A "crítica" aqui parece ser a de que os patrões são maus por não transformarem a relação profissional que têm com a empregada em uma relação familiar, dando a ela todas as liberdades em casa que dariam a um parente - o que não faz sentido e não seria apropriado nesse contexto. Se surgisse uma ligação profunda entre empregado e patrão, a natureza da relação se transformasse (por exemplo: A Noviça Rebelde) mas mesmo assim o patrão se distanciasse do empregado apenas por ele ser de outra classe social, daí sim eu diria que houve um preconceito indevido. Mas não é o que acontece no filme - apesar da amizade e da boa vontade, a relação deles é essencialmente prática, profissional. E mesmo que a filha da Regina Casé fosse parte da família, mesmo que houvesse uma ligação pessoal extraordinária entre eles, se ela se comportasse daquela forma, sendo abusiva e inconveniente, ela ainda seria totalmente desprezível.
O filme é um ataque burro, preconceituoso e mal intencionado contra os ricos, e não há como aclamá-lo nem por méritos estéticos. A Regina Casé está adequada no papel e é tolerável principalmente na primeira parte da história, mas quando ela começa a dar ouvidos para a filha (quem ela devia ter tirado da casa logo nos primeiros dias), ela vai perdendo o ar de bondade que projetava no início.
(Que Horas Ela Volta? / BRA / 2015 / Anna Muylaert)
FILMES PARECIDOS: Força Maior / Dois Dias, Uma Noite / O Som ao Redor
NOTA: 0.0