sexta-feira, 8 de abril de 2016

Rua Cloverfield, 10

NOTAS DA SESSÃO:

- Bem dirigido o começo - a briga da personagem com o namorado contada de maneira visual, depois o acidente de carro...

- Intrigante ela ser aprisionada. O que tudo isso tem a ver com o monstro do primeiro Cloverfield?

- Mary Elizabeth Winstead é boa e convence como heroína. O filme exalta a inteligência e a força da personagem (pelo menos no começo, quando ela está tentando fugir do quarto). O resto do elenco também funciona.

- Com eventos tão fantásticos acontecendo no mundo, eu (como espectador) não quero ficar preso nesse abrigo vendo uma historinha de sequestro que nada tem a ver com ficção-científica! Parece O Sacrifício do Tarkovsky. O conflito entre os personagens ("será que o John Goodman é louco ou está falando a verdade?") é fraco se comparado a o que está acontecendo lá fora. Nem conseguimos vê-lo como um vilão/obstáculo interessante, afinal há certa verdade no que ele diz.

- O roteiro quer focar no relacionamento entre os personagens, mas não há conteúdo o bastante pra tornar essa narrativa interessante. Os diálogos são rotineiros, os conflitos pouco intensos.

- Forçada a maneira que a Michelle rouba a chave do Howard! Como ela poderia prever que ele teria um surto de ciúme e a prensaria contra a parede?! Não é nada plausível essa reação dele.

- Em 2, a Michelle e o Emmett conseguiriam facilmente matar o Howard se quisessem de fato sair dali. Não temos a sensação de que o Howard é um grande obstáculo. Todo esse "suspense" em torno do Howard não poder descobrir que eles querem fugir parece desnecessário.

- Fraco o diálogo entre a Michelle e o Emmett sobre os dramas do passado (a garotinha que a Michelle não salvou, etc). Maneira clichê de tentar dar profundidade ao personagem (ela sofreu, sente culpa, portanto é um personagem "tridimensional").

- Que tédio! Em vez de proporcionar escapismo, o filme é sobre pessoas montando quebra-cabeças, matando o tempo, lidando com problemas práticos, consertando filtros de ar, desconfiando umas das outras. Durante boa parte do filme os protagonistas não têm um bom objetivo. O filme representa bem o espírito dos tempos de hoje: em vez da magia e da aventura acontecendo lá fora, preferimos assistir pessoas presas num bunker lidando com problemas mais "sérios".

- Outra sacada "inteligente" dos personagens que na verdade faz o roteiro parecer burro e forçado: a maneira como eles fazem o Howard jogar fora a cortina do banheiro. E faz sentido a Michelle ter essas habilidades meio MacGyver sendo uma estudante de moda?

- SPOILER: A história vai ficando cada vez mais forçada e burra. O Howard todo derretido de ácido agarrando a perna da Michelle como se fosse o Jason. Depois lá fora a Michelle conseguir destruir o alien com um coquetel molotov improvisado...

- SPOILER: Que chatice, no fim devemos vibrar pelo fato da mocinha ser altruísta o bastante pra ir ajudar os feridos em Houston.

CONCLUSÃO: Razoavelmente divertido e com uma proposta diferente, mas o roteiro é ruim.

10 Cloverfield Lane / EUA / 2016 / Dan Trachtenberg

FILMES PARECIDOS: A Visita / Super 8 / Fim dos Tempos / Cloverfield: Monstro

NOTA: 5.5

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