terça-feira, 25 de março de 2008

Não Estou Lá


A idéia parecia interessante: pegar 6 atores diferentes para interpretar Bob Dylan em suas diversas facetas. Dylan, com sua personalidade contraditória e caótica, soa como a justificativa perfeita para se fazer um filme assim - de narrativa tortuosa, inconsistente e às vezes até incompreensível. Aha! Então o próprio filme é como Dylan, e assistí-lo seria como vivenciar o mundo através de seus olhos. Ok, entendemos! A sacada nós já pegamos na sinopse antes de sair de casa. E é até uma abordagem moderadamente sofisticada (apesar de não ser nova). O problema é ter que sentar e aguentar o filme que acontece nesse meio tempo! 135 minutos de baboseira intelectual. Dylan é uma pessoa tão fechada em seu universo, tão incomunicável, que é a pior idéia do mundo usar uma narrativa igualmente inacessível.

Imaginem uma entrevista com alguém como Dylan. O entrevistador teria que ser a pessoa mais objetiva, clara e articulada do mundo pra torná-la interessante. O entrevistador! Dylan sozinho não ofereceria nenhum foco de interesse à plateia. E este filme é um mau entrevistador. Um reporter pede a Dylan em determinada cena: "Uma palavra para seus fãs". Ele responde: "Astronauta". O filme é repleto de cenas como esta, que celebram o espírito rebelde de Dylan e não oferecem nenhuma perspectiva à sua personalidade. O filme não consegue nem dar uma dimensão de sua importância para a música, fazendo a gente questionar inclusive o seu sucesso. Será que não foi tudo um engano dos fãs?

I'm Not There (EUA/ALE, 2007, Todd Haynes)

NOTA: 3.5

Um comentário:

  1. Oi Caioooo... Sempre achei Bob dylan meio sinistrão mesmo, rsrsrs... Mas esse filme eu achei interessante pq Cate Blanchett faz ele homem... E vc sabe que para interpretar um papel desses, sempre é um desafio para uma atriz maravilhosa que é ela... Por essas e outras, o filme merece créditos positivos... Bjos! =)

    ResponderExcluir