quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O Primeiro que Disse


Dramédia italiana sobre um rapaz gay que resolve contar tudo pros pais durante um almoço - só que o irmão mais velho passa na frente e anuncia primeiro que também é gay (pra surpresa do irmão, dos pais e também da platéia). O pai expulsa o filho de casa, sofre um ataque do coração, deixando o outro numa situação complicada, sem poder falar a verdade, com receio de matar o pai de vez.

É um filme pessoal (daqueles que o autor coloca dedicatória no final) sobre pessoas comuns vivendo conflitos humanos, e que aborda esse tema da homossexualidade, mas superficialmente, sem grandes reflexões (longe da sensibilidade de um C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor, por exemplo). Certamente não é a minha praia. O melhor que esse tipo de filme tem a oferecer é alguma espécie de observação psicológica mais aguçada, um estudo de personagens interessante, mas os personagens aqui são bem genéricos, às vezes até caricatos (como os amigos gays de Tommaso - até duvidei que o diretor fosse gay, pois um gay não retrataria outro de maneira tão constrangedora - mas ele é sim; inclusive dirigiu A Janela da Frente e vários outros filmes com essa temática).

É tudo bem simpatiquinho, legalzinho - mas dentro daquele espírito europeu semi-depressivo (não muito diferente do latino); os personagens principais têm um olhar distante, "poético", e dizem coisas do tipo "Ela me ensinou a coisa mais importante, que é sorrir quando estamos tristes, quando estamos morrendo por dentro". Esse é o clima do filme - uma comédia despretensiosa, mas que não foi feita pra fazer rir, e sim pra amenizar a depressão.

O Primeiro que Disse
Mine Vaganti (ITA, 2010, Ferzan Ozpetek)

Nota do público (IMDb): 7.0
Assista o trailer

INDICAÇÃO: Quem gostou de Canções de Amor, De Repente Califórnia, A Janela da Frente, etc.

NOTA: 4.5

6 comentários:

Laura Catta Preta disse...

Eu vi semana passada, adorei :)

Ju B. disse...

Olha, gostei do que li, viu. Ainda não vi, mas parece se encaixar com os tipos de filmes que costumo curtir.
Valeu pela dica.
Linkei seu blog no meu recém-saído do forno:
http://moviewalk.blogspot.com/

Bjs.

Caio Amaral disse...

Legal Ju. Passei lá no MovieWalk - gostei do jeito que escreve!

Bjs.

Cristiano Contreiras disse...

Eu achei o filme interessante, a abordagem da homossexualidade convicente e a trama é agradável de ver. Dou nota 7,5!

abraço

Anônimo disse...

Na minha humilde opinião, os personagens gays caricatos retratam a visão da sociedade. Foi uma forma de mostrar o quanto os rótulos e estereótipos são ridículos.

Luka

Caio Amaral disse...

Oi Cristiano.. "agradável" é uma boa palavra. Não achei nem mais, nem menos que isso.

Anônimo, quando os gays no filme fazem aquela coreografia no mar, isso, dentro do contexto, não soa como uma crítica social... É apenas um alívio cômico... A cena é feita pra tornar os personagens mais "gostáveis", mais "carismáticos"...