto. Mas me parece pouco para justificar sua condição de ser tão especial por longos 7 filmes.
Me lembrou aquela crítica que você fez sobre "Se Beber não Case". Todo mundo no filme morre de medo do Voldemort. E a série inteira se justifica nesse grande pavor que ele causava antes de ser derrotado. Só que nós não vimos nada disso. Ninguém pode falar o nome do cara, mas esse pavor fica meio que no ar. Ninguém sabe, ninguém viu. Aí os mágicos ficam todos babando pelo HP porque ele vai virar um grande mágico - que tb não vimos - e livrar o mundo de um mal que não conhecemos!
To achando que a Hermione tinha que tomar o lugar do HP. A menina é mestiça, vítima de preconceito, mas é a melhor de todas. Domina todas as magias, sempre sabe o que tá acontecendo, consegue decifrar todos os mistérios, sempre pronta para o pior. Se, além disso tudo, ela tivesse 1% do acaso/sorte que
cerca HP, Voldemort estava liquidado no primeiro filme!!!
Beijos!!!! Viviane Soares

Caio Amaral disse...

Hahaha. Boa Vivi!! Nossa, nunca imaginei que esse filme fosse render tantas discussões, rsss. Realmente... É um tédio... Incrível como as séries de TV americanas estão muito mais em sintonia com a realidade e com o público... Em episódios de 40 minutos acontece sempre um monte de coisa, a trama é clara, há cenas fortes, um final inesperado que te deixa aguardando o próximo episódio... Uma produção como Harry Potter devia ser ainda mais envolvente...!