terça-feira, 26 de abril de 2016

Amor por Direito

NOTAS DA SESSÃO:

- É um dos raros romances gays que eu vejo onde a história é contada de uma maneira relativamente universal: onde mesmo você não sendo lésbica, é possível você se identificar com romance, entender a conexão entre as 2... Não se trata de atração sexual, mas de 2 pessoas que se complementam em termos de temperamento, qualidades, etc (mesmo assim, na primeira cena de beijo, uma família mais "simples" que estava no cinema perto de mim levantou e foi embora, rs).

- As personagens têm bom caráter, a relação é positiva e a Ellen Page e a Julianne Moore estão ótimas.

- Divertida a maneira como a Ellen Page descobre que a Julianne Moore é policial.

- Ao contrário de Carol, onde o filme foca apenas no relacionamento e nada mais parece acontecer, aqui o roteiro equilibra vários temas, tornando a narrativa mais interessante: o desenvolvimento do romance, a trama policial, a questão do preconceito no trabalho, a saúde da Julianne Moore, e finalmente a questão do casamento gay que é a discussão principal do filme.

- Parece um estereótipo uma lésbica trabalhar como mecânica e a outra como policial. Mas como a história é verídica a gente aceita, rs. Engraçada a cena da Ellen Page competindo com o outro mecânico pra ver quem troca as rodas mais rápido.

- De novo filme da Julianne Moore com doença terminal?? Pelo menos, assim como em Para Sempre Alice, o filme consegue contar a história com uma atitude positiva, sem apelar pro desagradável.

- Politicamente o filme também é corretíssimo. Não é como As Sufragistas, que apesar de defender uma boa causa, acaba sendo desonesto e imoral. Aqui elas simplesmente buscam o que é justo, de maneira pacífica, responsável e inteligente, sem distorcer a realidade e sem caracterizar os conservadores como monstros sanguinários.

- O elenco todo está bem, inclusive Michael Shannon, Steve Carell e Josh Charles (que eu não via no cinema acho que desde Três Formas de Amar).

- O filme é convencional, previsível, lembra outros filmes com tema semelhante, não tem nada de extremamente original, etc. E a história não é das mais dramáticas, talvez pelo conflito não ser tão intenso; os "vilões" da história são apenas pessoas um pouco indecisas - não é um duelo épico entre pessoas de valores opostos. Ainda assim a história é bem contada e a maneira como elas vão virando o jogo é satisfatória e agradável de acompanhar.

- Os personagens transmitem um senso de integridade que é um prazer de assistir. Por exemplo: o policial que, após a resistência inicial, decide sair do armário pra apoiar a Julianne Moore... Ou o detalhe do Josh Charles, que "vaza" a informação de que algumas pessoas recebem múltiplas pensões, mas depois quando confrontado pelos freeholders, admite que foi ele mesmo quem vazou sem hesitar.

- SPOILER: Apesar de previsível, o final é emocionante... E além da vitória, há a surpresa da Julianne Moore realizar seu sonho de virar tenente antes de morrer.

CONCLUSÃO: O roteiro é convencional mas o filme se destaca pelas ótimas performances, pelos valores positivos e pela sensibilidade no retrato do romance.

Freeheld / EUA / 2015 / Peter Sollett

FILMES PARECIDOS: Spotlight - Segredos Revelados / A Garota Dinamarquesa / Para Sempre Alice / Milk - A Voz da Igualdade

NOTA: 7.5

2 comentários:

Anônimo disse...

hj no face uma feminista reclamou que as duas atrizes são brancas e magras, uma delas tinha que ser gorda ou negra pra representar as minorias. Quando li tinha mais de 100 curtidas.

Caio Amaral disse...

Ridiculo, até pq o filme é baseado em 2 pessoas reais... Se fosse na minha timeline já tinha excluído rs.