sábado, 27 de abril de 2013

Homem de Ferro 3

Vem pra ser um dos maiores sucessos do ano esse terceiro Homem de Ferro (e talvez último - mas talvez não) que está de diretor novo (Shane Black, de Beijos e Tiros) e mostra Tony Stark lutando contra um novo vilão - o terrorista Mandarin que vem provocando explosões em lugares públicos nos EUA (o tema é tão atual que faz a maratona de Boston parecer uma estratégia de marketing do filme).

Não sou um grande fã da série (já explico o porque), mas achei esse o melhor até agora - alguns temas são melhores explorados, como a participação maior de Gwyneth Paltrow (um personagem que sempre achei sub-utilizado nos outros filmes), e detalhes como a presença de Ben Kingsley num papel divertido ou a de um garotinho que faz amizade com Tony Stark e dá um toque Disney pra produção. As cenas de ação também estão melhores e se passam em locações interessantes como o Chinese Theater, ou em queda livre quando Stark tem que catar várias pessoas que foram sugadas pra fora de um avião.

Minha implicância com o filme continua sendo aquilo que muita gente considera uma qualidade - a tentativa de tornar o herói mais "humano", mais frágil, menos sério (já discuti isso mais a fundo no texto do "herói envergonhado"). Atenção demais é dada às fragilidades de Stark, aos seus erros de cálculo e seus problemas emocionais (e o mais suspeito de tudo é o uso de humor - ele está sempre se ridicularizando, tirando sarro de sua fantasia, etc), não sobrando muito do lado herói. Sua armadura está danificada, constantemente quebrando, falhando (não há nenhum daqueles momentos de restauração plena) e ficamos com a impressão de que um homem comum poderia destruí-la facilmente com as mãos (SPOILER: o clímax do filme é a destruição das várias armaduras comemoradas com belíssimos fogos de artifício, passando uma mensagem anti-tecnologia!).


Quando vou ver um filme desse tipo, o sentimento chave que eu busco é o de admiração - aquilo que se sente quando um personagem faz algo surpreendente e está no auge de sua capacidade. Aqui, toda energia do filme parece ir contra esse sentimento. Stark realiza alguns atos de bravura, mas eles são muito menos intensos e convincentes do que seus momentos de fragilidade. Pegue a cena que falei onde ele tem que salvar as pessoas caindo do avião - a situação é promissora, mas em vez de uma sacada inteligente que faria a gente vibrar, a saída que ele encontra parece falsa e fisicamente impossível. Em várias outras situações importantes, quem resolve o problema é Paltrow, sua armadura agindo sozinha, ou mesmo o garotinho.

Enfim, gosto quando os heróis têm certas vulnerabilidades que fazem a gente se identificar - mas questiono a intenção do filme quando praticamente só existe isso e não sobra muito pra aplaudir. Fora isso, o filme é bem feito, diverte e tem um bom elenco que ainda inclui Guy Pearce, Don Cheadle e Rebecca Hall. Os fãs não irão se decepcionar.

Iron Man 3 (EUA, China / 2013 / 130 min / Shane Black)

INDICAÇÃO: Pra quem gostou do 1 e do 2, Os Vingadores, X-Men: Primeira Classe.

NOTA: 6.5

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