quinta-feira, 28 de abril de 2011

A Garota da Capa Vermelha


O que eu gostei no filme foi o fato da história ser compreensível... Sim, a questão em filmes desse tipo não é nem se a história é boa ou ruim - só o fato dela ser acompanhável, das ações caminharem pra algum objetivo claro, já é algum mérito. Basicamente eles pegaram a história da Chapeuzinho Vermelho e transformaram num filme de fantasia/romance/terror no estilo Crepúsculo - a diferença é que no meio disso tudo jogaram um whodunit - ou seja, um mistério onde há um assassino (nesse caso, um lobisomem) e todos na casa são suspeitos (nesse caso, no vilarejo). Isso acrescenta um mínimo de interesse na história, que se dependesse apenas do triângulo amoroso ou das aparições do lobo não iria muito longe. Mas o mínimo mesmo, só pra gente não cair no sono - não espere sacadas brilhantes.

A diretora é a mesma de Crepúsculo, Catherine Hardwicke, que continua desengonçada, sem saber movimentar a câmera (eu poderia apostar que ela dança mal). No elenco, Amanda Seyfried de Mamma Mia, Gary Oldman, e quem faz a vovozinha é Julie Christie, a eterna Lara de Doutor Jivago.

A Garota da Capa Vermelha (Red Riding Hood / EUA-CAN / 2011 / 100 min / Catherine Hardwicke)

INDICAÇÃO: Quem gostou da trilogia Crepúsculo, Os Irmãos Grimm, romances adolescentes do tipo Nicholas Sparks - Querido John, etc.

NOTA: 5.5

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Eu Sou o Número Quatro


Era pra ser o início de uma nova saga, baseada em livros de James Frey e Jobie Hughes, sobre alienígenas na Terra disfarçados de adolescentes comuns. Como o filme não fez muito sucesso (nem se pagou nos EUA), não dá pra saber o destino da série.

História fraca, herói desinteressante, romance frouxo, vilões cafonas, elenco inexpressivo (o protagonista fez Alex Rider Contra o Tempo)... Não há nada de muito errado com o filme - só é um caso de uma produção regular, sem nada de muito especial nem em termos de produção, nem em termos de história. O clima é meio Crepúsculo: romance + colegial + super-poderes + atores jovens e bonitos... Mas menos original, menos intenso... A gente esquece logo que saiu da sala. Observe a quantidade de referências a atualidades como Facebook, YouTube, iPhone (uma das frases de efeito do filme é "Red Bull é para maricas"). Os produtores fazem isso pra tentar cativar o público jovem, e não estão nem aí se o filme vai ficar com cara de velho em 5 anos... Muitas referências a atualidades é quase sempre sinal de que o filme é ruim.

Enfim, o filme não agrada nem ofende... Só vamos torcer pra não fazerem "Eu Sou o Número Dois" né... A platéia não vai parar de rir.

Eu Sou o Número Quatro (I Am Number Four / EUA / 2011 / 109 min / D.J. Caruso)

INDICAÇÃO: Quem gostou de Crepúsculo, Eclipse, Jumper, etc.

NOTA: 5.0

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Cópia Fiel


Muita gente deve ver a Juliette Binoche no cartaz e ir assistir o filme pensando que vai ser um romance leve europeu, e nem se dá conta de que se trata de um filme do Abbas Kiarostami, diretor de Gosto de Cereja, que ajudou a tornar "pop" o cinema Iraniano nos anos 90. Ou seja, não tem nada de leve no filme, que no fim é um grande "papo cabeça" filmado (daria pra comparar com Meu Jantar com André, Ponto de Mutação e até os Antes do Amanhecer/Pôr do Sol).

Um escritor inglês está na Toscana pra promover o seu livro, que é um debate filosófico sobre as diferenças entre obras de arte originais e falsificações. Ali ele conhece uma mulher (Binoche), e os dois passam o resto do filme passeando e conversando. Só que em determinado momento a gente percebe que eles não tinham acabado de se conhecer, mas na verdade são marido e mulher e estão numa espécie de jogo (o casal está em crise).

O problema aqui é o seguinte: se você vai fazer um filme que é basicamente um diálogo intelectual, você tem que garantir que esse diálogo seja absolutamente brilhante, estimulante. Aqui ambos os personagens são igualmente confusos, limitados, deprimidos e ficam falando bobagens achando que são grandes pensadores (lembrei de uma frase que li essa semana no Facebook: "Tão frequentemente o intelectual é um imbecil que o deveríamos sempre tomar como tal, até que nos tenha provado o contrário.").

Orson Welles abordou o tema da falsificação versus o real de uma forma muito mais inteligente em 1973, no falso documentário F for Fake.

Pra mim o mais interessante do filme é que ele acaba demonstrando indiretamente a relação entre amor e arte, e como as pessoas lidam com as duas coisas de maneiras parecidas. No filme, o homem não sabe diferenciar o valor entre uma árvore milenar e uma escultura num museu... Pra ele, a árvore também é arte (!). Não é de se surpreender que ele também não saiba do que se trata o seu casamento.

Cópia Fiel (Copie Conforme / FRA ITA BEL / 2010 / 106 min / Abbas Kiarostami)

INDICAÇÃO: Fãs de Kiarostami e de filmes "bem franceses" do tipo A Criança, Propriedade Privada, etc...

NOTA: 4.5

terça-feira, 12 de abril de 2011

Pânico 4


Fiquei feliz porque não se trata de um "reboot" da série e sim de uma sequência legítima de Pânico com toda a equipe principal inclusive o roteirista Kevin Williamson e o diretor Wes Craven (de A Hora do Pesadelo). O filme continua com o mesmo clima dos anteriores, sem tentar "atualizar" a estética pros tempos atuais (câmera na mão, cenas de tortura, etc...) o que é um alívio. Claro que o elenco todo envelheceu depois de 15 anos (Neve Campbell continua bem, já Courtney Cox está bem estranha por causa das plásticas, chegando a prejudicar o papel) então pra manter o espírito de terror adolescente foram inseridos vários atores mais jovens na trama, que aliás se saem muito bem (tem o Rory Culkin que está a cara do irmão Macaulay, mas quem rouba a atenção mesmo é a Hayden Panettiere que participou de Heroes mas nunca tinha feito nada de relevante no cinema).

É o tipo de filme que ninguém leva a sério (ele nem pede isso) e talvez até por isso seja tão divertido... Quando o filme já começa sem a pretensão de ser "bom", ele pode relaxar e se preocupar em entreter - e ironicamente é aí que ele acaba sendo bom mesmo. Faz sentido? Na pré-estréia que eu fui a platéia estava tão em sintonia que rolou até aplauso pra Sidney Prescott numa cena chave. Claro que depois as pessoas saem da sala falando que o filme é "tosqueira", etc, mas inevitavelmente rindo. Diversão bem feita assim se vê apenas algumas vezes no ano hoje em dia... Pra mim é um hit.

Pânico 4 (Scream 4 / EUA / 2011 / 103 min / Wes Craven)

INDICAÇÃO: Quem curtiu os outros 3, da série Premonição, Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado, etc.

NOTA: 7.5

sábado, 9 de abril de 2011

Rio


Achei apenas comum, longe do requinte artístico da Pixar ou mesmo do humor afiado de A Era do Gelo (também de Carlos Saldanha). Pra mim essa foi a maior surpresa, até porque o maior diferencial de A Era do Gelo era o humor... o timing perfeito, o toque de humor negro... Mas vendo Rio ficou a impressão de que isso não vinha de Saldanha mas provavelmente dos roteiristas, co-diretores ou de alguma inspiração passageira.

Canções esquisitas, falta de cenas memoráveis, vilões fracos que não intimidam, romance que não empolga... Realmente não me impressionou. O pior é que eles perderam a oportunidade de mostrar uma versão positiva do Brasil, algo raro por aqui e que parecia ser a proposta do filme pelo trailer. Mas vemos aqui um Rio de Janeiro misto, realista, que tem por um lado a beleza natural, as festas, e por outro o crime e a miséria... Aliás quando lembro do filme, lembro principalmente das cenas de favela... A sequência da Sapucaí por exemplo parece ter sido enfiada no roteiro de última hora e não têm muito propósito.

Se fizerem um brinquedo do filme em Orlando, o mais provável é que seja um passeio na favela da Rocinha em cima da moto roubada.

Rio (Rio / EUA / 2011 / 96 min / Carlos Saldanha)

INDICAÇÃO: Quem gostou de Madagascar, A Era do Gelo, Monstros Vs. Alienígenas, etc.

NOTA: 6.0

quarta-feira, 6 de abril de 2011

VIPs


Continuo vendo os filmes mas ando sem muito tempo pra escrever. Vou ser mais breve esses dias.

Filme bem feito, bem interpretado. A comparação óbvia é com Prenda-Me Se For Capaz, que também contava a história real de um maluco que conseguia praticamente tudo apenas falsificando a identidade e sendo bom de papo (o interessante é que não se trata de malandragem; ele realmente assume outras personalidades e perde a noção de quem é).

Talvez falte uma mensagem, uma reflexão mais profunda, algum significado maior ao filme, além da mera diversão irônica de ver o personagem fazendo loucuras... O filme aposta mais no carisma de Wagner Moura, que no começo não convence muito como garoto de escola (talvez tivesse sido preciso uma luz especial, maquiagem, afinal Wagner tem 35 anos), mas depois como "bandido" ele vai muito bem.

Não chega a ser um grande roteiro, mas o personagem é interessante o bastante pra segurar o filme.

VIPs (BRA / 2011 / 95 min / Toniko Melo)

INDICAÇÃO: Quem gostou de Prenda-Me Se For Capaz, Meu Nome Não é Johnny.

NOTA: 6.5