sábado, 13 de junho de 2015

Sangue Azul

ANOTAÇÕES

- Nunca é um bom sinal quando vemos vômito na primeira cena...

- Daniel de Oliveira é bom e está lindíssimo (dá até pena de ver tanto potencial usado num filme desse gênero). Daniel e as paisagens bonitas de Fernando de Noronha tornam o filme minimamente agradável de assistir. Mas o personagem não convence muito. Como ele ganhou dinheiro e viajou o mundo todo com roupas elegantes, etc? Sendo homem-bala num circo de quinta categoria?

- Naturalismo / monotonia / falta de enredo: o filme parte da premissa que retratar uma cultura, uma comunidade, já é motivo o bastante pra se fazer um filme - mesmo que essa comunidade não tenha nada de especial. Na verdade, o fato de não haver algo de especial parece ser o que motiva o cineasta: ele está passando a mensagem de que todas as culturas são equivalentes, igualmente interessantes, que não é preciso ter nada de "especial" pra ser tema de um filme, que não podemos julgar, que devemos ter tanto respeito pelo circo mostrado no filme quanto pelo Cirque du Soleil, etc.

- Mas o cineasta não quer entediar totalmente o espectador: então ele apela frequentemente pra cenas de sexo e corpos bonitos pra prender a atenção. Se o filme fosse consistente, ele teria usado atores menos atraentes e criado cenas de sexo feias.

- Visão negativa das pessoas, do mundo, dos relacionamentos. Os personagens não têm vidas interessantes, parecem decadentes, parados no tempo.

- O filme tenta adquirir profundidade através de frases soltas ditas pelos personagens, o que soa preguiçoso. E as frases são sempre pessimistas ("A certeza plena é a maior covardia... Apenas a dúvida e o risco colocam em movimento").

- Por que o Daniel de Oliveira trata a mãe com frieza? Não entendemos direito e soa artificial... O filme se contenta em passar a impressão de que as relações são "complexas" e a vida é feita de traumas.

- Longo demais pra esse tipo de narrativa. A plateia já está entediada na Parte 4 e o filme continua filmando coisas monótonas, a água pingando na pia por 1 minuto, etc. No fim, pra apelar, joga uma cena de sexo gay, depois uma outra de incesto, e acha que teve um clímax.

CONCLUSÃO: Filme tedioso, com valores negativos, que só tem um pouco de encanto por causa das paisagens e do carisma pessoal do Daniel de Oliveira.

(Sangue Azul / Brasil / 2015 / Lírio Ferreira)

FILMES PARECIDOS: O Palhaço / 360

NOTA: 2.5

3 comentários:

Djefferson disse...

Caio, eu cá com os meus botões estava pensado: "faz tempo que não assisto um filme nacional, vou dar uma olhada lá no Profissão Cinéfilo ver se o Caio gostou de algum". Porque geralmente concordo com você. No entanto os filmes nacionais têm recebido notas muito baixas aqui.

Então pergunto-lhe: pode recomendar algum filme nacional bom que não tenha ficado em evidência (Cidade de Deus, Carandiru, etc), que não seja um "clássico" e seja mais ou menos recente?

Caio Amaral disse...

Dos últimos tempos os que eu mais gostei foram: O Lobo Atrás da Porta, Trinta e Hoje Eu Quero Voltar Sozinho! Já assistiu?? Abs.

Djefferson disse...

Oi Caio. Não assisti nenhum desses acima. Hoje Eu Quero Voltar Sozinho pensei que fosse estrangeiro. Agradeço as indicações.