sábado, 4 de janeiro de 2014

Frozen: Uma Aventura Congelante (anotações)

- Não sabia que era musical! Fiquei mais interessado agora.

- Começo estranho com os homens cortando gelo. Se a história é sobre as duas princesas e a maldição de Elsa, filme devia começar estabelecendo isso, que já é complexo o bastante.

- Elsa precisaria cortar totalmente relações com a irmã só por tê-la machucado 1 vez sem querer? Muito artificial a trama.

- Imagens bonitas. Animação transmite classe e sofisticação.

- 3 primeiras músicas são ruins. Composições genéricas / clichês de musical.

- Princesa Anna é divertida. Mas Elsa é distante e sinistra. Amizade entre as irmãs é mal estabelecida. Não me faz torcer por uma união.

- Nada a ver a música em que Elsa foge e constrói o castelo de gelo. É dramática e triunfante, mas não há nada de triunfante nesse ponto da história (parece que estão querendo imitar o momento "Defying Gravity" de Wicked, mas totalmente fora de contexto). *agora postando no blog fui ver que a voz de Elsa é feita pela Idina Menzel, o que apoia essa teoria

- História desinteressante e relacionamentos desinteressantes: Anna ter que ir procurar a irmã antipática pra que ela traga o verão de volta. Não é uma meta que me empolga.

- É pra gente querer que Anna fique com Hans ou com Kristoff? Parte romântica não funciona.

- Péssima ideia a Elsa criar um monstro de neve pra expulsar irmã do castelo. Isso não foi acidental. Ela quase mata a irmã. Elsa de fato é uma vilã (é totalmente diferente de Wicked). Anna deveria cortar relações com ela.

- Trolls são feios e não parecem pertencer à esse filme. Produtores acham que todo desenho precisa ter criaturinhas pequenas e engraçadas, então enfiam esse tipo de coisa mesmo onde não cabe.

- Filme ensina que auto-sacrifício é sinônimo de amor. Detona Ralph também tinha essa ideia (e é dos mesmos criadores).

CONCLUSÃO: História mal elaborada, confusa e cheia de ideias ruins. Filme parece ter sido feito por executivos insensíveis que não têm nenhum interesse real em entretenimento. Só querem o dinheiro, e usam um monte de fórmulas de filmes infantis de maneira aleatória, sem refletir sobre as funções reais delas.

(Frozen / EUA / 2013 / Chris Buck, Jennifer Lee)

FILMES PARECIDOS: Enrolados, Detona Ralph, A Princesa e o Sapo.

NOTA: 4.0

15 comentários:

Yasmin disse...

A melhor crítica do filme que já vi. Discordo só da parte do auto-sacrifício (em prol de outra pessoa). A única coisa ruim desse auto-sacrifício é que ele foi feito em vão, por uma pessoa que nem valia a pena.
E só uma correção: Foi Elsa que criou o boneco de neve e não Anna.

Caio Amaral disse...

Valeu Yasmin.. esse lance auto-sacrifício no fim do filme pra salvar o amigo é um clichê que anda muito desgastado... e que além disso transmite valores q eu nem sempre concordo.. na minha postagem "10 Tendências Irritantes em Hollywood" eu discuto um pouco mais o tema. Abs!

http://profissaocinefilo.blogspot.com.br/2014/11/10-tendencias-irritantes-em-hollywood.html

Anônimo disse...

Caio , voce lembra que a uns 2 anos atras , discutimos sobre frozen ter ou não uma continuação.. voce falou que não teria como ter de forma alguma pelos desfechos de acontecimentos do 1 filme... então em pleno 2019 esta oficialmente divulgado a continuação

Anônimo disse...

Na verdade, acho que fui eu que falei contra uma continuação de Frozen. Em geral contos de fada não pedem nem precisam de continuação, seus temas se esgotam no "foram felizes para sempre". Como ir além disso? A Disney pode fazer uma continuação de Frozen pelo interesse financeiro. Mas a história, que já quase inexistia no filme original, pede isso? Tenho minhas dúvidas se uma continuação será uma boa idéia, a fórmula dá claros sinais de esgotamento. O curta 'longo' "Olaf's Frozen Adventure" produzido pela Disney para preceder a exibição do Coco da Pixar nos cinemas, foi tão rejeitado pelo público americano que acabou tirado de circulação, e acho que nem passou no Brasil. Nas queixas contra o curta podia-se ver muitos dos problemas de Frozen, o fato de ter musiquinhas em vez de história, e o relacionamento obsessivo, quase incestuoso, entre Anna e Elsa. O próprio fato de terem transformado o alívio cômico em protagonista já indica que não há muito mais o que fazer com as personagens centrais titulares. Podem inventar uma continuação, mas parece difícil fazer uma boa história.
Pessoalmente, acho a Elsa pouco interessante. Ela é poderosa demais para ser uma boa protagonista. Ela nunca estaria em perigo real, se não tivesse tanto medo. É um problema que vejo hoje em muitos filmes de super-heróis, na Matilda de Danny de Vito, ou na Lucy de Luc Besson. Qual a graça de um protagonista que pode tudo? A Matilda, além de super-dotada, tinha poderes paranormais de telecinesia. Quem não enfrentaria qualquer situação desse jeito? A vilã Agatha Trunchbull não é um páreo real para Matilda, e é porque ela era uma uma grande vilã. Personagens superpoderosos funcionam melhor como vilões, ou como ajudantes eventuais dos heróis, como o gênio de Aladdin. E acho mais interessante quando heróis sem superpoderes vencem vilões poderosos. Como no final de A Pequena Sereia, quando Eric e Ariel vencem Ursula. Ou quando Aladdin vence Jafar mais pela esperteza.
Pedro.
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Caio Amaral disse...

Fiquei com a sensação pelo trailer de que a Elsa estará mais boazinha nessa parte 2.. e não será de novo a causadora dos problemas.. espero que seja assim mesmo.. Elsa e Anna mais unidas combatendo um mal externo, etc. O que me incomoda geralmente com super-poderes é a falta de objetividade em relação às forças de cada personagem.. nos filmes da Marvel por exemplo é tudo muito aleatório.. às vezes 1 herói sozinho parece ser onipotente.. e às vezes 35 heróis juntos não conseguem matar 1 único vilão.. dependendo do que for conveniente pro momento do roteiro.. no fim tudo cai pro emocional.. quando o personagem está emocionalmente forte, tem algum pensamento que eleva sua autoconfiança.. ele subitamente pode tudo.. assim como ocorreu agora com a Fênix Negra, que diz uma frase de efeito do tipo "você está errada, minhas emoções me fortalecem!" e de repente se torna infinitamente poderosa..

Anônimo disse...

Irão combater quem, o Thanos? Só se for alguém isso pra se meter com alguém tão exageradamente poderoso. E quem precisa da Anna pra alguma coisa?
Pedro.

Anônimo disse...

Superpoderes podem tornar um personagem muito impressionante num primeiro momento, mas tem o inconveniente de tornar as coisas um fáceis demais para eles. Matilda só superou sua vida horrível porque tinha poderes paranormais? Quando pensei nisso o filme me pareceu bastante deprimente. E superpoderes tornam os personagens distantes demais de nós para se estabelecer alguma identificação. Batman é um dos poucos super-heróis realmente interessantes porque ele é um homem comum, vulnerável, apesar de sua parafernália e sua enorme fortuna. Ele não é um quase-deus, como o Super-homem ou a Mulher Maravilha.
Pedro.

Dood disse...

Mas Batman é um Deus Ex Machina no quesito inteligência. Chega ser absurdo assim como as soluções do Tony Stark no último Vingadores.

Acho legal quando se tem umn poder, uma habilidade comum ou incomum. Só que seja algo que o personagem faça o uso com maestria. Isso me lembra campanhas de RPG que o livro de regras dizia que o personagem não deveria ser conhecido pelo seu poder e sim pela sua história e narrativa. O poder é só um tempero pra ele.

Anônimo disse...

Pode ser. Mas é um traço comum das histórias policiais, desde Sherlock Holmes, que todo investigador seja incrivelmente inteligente. Exceto em algumas histórias policiais em que a violência prepondera sobre o cérebro, como nas novelas de Mike Hammer, do Mickey Spillane. E uma superinteligência ao menos ainda é uma coisa plausível, não coisa absurda como a Mulher Maravilha suportar um raio laser capaz de partir uma montanha, como ocorreu num episódio daquela séria com a Lynda Carter.
Pedro.

Caio Amaral disse...

Não gosto muito de "super-poderes mentais" como na série Sherlock, por exemplo.. até porque geralmente eles me impedem de acompanhar a trama direito, ter clareza, validar as conclusões do personagem, etc.. Mas enfim, o elemento de fantasia num filme não me impede de me identificar com os personagens.. eu não me identifico mais com um personagem que não tenha poderes, e menos com um que tenha poderes necessariamente... numa fantasia, vc tem que abstrair desses detalhes, e tentar extrair algo da história que se aplique à sua vida.. de maneira menos literal.. Mas mesmo num filme realista, eu também não me identifico com um personagem por ele ser da mesma idade, raça, sexo, altura que eu.. a verdadeira identificação é com base em valores.. não nesses aspectos mais concretos.. abs!

Anônimo disse...

O problema de personagens muito poderosos não é só que eles se tornam muito distantes, é que se torna difícil criar boas histórias para eles. Superpoderes e magia presumivelmente permitem resolver tudo facilmente. Talvez até por isso as histórias com personagens superpoderosos ou mágicos foquem mais nas suas fraquezas, hoje em dia.
Pedro.

Dood disse...

Depende, algo nos moldes do Superman é bem executado. Sendo que ele mesmo tem suas limitações definidas (poder dele vem da luz solar terrestre) e uma fraqueza (Kriptonita).

Caio Amaral disse...

Gosto de muitos filmes onde os personagens têm poderes.. não é sempre que isso impede a história de funcionar, de ser crível.. em "E.T." por exemplo, se você analisar tudo de maneira fria, você poderia se perguntar "ah, mas se o E.T. pode voar, por que no começo do filme então ele não saiu voando e entrou na nave antes dela decolar?". Questionamentos assim te impediriam de aproveitar a maioria dos filmes que envolvem fantasia.. ou até filmes mais realistas.. Mas não é assim que se deve ver um filme na minha visão. Depende de qual é o foco da história, da cena, do que o filme está tentando te "vender".. "E.T." não é sobre a força e eficácia dos poderes de E.T., é sobre a amizade entre ele e o menino.. é isso que precisa ser crível, fazer sentido pro filme funcionar.. já num filme onde o foco é a habilidade do herói (não precisaria nem ser um super-poder, pode até ser um filme de esporte por exemplo), daí você precisa acreditar nos poderes, nas habilidades do protagonista, pra ficar inspirado.. pois o foco aqui é o sentimento de orgulho, autoestima. Da mesma forma, eu não fico o tempo todo buscando furos de roteiro numa comédia romântica, ou reclamando que Jack caberia em cima da porta junto com a Rose em Titanic.. mas se é um filme que se gaba do fato de ter uma trama engenhosa, lógica, inteligente, se é isso que ele "vende", como discuti em "Um Contratempo" por exemplo, daí sim eu preciso acreditar no brilhantismo lógico da trama pra ficar satisfeito, pois esse é o valor que o filme está promovendo (claro que furos de roteiro grotescos podem ser prejudiciais até pra um filme onde o foco não seja o realismo trama.. não estou fazendo uma apologia à burrice, hehe) abs!

Anônimo disse...

Nunca tinha reparado nessas falhas em "E.T.". Não costumava reparar muito em furos de roteiro, talvez esteja ficando mais implicante com a idade. Mas parece que muitos filmes atuais saem com furos óbvios, ou com o que os críticos americanos chamam de "idiot plots", histórias que só existem porque todos os personagens agem como idiotas, porque se qualquer fizesse uma coisa sensata a história acabaria. "Detona Ralph" e "Frozen" são os casos mais notórios de "idiot plots" na Disney. Ainda no caso dos filmes da Dinsey, a magia anda ocupando um lugar excessivo que prejudicando a própria história. No passado, "A Bela Adormecida" já foi um caso de magia em excesso, que tirou quase toda utilidade do príncipe como personagem. "Moana" padece do mesmo mal, e ainda por cima diz isso com todas as letras para o caso de algum espectador não notar, fazendo o Maui perguntar porque o oceano não leva ele mesmo a pedra mágica ao seu destino.
No caso de "Frozen", talvez o verdadeiro culpado pelos problemas da história tenha sido a animação russa "O Reino Gelado", que saiu um pouco antes, contando a história da Rainha da Neve de Andersen de um maneira mais próxima ao original, o que a Disney a reinventar sua produção já em andamento, e se perdendo no caminho, e o resultado foi que, mesmo que "Frozen" tenha feito sucesso, perdeu todo o simbolismo da história de Andersen. Os roteiristas esqueceram que a Rainha da Neve era um símbolo, não uma pessoa , e que o frio e o gelo na história era um símbolo da falta de amor. Um coração congelado é um coração incapaz de amar. Esse simbolismo foi perdido e a Disney vendeu ao mundo uma espécie de história de X-Men, com vestidinhos.
Pedro.

Caio Amaral disse...

Em E.T. é uma decisão deliberada, tanto que eles brincam com isso no próprio filme.. um dos garotos da turma pergunta pro Elliott, "O E.T. não pode simplesmente voar até a nave?". Elliott responde em tom de deboche: "Estamos na realidade, Greg". Não me incomoda, pois teria sido fácil criar uma explicação qualquer (de repente E.T. só consegue fazer objetos inanimados levitarem, não organismos vivos, por isso precisam de algo como uma bicicleta pra voar - ou então seus poderes só são ativados em condições emocionais específicas, afinal o filme deixa claro que o físico e o emocional de E.T. estão totalmente interligados). Agora se ele fosse uma criatura que voasse o filme todo tipo Superman, e num momento crucial do roteiro não conseguisse voar sem explicação.. aí sim pareceria um roteiro preguiçoso.. Enfim, como disse, acho bobagem implicar com esse tipo de detalhe (assim como pessoas que ficam obcecadas com erros de continuidade em filmes, etc), só me incomoda quando é algo que compromete justamente a virtude que o filme está vendendo.. e prejudica a experiência dramaticamente.. ou então quando o filme é mal intencionado, usa furos de lógica com o objetivo de incomodar o espectador, etc, aí eu pego mais no pé. abs.