terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Minhas Mães e Meu Pai

Melhor filme lésbico que eu já vi. O interessante é que é tudo tão natural que após a primeira cena você praticamente esquece que não se trata de uma família convencional. Muitos filmes sobre casais gays cometem esse erro - focam na superficialidade da relação, onde coisas como "masculino" e "feminino" acabam sendo muito importantes . Minhas Mães e Meu Pai foca em personalidades, em valores, e assim, o fato delas serem mulheres fica em segundo plano, como deveria ser na vida real. Quando o filme sai da superficialidade, a gente não pensa "nossa, são 2 mulheres!" - a gente está ocupado demais pensando coisas do tipo "nossa, ela mentiu, como será que a outra vai reagir?". Na história, Julianne Moore e Annette Bening vivem juntas com 2 filhos, um menino e uma menina. Cada uma pariu um, através de inseminação artificial, mas usando o sêmen do mesmo pai. Já adolescentes, os filhos resolvem secretamente procurar o pai biológico, interpretado por Mark Ruffalo.

 
Costumo não gostar muito de filmes realistas sobre pessoas reais - mas aqui são pessoas reais interessantes, vivendo conflitos reais interessantes. O elenco está ótimo, em especial Annette Bening, que está tão natural que você sai da sala certo de que seu casamento com Warren Beatty é de fachada.

Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right / EUA / 2010 / 106 min / Lisa Cholodenko)

INDICAÇÃO: Quem gostou de O Casamento de Rachel, Pequena Miss Sunshine, A Lula e a Baleia, Conte Comigo, etc. 

NOTA: 7.5

10 comentários:

Anônimo disse...

Encontrei este blog ao pesquisar sobre "grandes filmes pouco conhecidos" e aproveitei para ler os seus textos sobre alguns filmes e em praticamente todos os textos voçê falava mal dos filmes, por isso tenho imensa curiosidade em saber o seu top de filmes preferidos.
Também não consigo compreender como considera bom o filme Anticristo, um filme com cenas de sexo e de tortura dos orgãos genitais (estou-me a lembrar daquela cena em que ela bate com um pau ou outra coisa qualquer, no pénis do homem e depois lhe pega e fica a ver o sangue escorrer) absolutamente rídiculas, sem lógica e completamente desnecessárias. Até pode ter uma boa história, mas só por essas cenas, perde todo o interesse e tornasse num filme, até mesmo, nojento.
Mas pronto, opiniões são opiniões, mas quando li os seus textos pareceu-me que você se estava a supervalorizar. Dá a sensação, pelo menos a mim, de que você não percebe assim tanto de cinema como pensa quando tece as suas exageradissimas criticas negativas a alguns filmes bastante bons até. Por fim, depois de o ver falar mal de muitos filmes que estão no seu blog gostaria mesmo que me satisfizesse a minha curiosidade ao revelar quais são os seus filmes de eleição.

Anônimo disse...

Um conselho, deveria por os titulos também em versão original, pois assim seria mais fácil encontar o filme que procuramos na lista do arquivo. Por exemplo, eu sou de Portugal e os titulos brasileiros não têm nada a ver com os portugueses, como por exemplo o titulo deste filme "Minhas mães e meu pai" em Portugal é "Os miúdos estão bem". Por isso, era bem mais fácil se também colocasse os titulos dos filmes também em versão original

Caio Amaral disse...

Anticristo é um caso difícil de explicar, hehe.. Merece um texto à parte. Mas resumindo, o Lars von Trier inverte as coisas - ele usa o choque de maneira tão original, tão criativa, tão inteligente e exagerada, que acaba virando algo bonito de se ver.. um espetáculo do choque.. quase como os filmes do John Waters, só que sem as piadas.

Nas minhas listas dá pra descobrir vários dos meus filmes favoritos... "2001: Uma Odisséia no Espaço", "Lawrence da Arábia" e "E.T." são alguns deles.

No final do texto eu sempre coloco o título original do filme, assim como o ano de produção, país, diretor, etc. Deve acusar no Google.

Abs.

Anônimo disse...

Opa....atrás de informações sobre "Following" do Nolan, encontrei seu endereço.

Então...
concordo com vc sobre a crítica do filme do Nolan, mas acho que na época que ele montou o filme daquele jeito ainda não havia Amnésia. Hoje, quando assistimos Following (ou melhor, descobrimos) ele parece bife requentado, mas não é...apenas tem o problema de ter se tornado aquele tipo de montagem batida e levada a exaustão nos últimos 10 anos (o que, naminha opinião, transformou-se em maneirismo para a deficiencia de roteiros fracos)

Mas quanto a "Minhas Mães e meu pai", o que voce acha um mérito ou achei o contrário...heheheheh. Quando o filme mostra a relação das duas, estão presentes ali não um casal lésbico, mas sim um heterosexual. A mulher frágil e dependente (moore) e o marido machão, rústico, meio brucuto (bening). Ou seja, transforma-se uma relação tão siingular quanto essa, em uma recriação do esteriótipo homem-mulher da sociedade convencional. Com isso, estão em cena os velhos cliches e as tentativas de transformar em "normais" aquelas duas mulheres. É como se assim fosse menos "agressivo" socialmente, passável...

A prova disso é a maneira como é explorado o sexo: enquanto o das duas mulheres é feito por baixo dos lençóis, a transa heterosexual é mostrada completamente.

Assim, achei esse filme bem...superficial, ao abordar o tema não visto do interior de uma relação homossexual, mas sim da perspectiva conservadora. Aliás, a diretora talvez só tenha conseguido destaque ao filme por ter feito essa estratégia, pois basta olhar seu trabalho anterior "High Art" para ver que ela é bem mais ousada em mostrar, ali sim, o interior de um relacionamento (ou possível) lésbico.

Mas enfim....me alonguei por que gostei dos textos e seguirei acompanhando. parabéns e até mais!

Caio Amaral disse...

Bom, não sei se você é gay ou tem amigos gays, amigas lésbicas.. Mas esse filme é perfeito no retrato que faz.. Até já vi casais onde as 2 são bem submissas e delicadas, mas são raras exceções... E ser submissa ou dominadora não tem nada a ver com ser masculina ou feminina... São questões de personalidade... A submissão da Julianne Moore está conectada à falta de auto-confiança dela... Não ao fato dela estar fazendo o papel da "mulher" (basta lembrar dela dirigindo o carro no final e a Annette no banco de passageiro, hehe). De qq forma, o filme é basicamente uma comédia apesar de abordar temas pouco convencionais.. Eu não acharia apropriada uma cena explícita das duas transando num filme desse tipo.. Até pq a Annette é uma senhora né... veja bem... O Mark Ruffalo ainda dá pra ficar bem semi-nu...

Pedro 2001 disse...

Concordo com vc Caio em partes, mais é um bom filme mesmo, divertido, que merece ser visto.

Laura Catta Preta disse...

vi ontem o final, finalmente.
na verdade, eu tinha visto metade e ontem quando fui continuar percebi que tinah parado 3 minutos antes da julianne beijar o mark rs (era a metade, não o final).
mas ache chaaaato :(

lembrei de tudo que vc falou do 127 horas

Caio Amaral disse...

Legal Pedro! Esse tem que tomar cuidado pra indicar na 2001 por causa dos clientes mais 'conservadores', hehe.

Laura, vc pirou de vez né? Rssss. Absolutamente nada do que eu falei sobre '127 Horas' se aplica aqui.. Este filme TEM uma história, bem clara, com reviravoltas, conflitos nítidos na tela, personagens bem desenhados, etc, e por outro lado NÃO TEM maneirismos de direção, "estilo" vazio que compensa falta de conteúdo. Qual o paralelo?! Rsss.

Laura Catta Preta disse...

rsrs pirei!
não acontece nada, há a família, um deslise, um arrependimento e tudo volta a ser igual.
desacreditei quando o filme acabou.
não tem relfexão, flashback... rsrs que nem no 127 horas

Caio Amaral disse...

Tudo volta a ser igual? Aiai... Essa eu não entendi mesmo, rsrs.