segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Black Is King

Mais uma chatice da chata-mor do pop, Beyoncé. Esse conceito de "álbum visual" me parece um grande desperdício... Acaba não sendo nem um filme, nem uma coleção de bons clipes. E faz o artista esquecer de um fato: se é uma obra ficcional de 1 hora e meia, teoricamente se trata de um longa-metragem, e qualquer arte temporal (mesmo um clipe) requer um mínimo de narrativa, de progressão, de "história". Black Is King é apenas uma colagem de imagens estilosas feitas para ilustrar um monte de música chata, se é que dá pra chamar isso de música - até onde notei, só há 1 canção real no filme todo que é a Spirit (tema do novo O Rei Leão), mas que até destoa do resto - parece ter sido feita só pela obrigação de ter que incluir 1 música um pouco mais tradicional e agradável pra poder entrar no filme... Acaba parecendo mais algo decorativo, um vídeo com imagens coloridas em alta definição desses que passam em TVs de mostruário em lojas de eletrodomésticos. Puro estilo, design, estética - estímulos sensoriais desprovidos de estímulos intelectuais. As frases soltas e as referências vagas a O Rei Leão não criam uma narrativa de fato, não dão um senso de coesão.. E no nível da mensagem, acaba sendo uma celebração daquilo que é a essência do racismo - a ideia de que seu valor vem de sua cor de pele, de seus ancestrais, que o que te determina como indivíduo não são suas escolhas, seu caráter pessoal, aquilo que você faz com sua vida, mas o fato de você ter certos atributos físicos, pertencer a certo "coletivo" (não dá pra ela reclamar depois quando supremacistas brancos usarem essa mesma linha de raciocínio pra celebrar uma linhagem genética diferente).

Black Is King / EUA / 2020 / Emmanuel Adjei, Blitz Bazawule, Beyoncé

NOTA: 3.0

2 comentários:

Anônimo disse...

"Chata-mor" kkkkk. Eu era indiferente quanto à Beyoncé e não acompanho o mundo da música pop. Só que daí eu vi algumas entrevistas do elenco de dublagem do Rei Leão comentando que a Beyoncé era tão importante que nem comparecia ao estudio e gravava suas falas de casa mesmo. Outra é a foto de todo o elenco junto. Todo mundo estava lá junto, menos a Beyoncé que foi fotoshopada depois e tinha um X marcado no chão indicando a posição dela, para que ninguém atrapalhasse quando colocassem ela digitalmente: . Nas entrevistas promocionais, os repórteres só falavam da Beyoncé, como foi trabalhar com ela, como foi ver ela, e não falavam do filme ou do trabalho daquela pessoa que estava sendo entrevistada... Tratavam ela como se fosse uma entidade superhumana.

Essas coisas me fizeram desgostar da Beyoncé sem nunca ter escutado ela com atenção.

Caio Amaral disse...

Ah, pessoalmente nem sei o quão chata ela é heheh.. me refiro mais às músicas, clipes (principalmente dos últimos anos).. mas uma coisa muitas vezes está relacionada à outra, rs.