quinta-feira, 2 de julho de 2015

O Exterminador do Futuro: Gênesis

ANOTAÇÕES:

- Coisas muito grandiosas acontecem logo nos primeiros minutos em termos de efeitos especiais (bombas atômicas, etc). Fica difícil de se impressionar com o que vem depois.

- Incrível o efeito do Arnold Schwarzenegger rejuvenescido!!! Divertidas essas cenas do começo que reconstituem o Exterminador de 1984.

- Frustrantes as entradas do Schwarzenegger (velho) e da Sarah Connor. A plateia está confusa demais se perguntando o que eles estão fazendo aí - em vez de uma surpresa empolgante, acaba sendo um anti-clímax.

- Emilia Clarke está errada como Sarah Connor. Ela tem cara de adolescente mimada, e não de uma mulher forte como era a Linda Hamilton. A relação entre o trio principal não é bem construída. 

- Ridículo a Sarah chamar o Exterminador de "Pops". O filme é cheio de piadinhas e toques de humor inapropriados que quebram a seriedade do filme. Nos outros filmes existiam toques de humor, mas os atores sempre pareciam pessoas sérias, não personagens bobos de sitcom. Pelo menos o filme não foi pro lado sombrio, o que já é um avanço.   

- Ainda nem estamos entendendo a história, envolvidos com os personagens, e o filme já embarca em várias cenas de ação intensas e cheias de efeitos especiais que acabam soando gratuitas e frustrantes. A ação está desconectada do drama (por exemplo, o T-1000 perseguindo o carro). O diretor está brincando de recriar imagens dos filmes antigos, e não está pensando muito na experiência da plateia. 

- A história é muito confusa, a ponto de não dar pra acompanhar. Tramas que envolvem viagem no tempo precisam ser muito claras e bem apresentadas. Aqui não dá pra saber se o que está acontecendo faz sentido, ou se o roteirista é simplesmente desleixado. O legal de viagem no tempo é você ser transportado pra outras realidades, se surpreender com elementos de uma época surgindo em outra, etc - mas é um tédio ver personagens conversando o tempo todo a respeito de linhas do tempo. 

- É chato não haver protagonistas "normais", que não saibam nada a respeito do futuro, dos exterminadores, etc. Todo mundo aqui já vive num universo de ficção-científica, então não há surpresa.

- Em todos os aspectos o filme demonstra falta de inteligência, de senso de drama... Por exemplo: a cena em que o médico está costurando as costas da Sarah Connor, e ao mesmo tempo está no celular falando com alguém (!), só pra revelar uma informação importante pra história. Ou então o John Connor entrar no hospital do nada e encontrar a mãe: algo totalmente inesperado, um momento mal dirigido, e que à primeira vista não faz sentido... Parece que o filme foi escrito por estagiários. 

- SPOILER: John Connor virar "do mal" nesse filme não é uma reviravolta empolgante como foi a do Schwarzenegger, que era vilão no primeiro filme e se tornou herói no segundo, ou a da Sarah Connor, que era ingênua no primeiro e depois ficou "durona". John Connor se tornou um personagem detestável e sem carisma!

- O ônibus dando piruetas no ar e caindo da ponte é muito artificial (aliás, por que eles estão num ônibus escolar?). As cenas de ação não são nada boas. 

- SPOILER: É interessante a ideia do Schwarzenegger fazer um "upgrade" e virar um T-1000, mas é tudo tão rápido e mal explicado que acaba parecendo uma reviravolta tola.

CONCLUSÃO: Alguns momentos do começo são divertidos pela nostalgia, mas depois o filme se torna uma bagunça mal escrita, com muito pouco do talento e da criatividade que havia nos filmes do James Cameron.

(Terminator Genisys / EUA / 2015 / Alan Taylor)

FILMES PARECIDOS: Godzilla (2014) / Thor: O Mundo Sombrio / O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas / Jurassic Park III

NOTA: 4.5

4 comentários:

Rodrigo E. disse...

Nossa, é ruim mesmo né? Difícil de acreditar, depois do trailer e do marketing que foram tão bem elaborados!

Acho a Emilia Clarke talentosa, e esperava que ao menos por ser um filme de uma franquia de renome, isso abrisse as portas pra ela no cinema. Mas acho que foi mais má propaganda pra ela que outra coisa, infelizmente.

Caio Amaral disse...

Oi Rodrigo.. como eu não assisto Game of Thrones não sei dizer se acho ela boa, etc.. acho que o problema aqui foi mais o casting mesmo.. não é problema dela ser boa/má atriz.. às vezes a atriz é excelente, só não é a melhor escolha pro papel né.. abs!

Anônimo disse...

É raro que um ator ou atriz de seriado faça sucesso no cinema. A maioria fica marcada demais pelos personagens que interpretam por anos seguidos. Mesmo contando com muita simpatia dos críticos, a Gillian Anderson do Arquivo X não emplacou na tela grande. Provavelmente vai ocorrer o mesmo com a Emily Clarke, a Daenerys do Game of Thrones. Só o visual incomum dela na série vai bastar para marcar tanto que as pessoas vão acabar estranhando ela com qualquer outra aparência em filmes.

Caio Amaral disse...

Pois é.. alguns superam isso.. como o George Clooney, Bruce Willis, Will Smith, Sally Field.. Não é regra, mas às vezes pode ser um obstáculo mesmo.