sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo

Uma sequência que não é das mais naturais (a história não exigia uma continuação, todas as melhores músicas já tinham sido usadas no primeiro filme, por razões desconhecidas mataram o personagem da Meryl Streep que era o mais importante - agora ela só faz uma participação especial), ainda assim não dá pra dizer que o filme não funciona. Continuo tendo alguns problemas com a história e com as sequências musicais, que quase sempre começam de maneira meio forçada, não parecem emergir naturalmente da narrativa, dando um senso de artificialidade à alegria que o filme tenta projetar: é o que discuto na postagem Emoções Irracionais - em vez de divertir o espectador através do conteúdo, da história, criando primeiro personagens e situações realmente interessantes, o filme simplesmente joga na tela um monte de gente sorrindo, dançando, cantando músicas pop em cenários coloridos, e espera que a gente entre no clima e se divirta junto só por contágio.

Outra coisa que me distancia um pouco da narrativa é o sonho da protagonista: toda essa ideia de aos vinte e tantos anos já querer se acomodar, ter uma vida pacata, casar, ter filhos e viver pra sempre afastada da civilização numa ilha paradisíaca, tocando uma pousada... É meio como a ideia de Shangri-la: achar que a vida ideal é se estabelecer num lugar onde ninguém precisa mais perseguir objetivos, evoluir, pensar - eu simplesmente acharia isso meio deprimente.

De qualquer forma, o filme continua com um visual lindo, bons atores, e a não ser que você tenha alguma resistência a esse tipo de música ou a filmes musicais em geral (eu não tenho), fica muito difícil não se animar na meia hora final com as aparições de Cher, Meryl, e os hits do ABBA mais aguardados.

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Mamma Mia! Here We Go Again / EUA, Reino Unido / 2018 / Ol Parker

NOTA: 6.0

2 comentários:

Anônimo disse...

A minha immpressão é de que a maioria das continuações é feita mesmo só pelo dinheiro, não porque a história exija algum seguimento.
Pedro.

Caio Amaral disse...

A grande maioria né Pedro.. é que tem filme que a história é mais propícia pra continuações.. tipo Missão: Impossível, etc.. daí soa menos forçado.. rs.