sexta-feira, 3 de junho de 2016

Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos

NOTAS DA SESSÃO:

- O filme é bem produzido (o visual é rico, a trilha é boa) e bem dirigido. Não parece estar no piloto automático, contando a história fora de foco. O diretor se esforça pra criar um ambiente convincente e levar a gente pra dentro do universo, inserindo pequenos detalhes e pontos de interesse a cada cena.

- Apesar do excesso de nomes e personagens, a trama principal é simples e bem apresentada, então não ficamos perdidos (os orcs querem destruir o mundo - os heróis têm que impedi-los de passar pelo portal)

- Assim como falei recentemente de O Caçador e a Rainha de Gelo, o filme tem um clima de aventura escapista do passado que é mais divertido do que o dos filmes modernos do gênero (que tentam ser mais sombrios).

- Achei que o filme iria me irritar por relativizar o bem e o mal - mostrar os dois lados do conflito (humanos e orcs) simpatizando por ambos. Mas não é o que acontece. Existe sim o bem e o mal - a diferença é que o conflito não é entre os humanos (bem) e os orcs (mal). Gul'dan é do mal, e quem luta contra ele é do bem, independentemente de ser humano ou orc. Os heróis se unem por seus valores em comum, e não por serem da mesma raça, o que é interessante (é o mesmo que fizeram em Planeta dos Macacos: O Confronto).

- SPOILER: Imperdoável matarem o filho do Lothar! Que cena horrorosa!!! Não parece um evento necessário pra história, então começo a questionar seriamente as boas intenções do filme.

- Divetida a cena em que o Khadgar encontra a Glenn Close dentro daquele portal e descobre a verdade sobre Medivh.

- O romance entre o protagonista e a Garona é bem retratado e convincente... Vai evoluindo aos poucos, conforme eles vão se conhecendo melhor e dividindo experiências. Os dois parecem ser compatíveis apesar da diferença óbvia.

- SPOILER: Quem inventou essa história de que colocar um bebê no rio dentro de um cesto é uma boa técnica para salvá-lo? E não acredito que a Draka também morre!

- SPOILER: Não acredito que o Durotan morre!!! O que é isso gente? O filme vai se tornando cada vez mais insuportável. Não sabe criar bons momentos, desenvolver uma boa história, então apela pra tática de matar personagens importantes, tipo Game of Thrones (Culto à Dor). O pior é logo em seguida o filme colocar cenas engraçadinhas, como se nada tivesse acontecido e já estivéssemos com bom humor pra isso.

- SPOILER: Mais pro final o filme começa a virar uma zona completa. Pra que serve esse gigante de pedra que eles arrancam a cabeça? É muito confusa toda essa sequência do Medivh morrendo, o portal sendo fechado, etc. A história do Llane pedir pra Garona matá-lo é desagradável e forçada. É só pra haver mais uma morte à la Game of Thrones.

- SPOILER: No fim, durante o funeral do Llane, o filme tenta criar um clima de vitória, triunfo, mas não é nada disso que a gente está sentindo como espectador, considerando tudo o que aconteceu.

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CONCLUSÃO: Bem realizado e com um bom início, o filme vai se perdendo numa narrativa que se torna cada vez mais trágica e conturbada.

Warcraft / EUA, China / 2016 / Duncan Jones

FILMES PARECIDOS: O Caçador e a Rainha de Gelo / O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos / Thor / John Carter: Entre Dois Mundos

NOTA: 6.0

2 comentários:

Rodrigo E. disse...

Achei a ideia do filme boa. O problema é que, olhando de qualquer ângulo, ele parece uma bagunça.

A morte do filho do Lothar soa gratuita mesmo. Mas a morte do Durotan e do rei parte de uma ideia interessante. O Durotan enfrenta o Gul'dan amparado pela tradição Orc. Vencê-lo ou ser derrotado pela magia dele são bons resultados (pois usar a magia naquele tipo de combate é trapaça, e assim ele coloca o povo contra o Gul'dan). E a ideia do rei é a mais estratégica possível quando pede para ser morto. A morte naquela situação era uma questão de tempo, ele já conhecia o poder dor orcs, então a escolha mais plausível para salvar seu povo era mais uma vez apelar para tradição dos orcs.

O problema disso tudo é que pouco se fala da tradição dos orcs. São ideias soltas em algumas cenas separadas. Isso tira a importância desse detalhe, logo tira a poder das cenas de morte.

Esse é o problema central, mas tem outras coisas que me incomodaram também. Eles não explicam as magias daquele mundo, o que é aquela mulher de preto, como o Guardião se envolveu com a energia vil... Viajei nessas partes.

A batalha final também não me parece fazer muito sentido. Nota que o portal estava atrás do exército dos orcs? Depois que o Guardião faz a mágica dele e transforma aquele portal em outra coisa, o exército dos homens aparece ali do lado!! Atacando de frente e com forças menores, alcançar a parte de trás do exército inimigo não me parece ser algo que simplesmente acontece assim do nada, rs.

Mas visto que é uma adaptação dos games, e como elas costumam ser ruins, achei Warcraft acima da média. Se for bem trabalhado, pode virar uma série de filmes bacana!

Caio Amaral disse...

Oi Rodrigo...! Olha, acho que essas mortes podem até ter sido boas ou "úteis" pro coletivo... mas certamente não foram boas pras pessoas que morreram! Rssss. É por isso que eu reclamei.. Afinal vários dos que morrem no filme são do bem.. o filme cria empatia por eles pra depois matá-los.. no fim fiquei com a sensação de que, mesmo que o bem ganhasse a guerra, já não seria uma grande alegria pro espectador, pois metade dos protagonistas haviam sido mortos pelos vilões de forma odiosa..

Esse lance da batalha final, do portal, etc, eu realmente não me liguei... geralmente fico meio confuso geograficamente em cenas de batalha.. rs. Abs!