sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Viva: A Vida é uma Festa

Ando meio repetitivo aqui, mas isso é apenas uma reação ao que tenho visto cada vez mais nos filmes. Se você fosse um crítico gastronômico, e todo dia fosse a um restaurante e encontrasse veneno na comida, você conseguiria discutir seriamente as qualidades e defeitos dos pratos, e ignorar o "detalhe" de que a comida está envenenada? Não! Não daria nem pra saborear o prato direito. Por isso sempre me sinto na obrigação de discutir o "veneno" antes de qualquer outra consideração. E o veneno aqui é o Anti-Idealismo descarado que se tornou mainstream em Hollywood e vem corrompendo todos os grandes símbolos do entretenimento do presente e do passado como Star Wars, Disney (bem, agora a Disney é a dona de Star Wars, então talvez esteja aí o ninho da cobra).

Se você perguntar pra uma criança se ela preferiria ver um filme sobre pessoas vivas, atraentes, com dons especiais, num lugar rico, exuberante, buscando e atingindo seus sonhos - ou um filme sobre pessoas mortas, feias, sem grandes habilidades, num vilarejo humilde do terceiro mundo, aprendendo a abrir mão de seus sonhos, o que você acha que ela escolheria? De acordo com a nova Disney, a criança iria escolher a opção 2 (claro que ela sabe que seria a opção 1, mas a tática agora é ignorar as necessidades da criança e enfiar goela abaixo o que eles acham que será melhor para o "futuro da sociedade").

No começo do filme eu ainda pensei: ok, o protagonista é um típico "herói envergonhado", o filme se passa num lugar tedioso, com personagens desinteressantes, mas pelo menos o menino tem um sonho e deseja sair dali pra fazer algo de grandioso com sua vida (indo contra as tradições da família, o menino Miguel sonha em se tornar músico e seguir os passos de seu ídolo Ernesto de la Cruz, o maior astro da música mexicana). Pensei: de repente será que nem a Moana, que achava a vida na ilha uma chatice e queria partir pra explorar o mar; ou a princesa Merida, que queria se livrar das imposições de sua família e perseguir seus próprios objetivos. Mas em Viva já havia algo de podre no ar desde o início que me impediu de esperar uma narrativa do tipo. E a maior deixa foi o fato do ídolo do menino ser retratado como um cantor canastrão, ridículo (apesar de bem sucedido) o que faz com que o sonho dele se pareça imediatamente com uma tolice infantil, e não algo a ser levado a sério. SPOILER: Minhas suspeitas estavam certas e, até o final da história, Ernesto de la Cruz (a única promessa algo mais Idealista na história), se tornaria o grande vilão do filme; alguém que, em busca de sucesso, foi cruel com sua família, roubou e até matou para conquistar sua fama. Ou seja, no fim, o menino aprende que auto-interesse é mau, que pessoas bem sucedidas são más, que não devemos sonhar alto, e que se sacrificar por sua família e viver uma vida humilde é uma grande virtude. Eu realmente acho difícil de imaginar uma história que subverta de maneira mais completa todos os valores originais de Walt Disney.

Mas independentemente desse "veneno" (que pode não incomodar os menos atentos) o "prato" em si na minha opinião também não é dos melhores.. Toda a história de Miguel ir pro mundo dos mortos só por pegar um violão emprestado é mal elaborada, pouco dramática (se isso sempre acontecesse, o mundo dos mortos estaria lotado de pessoas vivas, não apenas Miguel), o conflito dele não conseguir a bênção da família pra poder voltar é meio tolo, depende de regras aleatórias, e toda a reviravolta final não faz o menor sentido. SPOILER: Se o tataravô do menino na verdade era o músico bonzinho, e não o vilão, porque então haveria uma revolta tão grande na família contra ele, contra a música, ao longo de várias gerações? Só porque a esposa achou que ele abandonou a família? Quando na verdade ele foi assassinado e só por isso desapareceu? E agora que estão todos juntos no mundo dos mortos, a Imelda já não deveria saber que o marido foi assassinado pelo Ernesto? Só foi descobrir agora? Outro problema de roteiro: todo o conflito inicial do filme é o fato da família viva de Miguel não aceitar que ele quer ser músico. Mas no fim, bastou ele pegar o violão e cantar uma canção pra bisavó na frente de todos que a família inteira se comoveu e mudou de ideia. Ou seja, toda a aventura de Miguel no mundo dos mortos foi desnecessária pra mudança de ideia da família e pra solução do problema central; se ele tivesse conseguido cantar logo no começo do filme, o resultado teria sido o mesmo, o que torna toda a história irrelevante.

A animação é bem feita tecnicamente, como é de se esperar, mas pouco marcante (tudo acaba se parecendo com uma cópia de Festa no Céu). Pra tornar o mundo dos mortos algo mais "divertido", a única ideia que os animadores parecem ter tido é a cada 10 segundos fazer uma nova piada visual com o fato dos personagens serem esqueletos e se desmontarem facilmente.

O título nacional Viva: A Vida é uma Festa é tão desconectado da história que parece até uma ironia. Teria sido melhor manter o título original e deixar as piadinhas rolarem soltas no Brasil - elas não estariam muito mais distantes do verdadeiro espírito do filme.

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Coco / EUA / 2017 / Lee Unkrich, Adrian Molina

FILMES PARECIDOS: Meu Malvado Favorito 3 (2017) / Zootopia (2016) / Festa no Céu (2014)

NOTA: 2.0

30 comentários:

Marcus Aurelius disse...

Olá Caio. Apesar de um tanto lamentável os filmes estarem todos com o mesmo teor negativo, e consequentemente as criticas ficarem um tanto semelhantes, estou gostando muito da abordagem que está tendo para com os filmes.

Fiquei um pouco frustrado com a crítica de Star Wars. Eu vi na estreia e saí me sentindo desagradável, sujo, com "gosto ruim na boca". Aguardei ansioso as suas anotações sobre o filme, mas foi uma crítica bastante curta rsrsrsrs. De qualquer forma parabéns pelo conteúdo. Soa meio tietagem, mas gosto sempre do blog.

Caio Amaral disse...

Tudo bom Marcus? Então, na semana do Star Wars eu estava exausto com o sono atrapalhado pq tinha acabado de gravar um clipe, passei dias editando, etc, então não estava com paciência pra sentar e falar mal de um filme, kkk. Por isso a crítica menos detalhada. Eu ainda tenho as anotações daquela sessão.. posso pensar em postar só pela curiosidade.. Mas muito obrigado, fico sempre feliz com qq tipo de incentivo :) abs!

Anônimo disse...

Vixe, é ruim? Pior que O Bom Dinossauro? A maioria das resenhas tem sido altamente elogiosa, só umas poucas apontam alguma pieguice da história, como fez a Folha, e um crítico da Forbes considerou Coco um filme superestimado:
https://www.forbes.com/sites/lukethompson/2017/12/31/the-most-overrated-films-of-2017/#3994bb7b4996

O problema notado pelo critico da Forbes, que o filme se baseia num conflito familiar que existe só por incapacidade das pessoas de lidar com problemas/se comunicar, se tornou uma falha comum dos filmes recentes da Disney. Divertida Mente e Frozen são exemplos notórios disso.

As animações da era John Lasseter podem ter maior ou menor sucesso de bilheteria e de crítica, mas tendem muito a se basear em conflitos que não, por assim dizer, orgânicos, mas que são forçados pra dentro da história, porque esta precisa de algum conflito pra existir.
Um filme tão bonito como Up - Altas Aventuras se ressente enormemente disso, e acaba menos bom quando a gente pensa um pouco na história. Porque Russell é tão obsessivo em ajudar (e chatear) Carl? Porque os dois se importam tanto com aquela mistura de avestruz com tucano que eles encontram na floresta, a pouco de arriscar a vida pelo bicho?

Na Lasseterlândia, não importa muito que o conflito dependa totalmente de regras totalmente arbitrárias, como em Detona Ralph, ou toda a coisa sobre 'amor verdadeiro' em Frozen, em A Princesa e o Sapo, todo ele um amontoado de situações forçadas e regras aleatórias que acabaram desobedecidas pelo próprio filme. Desde que haja conflito, se crie um clima adequado, e se faça as pessoas chorarem, está tudo perfeito.

Um detalhe besta mas que me espantou em Divertida Mente foi aquela casa em Divertida Mente que vendia única e exclusivamente pizza com brócolis? Faz sentido uma especialização tão grande, ainda mais que brócolis não é um alimento popular nos Estados Unidos, e todas as piadas com brócolis no filme foram feitas em função disso? Claro que aquilo existe no filme só pra irritar a menina, não importa quanto seja absurdo.

Mas infelizmente, a maioria dessas falhas tem sido bem aceitas pelo público. Parece que, desde se faça as pessoas chorarem bastante, e se passe algum tipo de louvação à família, tudo é aceitável.

Pedro.

Caio Amaral disse...

Oi Pedro.. O Bom Dinossauro me parecia um filme fraco apenas.. "Idealismo" mas sem talento, mal escrito, com personagens sem carisma, sem inteligência, etc.. Coloquei na categoria "B".. o Viva não é tão ruim em termos de roteiro, narrativa, etc.. mas é 10x pior em termos de valores.. o problema é outro..

A Pixar me parece meio engessada em fórmulas e regras que ele usam em seus roteiros, mas que muitas vezes me soam arbitrárias.. superficiais.. eles tinham publicado uma lista até uma vez.. com algumas dessas "leis".. abs!

Anônimo disse...

Também acho que a Pixar se apegou demais a fórmulas, e que Lasseter as trasmitiu para a Disney quando assumiu a direção de seu estúdio. Como o público foi aceitando e ignorando incoerências e furos de roteiro, eles foram repetindo acriticamente. Enquanto o público chorar e aplaudir, não vai mudar.

Segundo uma anedota na internet, os filmes da Pixar podem ser resumidos na frase "E se (...) tivessem sentimentos:
E se os brinquedos tivessem sentimentos?
E se os insetos tivessem sentimentos?
E se os peixes tivessem sentimentos?
E se os monstros tivessem sentimentos?
E se os carros tivessem sentimentos?
E se os ratos tivessem sentimentos?
E se os robôs tivessem sentimentos?
E se os dinossauros tivessem sentimentos?
E se os sentimentos tivessem sentimentos?
E agora vem: E se os esqueletos tivessem sentimentos?

Pedro.

Anônimo disse...

Olhei no google e achei sites que mencionam as tais regras da Pixar. Algumas delas, como isso de criar primeiro o fim da história para depois fazer o meio pode acabar como receita para forçações de barra.
http://www.ronizealine.com/2014/05/pixar-22-regras-narrativas.html

Caio Amaral disse...

Sim... Essa regra em particular de começar pelo fim da história eu concordo.. muitos professores de roteiro ensinam isso, e inclusive a Ayn Rand diz isso em The Art of Fiction.. mas a maioria das coisas nessa lista são bem aleatórias.. abs!

Caio Amaral disse...

(não que sua primeira ideia pra uma história deva ser o fim necessariamente, mas antes de começar a construir uma trama de fato, colocá-la no papel, uma das primeiras coisas que você já tem que saber é como será o clímax, pois daí você vai construindo tudo de trás pra frente, tipo "pra que isso aconteça no fim e faça sentido, o que eu preciso estabelecer antes?")

Marcus Aurelius disse...

Olá Caio, adoraria se postasse as anotações de SW... só pela curiosidade...rsrsrs abraços.

Dood disse...

Engraçado a Disney criar uma animação assim com uma temática controversa e com uma trama tão desconexa. Enquanto a Blue Sky lança algo com o perfil mais Disney com o Touro Ferdinando.

Caio Amaral disse...

Não vi o Ferdinando.. me parece bem mais legal, embora dentro da categoria "herói envergonhado", etc..

Anônimo disse...

Naturalmente, todos os estúdios de animação sentem em algum grau a influência da tradição da Disney, e as outras casas de animação são menos patrulhadas que a Disney a respeito de correção política.
A ver se a recente aquisição da Fox (distribuidora da Blue Sky) pela Disney irá repercutir nos trabalhos do estúdio de Carlos Saldanha.
Pedro.

Anônimo disse...

A Disney, nos seus primórdios, fez um desenho do Ferdinando, em curta metragem. Talvez ele tenha sido o primeiro personagem polêmico do estúdio, porque muita gente acha que os animadores o deixaram muito efeminado. Já o Saldanha parece ter se esquivado da polêmica, não atribuindo ao personagem a languidez que ele tinha na versão da Disney:
https://www.youtube.com/watch?v=hjF30HFCXn8

Pedro.

Caio Amaral disse...


Legal, pensei que esse Ferdinando fosse um personagem novo..! Walt Disney já teve todas as ideias aparentemente, hehe.

Dood disse...

Talvez por ela ser distribuidora a influência nem chegue, a Disney distribuiu uma animação Indiana anos atrás:

https://www.cineclick.com.br/criticas/romeu-o-vira-lata-atrapalhado

Anônimo disse...

Assisti hoje no Disney Channel. No começo achei até passável, mas logo desandou. Concordo plenamente com a crítica, A história é muito forçada, depende muito de coisas implausíveis, como ninguém nunca dizer o nome do ancestral renegado, ou da velhinha que, por nenhuma razão, guarda a vida inteira as provas de que as composições do pai tinham sido roubadas pelo vilão da história. Também não entendi muito bem a tentativa do vilão de matar o menino - nesse caso ele não ficaria no mundo dos mortos de qualquer jeito e continuaria sendo uma ameaça pro vilão? E achei a revelação do vilão foi uma repetição da fórmula de tantos filmes recentes da Disney/Pixar, o cara legal sendo exposto como mau no finalzinho.
Achei uma decepção, dado o tanto que foi elogiado. Se bem que não compartilho da mania de por nas alturas tudo que vem da Pixar. Muita coisa do estúdio foi elogiada em excesso. "Up" só é bom na primeira metade, e, na minha opinião pessoal, "Ratatouille" é muito linear e previsível, e tão fraco quanto "Coco".
Pedro.

Caio Amaral disse...

Me surpreende que vc não tinha visto ainda...!
Up ainda é meu favorito da Pixar.. e não achei ruim Ratatouille não.. dei nota 7.5 na época acho.. nenhum da Pixar está no meu top 100, mas perto dos filmes atuais, começo a ter saudades desse período do final dos anos 2000...

Anônimo disse...

É que esses filmes recentes da Disney não me dão muito ânimo de assistir. P. ex., ainda não vi Zootopia até o final. As mensagens muito ostensivas acabam cansando.
Acho que Up é bom, mas cai muito quando começa a trama sobre o pássaro Kevin, e achei que o filme exagerou em fazer do velho explorador Muntz um vilão terrível apenas porque ele queria capturar vivo aquele bicho para limpar sua reputação injustamente manchada. Na verdade, achei que em Coco a Pixar fez do jeito certo com o Ernesto o que tentou fazer com o Muntz em Up. Ernesto, ao contrário de Muntz, era um vilão desde o início.
Já Ratatouille, que reconheço sou uma das poucas pessoas que não gosta muito, apenas me pareceu previsível demais, mas talvez o problema maior foi que, afora o rato, não gostei de quase nenhum dos personagens, todos clichês demais, como Skinner, o vilão que passa o tempo todo trincando os dentes pro espectador nunca esquecer do quanto ele é detestável, e a Colette, aquela cozinheira que está na história só para ser um interesse amoroso desnecessário.
Pedro.

Dood disse...

Caio acabei de assistir Coco aqui, nunca fiquei com tanta frustração com um filme da Pixar. A jornada do Miguel é em vão porque tava tudo na mão da avó dele a Inês. E a personalidade de uma pessoa perdendo o senso pra no final se tornar senil e lembrar de tudo é tão forçada. Meu, a Disney aqui cometeu erros que as animações concorrentes dela cometiam no passado. É um roteiro mal feito demais.

Caio Amaral disse...

Vc nunca tinha visto? Já foi tão comentado aqui hehe. Eu tb fiquei inconformado quando vi.. por essas questões de roteiro, e principalmente pelos valores transmitidos.

Dood disse...

Sim, comentei sobre um amigo gostar muito desse filme. Mas eu assisti ele somente agora, quando vi esse final se eu tivesse passado por toda essa aventura atrás de uma informação que tava tão próximo de mim o tempo todo. Isso é muita forçado.

Caio Amaral disse...

É um desleixo do roteiro que envolve a trama como um todo né.. se fosse só uma sequência curta ainda dava pra ignorar..

Anônimo disse...

Foi um desleixo que arruinou a história. Não fazia sentido aqueles papéis que redimiriam a reputação do bisavô falecido terem ficado guardados com a avó sabe-se por quanto tempo, sem nunca terem sido vistos por ninguém.
Olhando em retrospecto, os filmes da Pixar, nos tempos de John Lasseter, ao menos tinham grandiosidade, em relação à construção de mundos, o que contribuía muito para o prestígio que recebiam, eu acho. Atualmente, começam a parecer menos expressivos, apesar de muito elogiados.

E a Blue Sky, sobre a qual comentei anteriormente, acabou sendo encerrada pela Disney.
Pedro.

Caio Amaral disse...

Oi Pedro. Não sei muito sobre o Lasseter pra dizer até que ponto ele era uma influência melhor.. ou se era mais o fato dele ter dirigido filmes numa época em que as tendências ainda não eram tão ruins (como produtor ele continua até hoje né?).. mas sem dúvida o padrão dos filmes da Pixar no começo, até ali por 2009, 2010, era mais alto.

Dood disse...

Depois de assistir Viva fiquei bastante incomodado com a narrativa, as falhas serem muito na cara. Até fiz uma postagem no meu Blog sobre isso, o quanto o filme era falho e promovia ideias ruins, os Toy Story 3 e 4 me deixaram mal com certas coisas sendo promovidas (principalmente o 4), mas não deixaram mal por um desenvolvimento ruim.

Caio Amaral disse...

Os Toy Story costumam ter sacrifícios desnecessários, algumas ações forçadas, mas de modo geral são roteiros mais inteligentes, bem amarrados (apesar das mensagens no 3 e no 4). Legal que tem postado no seu blog...!

Anônimo disse...

Não sei se Lasseter era uma influência melhor, houve quem se queixasse muito dele, como a Brenda Chapman, responsável por "Valente", que deixou a Pixar dizendo tudo lá era "um show de John", mas após a saída dele se tornou visível uma mudança de tom e de estilo, uma tendência à "fofização", como disse a Isabela Boscov na sua crítica de "Turning Red" (concordo com ela de que o título brasileiro desse filme é péssimo e gramaticalmente sem sentido). Isabela disse inclusive que "Raya e o Último Dragão" parece muito mais um filme da Pixar que "Red".
https://www.youtube.com/watch?v=SP4K-CxrqQQ

Pedro.

Caio Amaral disse...

É, porque se o Lasseter estava no comando na época de Carros 3, O Bom Dinossauro.. quer dizer que a presença dele não era garantia de alto padrão. Mas realmente, filmes como Luca e Turning Red têm uma falta de seriedade e ambição que destoa até desses filmes mais fracos de antes. Concordo com a Isabela que, no momento, a Disney está à frente da Pixar.. a produção de Raya eu achei incrível, apesar das minhas queixas habituais quanto ao conteúdo, etc.

Dood disse...

Mas é estranho relacionar somente Lasseter com os lançamentos do Carros 3 e o Bom Dinossauro, pra mim isso tem dedo de mais alguém de dentro da Disney influenciando esses lançamentos. Porque a continuação de carros só chegou até onde chegou devido ao merchandising tanto que criaram Aviões com a mesma temática, e o Bom Dinossauro bem, mais parece um filme tão mal feito quanto Viva em roteiro, mas idealizado sem uma supervisão séria. Provavelmente com intuito de se explorar mercadologicamente, mas que não deu certo.

Caio Amaral disse...

Não sei de quem é a "culpa" de nada, pois nunca li muito sobre os bastidores dessas produções.. É que levantaram aqui essa hipótese da qualidade da Pixar estar diretamente ligada ao Lasseter.. então achei válido mencionar que mesmo na época dele tiveram filmes fracos.

O bom de quando o cinema é claramente autoral, é que o resultado sendo bom ou ruim, você sempre pode atribui-lo ao diretor.. agora quando tudo parece feito por comitês, quando o estúdio interfere em todo o processo criativo.. só quem conhece muito os bastidores pode dizer quem foi o responsável pelo que.