sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Eu Não Sou Seu Negro

Menos irracional e desonesto que A 13ª Emenda (outro documentário sobre racismo indicado ao Oscar), mas ao mesmo tempo menos relevante. A 13ª Emenda pelo menos pretendia abordar o tema sob um novo ângulo, falando do racismo no sistema carcerário, tentando discutir ideias relevantes pros dias de hoje. Esse aqui só repete o que todo mundo já está careca de saber: que o racismo era intenso nos EUA nos anos 50/60, que líderes como Martin Luther King foram assassinados, etc, etc, etc. Apenas mostra tudo pelo ponto de vista do autor James Baldwin (que diz não ser racista mas se sente perfeitamente à vontade chamando Doris Day de uma figura "grotesca" sem oferecer maiores explicações). A narração de Samuel L. Jackson traz bastante autoridade às palavras de Baldwin (que às vezes projetam inteligência e sensatez, e às vezes um anti-americanismo ressentido e tendencioso), mas no fim é apenas mais um lamento pra manter viva a memória de que os negros foram vítimas na história dos EUA - sem uma narrativa interessante ou novos dados esclarecedores que o destaque como documentário.

I Am Not Your Negro / França, EUA / 2016 / Raoul Peck

NOTA: 4.0

3 comentários:

Marcus Aurelius disse...

Doris Day tinha algum histórico com racismo?

Caio Amaral disse...

Não que eu saiba, ou que o filme mencione.. Apenas mostra cenas de filmes dela e diz que ela (e mais um cara que esqueci, não sei se o Rock Hudson ou o Gary Cooper) eram figuras grotescas... supostamente por representarem um ideal americano e serem brancos "demais"...

Caio Amaral disse...

Eles atacam o John Wayne também.. por matar índios em seus westerns... mas aí eu até entendi o motivo... no caso da Doris me pareceu apenas por ela ser um estereótipo branco... tipo uma Xuxa ou algo assim... como se isso tornasse a coisa racista automaticamente.