sábado, 20 de dezembro de 2014

Êxodo: Deuses e Reis


- Elenco de primeira e produção grandiosa dão um tom respeitável pro filme. Embora essa "grandiosidade" com cara de computação gráfica não chegue aos pés dos épicos de antigamente como Ben-Hur, etc. 

- Christian Bale transmite força mas não está muito gostável. Esses épicos de hoje exageram muito na testosterona: os protagonistas estão sempre fazendo cara de "macho", preocupados em parecerem durões, e esquecem de criar um vínculo emocional com a plateia.

- Começo do romance muito sem graça. Odeio essas "étnicas" belas e sem personalidade que aparecem e conquistam o herói pela aparência.

- Produção tem mais nível que a média, mas ainda assim Ridley Scott parece estar no "piloto automático". Nada no filme soa surpreendente, inovador, autêntico. Há um pouco da Mentalidade Clichê.

- Roteiro fraco, pouco estimulante intelectualmente, e sem força dramática. A rivalidade entre Moisés e Ramsés não funciona: inclusive o Ramsés às vezes me parece mais carismático do que Moisés, a ponto de eu ficar com pena dele e achar a atitude de Moisés agressiva e detestável. Talvez esse seja o problema mais grave do filme. Nem as pragas são empolgantes de ver... Estou mais com pena da população do que curtindo o espetáculo. E é horrível que essa violência toda esteja sendo causada pelo "time" de Moisés e Deus - os supostos mocinhos.

- Filme não consegue criar muita admiração por Moisés. Não é preciso muita inteligência pra ganhar essa guerra quando Deus está do seu lado usando poderes mágicos.

- SPOILER: Sequência mais interessante do filme é a ação final no Mar Vermelho. Embora algumas coisas sejam muito excessivas (Moisés e Ramsés serem pegos pela onda e não morrerem é absurdo). E os múltiplos tornados também são um exagero. Filme catástrofe é legal quando se passa no nosso mundo (no presente, em grandes cidades como Nova York, etc). Mas não há tanta graça em ver tornados e tsunamis num universo que já é fantástico.

CONCLUSÃO: Produção acima da média mas não funciona dramaticamente (conflito entre Moisés e Ramsés é mal desenvolvido e não faz a gente se interessar pelos personagens e pela história).

FILMES PARECIDOS: Noé / Pompéia / 10.000 A.C. / Cruzada

NOTA: 6.0

2 comentários:

Anônimo disse...

Já pensou se a representação de Moisés fosse fiel a bíblia: Moisés era o homem mais manso que já existiu (conforme diz o novo testamento), tinha gagueira e o seu irmão de sangue, Arão, era o porta-voz para conversar com o Faraó? Como seria o resultado? Será que as pessoas iriam gostar?

Caio Amaral disse...

Sei lá, nunca li a Bíblia.. mas se a história sobrevive há milênios, no mínimo ela deve funcionar dramaticamente né.. hehe.