segunda-feira, 23 de maio de 2011

Os Agentes do Destino


Baseado num conto de Philip K. Dick (Blade Runner, Minority Report) o filme é uma mistura curiosa de romance, fantasia e suspense, e talvez tivesse funcionado melhor como um episódio de Além da Imaginação. Matt Damon é candidato ao Senado quando conhece acidentalmente uma bailarina (a estranha da Emily Blunt) por quem ele se apaixona instantaneamente. Estava escrito que eles não deveriam se encontrar de novo, mas pelo visto o destino pode cometer falhas, e quando os dois se trombam uma segunda vez dentro de um ônibus, os "agentes" são enviados pra impedir que o romance aconteça (há uma explicação pra isso tudo e aparentemente o futuro do planeta depende desse relacionamento não ir adiante!). Os agentes do destino no fundo são anjos, que ficam na Terra fazendo pequenas alterações (derrubando café na sua camisa, fazendo a internet cair, etc), pra garantir que os humanos não atrapalhem o plano master de Deus (não, o filme não é uma comédia!).

Assisti ao filme interessado, mas não pela história - apenas chocado com o absurdo que estava vendo. O filme é o retrato de uma mentalidade louca, um mundo de ideias contraditórias, premissas erradas, conceitos mal definidos. Por um lado tenho que admitir que o filme é original, interessante, fala sobre ideias, só que ele parte de noções tão nonsense da realidade que o que a gente tem no final não chega a ser uma lição de moral, uma mensagem, é apenas caos. Histórias desse tipo, por mais fantasiosas que sejam, no fim sempre concretizam algum tipo de abstração que pode ser aplicada na vida real (em Matrix por exemplo, há toda uma lição de auto-estima, do poder da mente sobre a matéria, etc). Aqui não. O filme tem seu universo próprio, com regras insanas que não têm relação com nada, e qualquer tentativa de traçar um paralelo com a realidade será em vão.

A não ser, claro, que você acredite em forças do destino - que o amor é uma espécie de "sintonia" esotérica e inexplicável, e que existem anjos por aí te arrumando vagas no estacionamento.

The Adjustment Bureau (EUA / 2011 / 106 min / George Nolfi)

INDICAÇÃO: Quem gostou de Sem Limites, A Origem, Presságio, Minority Report, etc.

NOTA: 6.5

6 comentários:

lcattapreta disse...

nossa eu sempre achei que a internet caindo fosse uma obra de interventores do destino.
será que eu vou gostar?

renatocinema disse...

Eu gostei do Trailer....Pode ser bacana. Seu texto me animou a continuar acreditando no filme, mesmo que não espere muito.

Caio Amaral disse...

Laura, de repente a idéia do filme é sua e foi roubada da sua consciência por esses interventores, pra você não ficar famosa!! Rsrs. Ah, vai ver... Rende uma boa discussão no mínimo.

Renato, eu não tinha visto o trailer e fui ver o filme achando que era algo na linha Bourne ou Trama Internacional... Não sabia que era ficção, rss... Foi um choque completo.

lcattapreta disse...

eu vi :O
e voltei aqui.

não acreditei na estupidez que foi o final.
como vc disse é até interessante, como na parte em que os caras explicam pra ele o que acontecia com a humanidade qdo eles deixavam o destino ser conduzido por livre arbítrio, mas na boa que o filme tinha que ter terminado qdo ele larga ela no hospital, até então as regras fazem sentido ainda.

depois vira aquela insanidade de um cara ajudar, a água "atrapalhar", um ser humano poder passar pelas portas de usar o chapéu :s
e a PIOR: eles "merecerem" ficar juntos no final
parece coisa de conto de fada, se vc beijar o príncipe com amor verdadeiro o encanto se desfaz no final.

eu vi esse filme no avião, fui reparando que as pessoas iam desistindo dele rsrs.

vi outro tb que não sei se passou aqui, não sei o nome em português. chama "win win" com o paul giamati. gostei.

Caio Amaral disse...

Pois é Laura.. O filme é pretensioso, metido a ficção-científica séria, daí entra nessas regrinhas Harry Potter de ter que usar chapeuzinho, virar maçanetas pra esquerda, etc.. Acho que a premissa é muito ingênua pro filme se levar a sério.. Essa história de anjos derrubarem café, etc.. Se fosse uma comédia romântica leve tipo "E Se Fosse Verdade" (aquele com a Reese Witherspoon).. aí não teria muito problema..

Esse Win Win eu acho que ainda não veio pra cá.. Gostou?

lcattapreta disse...

é, ia ser mto engraçado como comédia romântica.

gostei sim, ainda mais depois do agentes do destino