quarta-feira, 22 de junho de 2016

Game of Thrones - Battle of the Bastards

Já tentei ver a série mas perdi o interesse logo no 2º episódio da primeira temporada. Agora só vejo uns capítulos isolados quando as pessoas não param de falar no assunto, como ocorreu esses dias na Batalha dos Bastardos (9º Episódio da 6ª Temporada). Nenhuma surpresa. Achei o episódio a mesma chatice de sempre. Um passatempo pobre, banal, sobre pessoas viciadas em poder. Nenhuma mensagem interessante, nada de criativo ou surpreendente em termos de técnica, direção, escrita, nenhum personagem particularmente gostável, nenhuma cena que provoque qualquer emoção positiva digna de ser vivenciada... Apenas o espetáculo de ver personagens antipáticos tentando dominar uns aos outros. E claro, muitas cenas desagradáveis de morte. Enfim... Aí vai uma frase que eu gosto pra finalizar:

"A preocupação do criador é a conquista da natureza. A preocupação do parasita é a conquista dos homens."

11 comentários:

Anônimo disse...

Sabe quando anunciam um jogo novo e revolucionário em quesitos técnicos, mas no trailer de apresentação são dois personagens de aleatórios de armadura e rosto coberto lutando ou liderando exércitos? Os fãs aplaudem em pé, o trailer ganha diversas críticas positivas, só recebe elogios no que se refere à qualidade da produção. Mas no fundo você assiste personagens distantes, desconhecidos e sem carisma lutando por motivos quaisquer.

Então, foi essa a sensação que tive ao assistir este episódio, de que eu estava assistindo um cinematic isolado e fora de contexto de um game aleatório.

Caio Amaral disse...

Oi, não sei quase nada sobre jogos então não saberia fazer essa comparação.. mas deu pra entender, hehe. Não são tão comuns cenas de batalha em Game of Thrones? Por isso você acha que as pessoas se surpreenderam com o episódio? Pq pelo que lembro sempre teve muita luta na série.. essa só foi maior em escala pelo visto.. De qq forma, a batalha foi tão parecida com todos esses filmes tipo O Hobbit, etc, que nem consegui ver como algo memorável.

Anônimo disse...

Então, o GOT tem pelo menos uma grande batalha toda temporada, só que todo ano anunciam que vai ser maior que o ano anterior, e no final vc acaba assistindo a mesma coisa sempre só que com mais figurantes. Como um game que só tem a oferecer gráficos mas o conteúdo é sempre o mesmo todo ano. Desta forma, os fãs estão mais interessados em ver que batalha X tem mais números que batalha Y do que os núcleos humanos, as motivações ou as consequências dos resultados das batalhas.

Além disso a série possui tantos personagens que chega a ser difícil saber quem está de qual lado e defendendo o que. Assim como o Hobbit que eram cinco exércitos, cada qual lutando por um motivo e no final pelo mesmo motivo. Criam e mudam conflitos de forma desnecessária sem muito esforço, assim como um game não pode ser só duas pessoas discutindo, é necessário arranjar todo tipo de desculpa para ter ação. Não é a toa que Batman V Superman foi mais baseado em games do que em quadrinhos.

Já em O Senhor dos Anéis as batalhas eram claramente o bem x mal. E os personagens principais estavam envolvidos de tal forma que se tornava interessante acompanhar os pequenos núcleos dentro de algo tão grandioso.

Em um jogo não importa o resultado da batalha, se você perde pode tentar até ganhar, depois de um tempo tentando perde a graça. No GOT não importa o resultado da batalha, os maus sempre vencem, os mocinhos sempre morrem e depois de um tempo perde a graça em acompanhar, pois os dois lados são maus.

Anônimo disse...

Pegue este trailer por exemplo.

https://www.youtube.com/watch?v=0wJb1GBUbDk

O jogo é sobre administrar o clã, conquistar outros clãs e expandir o império.

Julgando pelo trailer é impossível dizer qual lado é do bem e qual é do mal. Ou mesmo quem são os dois que brigam entre si, justamente por ser um trailer mostrando o poder gráfico do jogo e nada mais. Da mesma forma, assistir as batalhas de GOT é tão distante e impessoal quanto assistir o vídeo acima.

Caio Amaral disse...

Uma vez eu lembro que fiz uma lista das coisas que mais me entediavam em filmes, e bem lá no topo estavam as cenas de batalha.. Até pq a maioria costuma ser vazia de conteúdo.. pobre em motivações, etc. É o prazer do conflito pelo conflito.. O culto à dor e à violência.. o desejo pelo poder.. Eu já não gostava nem de jogar WAR quando criança, rs.

Nossa isso é um jogo? Não consigo imaginar como se pode controlar movimentos tão complexos.. Enfim, não sei se dá pra comparar muito games com filmes, pq num game sua motivação é você ganhar, não precisa haver uma identificação com um personagem, etc.. no Mario Kart quando eu jogava com o Bowser eu queria ganhar igual, mesmo eu sendo o vilão, kkk.. mas entendi o que quis dizer..

Caio Amaral disse...

(se bem que eu sou totalmente leigo em relação aos games mais modernos.. posso estar falando bobagem sem conhecer o contexto).

Anônimo disse...

A comparação com o Tolkien é injusta, ele é um dos grandes gênios do século XX.. Escreveu uma grande obra literária, com um arco narrativo unificado de grande profundidade filosófica, a magia foi figurativa para essas questões profundas, assim como em Narnia. Já Game of Thrones é exibicionismo mesmo. Cheia de truques para prender o leitor -- surpresas, reviravoltas, cliffhangers --, enquanto cada linha narrativa parece estar costurada de um jeito meio aleatório justamente para prender o elitor ávido por uma boa história com fortes emoções. Game of Thrones não ficar à altura de um gênio não é vergonha alguma. Colocando GoT na escala dos mortais, ela é uma série divertida pra caramba, e é isso que as pessoas que assistem estão buscando, diversão assim como vão assistir outras séries quaisquer.

Agora, porque eu acho que a Batalha dos Bastardos foi uma das melhores "horas de televisão" dos últimos tempos?!

Gostei especialmente de ver pequenas referências a vários temas de campanhas militares:

o uso da cavalaria, a inutilidade da artilharia depois que a linha de batalha estava misturada, a eficiência de cercar o inimigo.
Taticamente, houve muita coisa que não fez sentido e que foi até anacrônico -- se é que o termo faz sentido em um universo imaginado. Porém, mesmo esses problemas são absolvidos pela grandiosidade do drama retratado.

Davos e Tormund dão a chave no início: Jon Snow não é um rei. E ele não se comporta como tal: ele abandona o plano e se lança em uma missão suicida. Essa decisão é típica do herói clássico: coragem e honra antes de inteligência. Um soldado grego e não um imperador romano.

Os generais romanos ficavam atrás do exército por serem inteligentes -- não por serem covardes. De trás, eles podiam ter uma visão geral da batalha e escolher a melhor estratégia. É isso que Davos faz -- o único estrategista na campanha --, mas ele mesmo abandona essa posição por perceber que uma morte gloriosa é o melhor que podem esperar daquele momento.

O Bastardo dos Bolton fica atrás por ser covarde -- não por ser inteligente. Ele usa a artilharia de modo totalmente contra-producente, matando soldados dos dois lados, reduzindo sua própria vantagem numérica. O seu truque de cercá-los com a infantaria é a parte meio estranha e anacrônica da batalha (a phalanx não se move tão rápido e não funciona bem nessas condições), mas é também baseada exclusivamente na força numérica e na impaciência.
Não conheço nenhuma história onde um general foi incompetente ao ponto de ser derrotado por uma força menor tendo um castelo para se proteger. A posição inicial do Bolton era literalmente invencível desde o início.

Ramsey Bolton se revela ainda mais fraco que o pai -- um traidor frio e calculista, mas ainda capaz de cálculo. Ramsey é apenas malícia e crueldade. Essa fraqueza interior lhe lança em uma sequência de erros. Jon Snow, por sua vez, também é incapaz de qualquer cálculo. Mostrando um digno herdeiro dos Starks, abandona a estratégia e confia apenas na coragem e na amizade que sua honra pessoal é capaz de inspirar.

Essa lógica dramática explica e absolve os erros estratégicos. No mundo onde os grandes generais morreram -- Tywin Lannister, Robb Stark, Doran Martell, Jeor Mormont -- são agora os soldados que se atiram cegamente no campo de batalha. A inteligência e o cálculo são retirados de jogo e fica apenas a fúria, a coragem, o sacrifício e a lealdade.
[continua]

Anônimo disse...

[continuação]



Apesar das irregulares, a série tem seus momentos de grandiosidade. A Batalha dos Bastardos foi um desses: o modo como foi filmado transmitiu perfeitamente a tensão dramática da narrativa: a violência, o desespero, o caos. No microcosmo da batalha se refletia a desordem de um mundo que vive seu crepúsculo.

Esse episódio também nos forneceu um vislumbre do nexo narrativo que ainda pode transmutar a série em uma grande obra: mais do que disputas monárquicas, é a descrição de uma espiral de violência e desordem. A queda da antiga ordem não gerou um novo mundo, mas ordens sociais cada vez mais instáveis, cruéis e fracas.

É o velho tropos: estamos assistimos o progressivo suicídio de uma civilização que prepara a conquista por forças externas. E é também uma lição. Inúmeras vezes ao longo da história observamos o mesmo padrão: a luta política por uma ordem mais justa gera apenas uma sequência de injustiças cada vez maiores.

Foi um grande episodio sim.

Caio Amaral disse...

Temos valores e critérios diferentes..

Unknown disse...

Uma grande história com boms personagems. Estou ansiosa, eu adoroassistir Game of Thrones Temporada 7 , o último capítulo me deixou super animado, o tempo restante já em breve para a transmissão e que é muito emocionante! Eu acho que todo o elenco tem feito um grande trabalho, é uma das minhas séries favoritas, tem uma grande história.

Caio Amaral disse...

Conheço muita gente que gosta.. e que não me parece mal intencionada.. mas até agora ninguém conseguiu me explicar o que é que torna a série interessante.. fico curioso pra entender, pois nos episódios que assisti não vi grandes méritos. Abs.