quarta-feira, 13 de maio de 2009
Divã
Apesar de ter gostado do filme e de ter dado muita risada, saí da sessão meio esgotado. Daí descobri que apesar de parecer uma comédia, o filme tinha sido na verdade um estudo amargo sobre o envelhecimento. O que ele quer te fazer sentir do começo ao fim é que as coisas não duram: o corpo, a família, filhos, maridos, amigos, nem mesmo a terapia. Você sai do filme se sentindo 10 anos mais velho, até porque o próprio roteiro sofre uma espécie de envelhecimento - ele começa cheio de vigor, originalidade, boas piadas... Mas no terceiro ato vai perdendo a força, até um final amarelo e agridoce.
Adorei a produção (perto desse, "Se Eu Fosse Você 2" fica parecendo um vídeo caseiro), o filme tem piadas excelentes, Lília Cabral está ótima e ainda melhor está Alexandra Richter fazendo a amiga engraçada (essa é digna de um filme do Lubitsch!), mas acho que o filme tem algo de contraditório em sua proposta. Ele se apresenta como algo vindo da prateleira de "Sex and the City", mas se eu fosse uma mulher acima dos 30 anos, "Divã" me deixaria realmente desesperada! Ao invés de inspirar e divertir, o que o filme me diz é o seguinte: você pode ser rica, ter saúde, beleza, filhos, ser casada com o José Mayer, ter affairs com o Gianecchini e o Cauã Reymond, mas a vida ainda vai ser a mesma droga. Eu conheço filmes sobre o holocausto que são mais otimistas do que este!
Divã (BRA, 2009, José Alvarenga Jr.)
INDICADO PARA: Público adulto. Quem gosta do cinema comercial italiano ou argentino.
NOTA: 6.5
É Caio, eu também não curto muito essa idéia de envelhecer... Sabe o filme: "O Retrato de Dorian Gray", me identifico muito, tirando o ponto da loucura total do personagem... Mas confesso q estou curiosa para ver esse filme! Tem ótimos brasileiros de comédia! Já viu A casa da mãe Joana??? Muito legal... Beijão =)
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