quinta-feira, 19 de março de 2015

A Série Divergente: Insurgente


- Gosto da atitude pró-individualismo, pró-liberdade da premissa.

- Como no primeiro filme, não acho o casting ideal. Shailene Woodley não me convence muito como guerreira e a Kate Winslet definitivamente não nasceu pra ser vilã. 

- Conflito por conflito: filme fica inventando situações de perigo aleatoriamente, que não têm grande importância pra trama, só pra ter alguma ação e prender a atenção da plateia.

- O filme tem um tom chato, é todo feito de relacionamentos conflituosos, negativos (se enquadra nas "Tendências Irritantes em Hollywood" 3, 4, 5, 6 e 7). As pessoas estão o tempo todo com cara de dor, de tédio, de culpa, de indignação (mesmo entre amigos) e ninguém parece ter um pingo de prazer no filme todo. Tudo é escuro e chato. Os produtores devem achar que isso dá um tom de "maturidade" pra produção.

- Por que ela se sente tão culpada pela morte de certas pessoas? Não foi de fato culpa/intenção dela. Não é um conflito interno tão terrível assim.

- SPOILER: Adorei que o Quatro atira no Eric (o clichê seria ele ter compaixão e abaixar a arma). 

- A heroína é muito reprimida pro meu gosto. Não tem confiança, vontade própria, nem gosta de ser Divergente - tudo o que ela quer é "segurança" e não machucar ninguém. É como se as virtudes dela não viessem de seu caráter, mas fossem pura sorte, uma herança genética - e ela se sentisse obrigada a usar seus poderes pra ajudar os outros, pro bem da comunidade.

- A trama também não é muito envolvente. Por que a tal caixa, se aberta, mudaria o destino todo da sociedade? A Kate Winslet pode simplesmente ignorar a mensagem dos Fundadores ou interpretá-la de outra forma. O roteiro não cria um grande interesse pelo que vai acontecer.

- SPOILER: Roteiro muito fraco: Tris morrer e depois ressuscitar sem mais nem menos, depois a pior cena do filme: ela lutando contra sua pior inimiga - ela mesma (!).

- Muito mal explicada a mensagem dos fundadores! Qual o propósito deles ao criarem a sociedade? Faz algum sentido? Politicamente não há muita consistência. 

CONCLUSÃO: Bem produzido mas não acrescenta muito ao primeiro filme e continua parecendo uma imitação inferior de Jogos Vorazes.

(Insurgent / EUA / 2015 / Robert Schwentke)

FILMES PARECIDOS: Maze Runner / O Doador de Memórias / Jogos Vorazes / A Hospedeira

NOTA: 5.0

3 comentários:

Anônimo disse...

No primeiro filme do Bob Esponja uma repórter perguntou ao Sirigueijo porque ele inaugurou um segundo restaurante exatamente idêntico ao primeiro, ambos posicionados justamente um ao lado do outro. A resposta foi uma única palavra: Dinheiro!
(*agora me retiro para que interpretem a profundidade de minhas declarações traçando um paralelo com adaptações de best-seller*)

Anônimo disse...

Tudo o que a heroína quer é "segurança" e não machucar ninguém? Outra Elsa, então? Estou perguntando de brincadeira, mas como você mesmo disse uma vez, Caio, já que Frozen fez tanto sucesso, talvez acabem mesmo repetindo o tipo em escala industrial.

Caio Amaral disse...

Haha, aulas de economia com Bob Esponja!

Olha, não acho q seja influência da Elsa.. há muitos anos que é tendência esse tipo de herói menos ambicioso, ou "envergonhado' como costumo chamar.. o caso da Elsa é um pouco diferente, pq o problema ali pra mim é a Elsa ter um caráter ambíguo.. ser meio heroína e meio vilã.. aqui não existe isso.. Tris é 100% do bem.. só que o filme foca muito nas inseguranças dela, no lado vítima/sofredora.. e o lado líder não é tão convincente..