domingo, 19 de janeiro de 2014

Virgínia (anotações)

- Por que um autor famoso iria querer lançar seu livro numa cidadezinha dessas?

- Áudio estranho. Vozes às vezes parecem ficar em segundo plano enquanto outros elementos estão evidentes demais. Será que é assim mesmo ou é defeito do cinema?

- Conflito inicial interessante (ele não querer escrever mais uma história comercial só pra ganhar dinheiro). Mas depois o personagem parece acabar cedendo e o conflito deixa de existir.

- Premissa meio batida - lembra A Janela Secreta e outras histórias do Stephen King. O filme só não parece um clichê porque a direção e a fotografia são esquisitas.

- Excesso de fantasia. Pelo menos a parte real do filme deveria parecer real. Mas tudo tem cara de sonho.

- Processo de escrita dele é terrível... Não há nenhum planejamento... Não é acidental que ele esteja com bloqueio!

- Personagens discutem técnicas de narrativa, a necessidade de se ter uma boa história, um final de impacto, de não se perder em exercícios estilísticos, etc. Mas o próprio filme Virgínia não parece aplicar esses princípios.

- Investigação não é envolvente. Autor não tem nenhuma ligação pessoal com o massacre e ao longo do filme não parece estar correndo nenhum risco. Meu interesse é saber se ele vai escrever o livro ou não, se vai ceder às exigências da esposa, e não descobrir o que houve na cidade, etc.

CONCLUSÃO: Trama desinteressante e sem valores importantes em jogo. Coppola parece mais interessado em discussões cerebrais sobre técnicas de escrita do que de fato em criar um thriller envolvente.

(Twixt / EUA / 2011 / Francis Ford Coppola)

FILMES PARECIDOS: 1408, A Janela Secreta.

NOTA: 4.0

2 comentários:

Anônimo disse...

Quando vi na sua lista de piores filmes, vim aqui dar uma olhada. A minha reação lendo foi tipo assim: "ok, ok, é isso não é legal mesmo, interessante, ok" De repente leio "Coppola". Ah não, aí é sacanagem, só podia ser implicância sua, ninguém fala mal do Coppola, ele é um dos deuses do Olimpo do cinema (eu não acho isso, mas tente criticá-lo entre fãs). Tive que ver o filme com meus próprios olhos... e ouvidos.

Depois que acabou, eu não pude acreditar que o responsável por clássicos consagrados fez esta pérola. Não me entra na cabeça que o Coppola não colocou Alan Smithee ao invés do nome dele. Deveriam ter chamado Lloyd Kaufman pro projeto de uma vez por todas.

Minha indignação não cabe em apenas dois parágrafos, tive de fazer um terceiro. Como Coppola dirigiu esse filme, ele tava sob efeito de "tóchicos"? Lobotomizaram ele? Os reptilianos o obrigaram a fazê-lo? Tantas questões, tão poucas respostas.

Caio Amaral disse...

Oi, que bom que não gostou, rs. Eu não sou fã do Coppola; acho O Poderoso Chefão muito bom, e também Apocalypse Now.. talvez A Conversação, One From the Heart... Mas dos anos 80 pra frente ele fez muita coisa fraca.. e dos anos 2000 pra frente só vi coisas péssimas mesmo.. Ele pra mim é mais ou menos como o Ridley Scott.. quando tem um bom material pode ser um excelente realizador.. mas é muito inconstante e não sabe manter um padrão alto de qualidade.