Este filme é uma ilustração clara do culto à dor que tem dominado o entretenimento. Por trás dessa aparência bobinha de comédia romântica adolescente, Cartas para Julieta é uma competição pra ver quem sofre mais, um festival de submissão, fraqueza, passividade, que confunde ainda mais as mentes das meninas adolescentes.
Por exemplo: num diálogo inacreditável, o personagem de Christopher Egan reclama para sua avó (a bonitona Vanessa Redgrave) que a garota Amanda Seyfried "não sabe realmente o que é perda", como se perda fosse algum tipo de virtude e ela não fosse digna de ser amada se não tivesse sofrido tanto quanto ele. Pra valorizar a menina, Redgrave responde "não, você está enganado, ela foi abandonada pela mãe quando era criança". Egan não se impressiona, afinal os seus pais morreram num desastre automobilístico (ou seja, ele é um "sofredor" muito maior que ela). Mas Redgrave insiste "você perdeu os seus pais, mas pelo menos sempre soube que eles te amavam - a mãe dela ESCOLHEU abandoná-la". Aha! Agora, convencido de que a menina sabia sofrer de verdade, ele passa a admirá-la um pouco mais (!).
Por exemplo: num diálogo inacreditável, o personagem de Christopher Egan reclama para sua avó (a bonitona Vanessa Redgrave) que a garota Amanda Seyfried "não sabe realmente o que é perda", como se perda fosse algum tipo de virtude e ela não fosse digna de ser amada se não tivesse sofrido tanto quanto ele. Pra valorizar a menina, Redgrave responde "não, você está enganado, ela foi abandonada pela mãe quando era criança". Egan não se impressiona, afinal os seus pais morreram num desastre automobilístico (ou seja, ele é um "sofredor" muito maior que ela). Mas Redgrave insiste "você perdeu os seus pais, mas pelo menos sempre soube que eles te amavam - a mãe dela ESCOLHEU abandoná-la". Aha! Agora, convencido de que a menina sabia sofrer de verdade, ele passa a admirá-la um pouco mais (!).
Amanda também vai se encantando aos poucos com a capacidade de Egan de se sacrificar - a princípio ela acha que ele é um "esnobe de Oxford", mas quando descobre que não, que ele faz caridade, trabalhos voluntários (não muito convincente vindo de um cara que está dirigindo pela Toscana num carrão e bebendo dos melhores vinhos), algo brilha nos olhos dela. Ela também acha "fofo" que ele abriu mão de fazer outras viagens, de seguir seus interesses, pra cuidar dos problemas amorosos da avó. O filme insiste do começo ao fim na idéia de que auto-sacrifício e sofrimento são grandes virtudes. Mas o mais prejudicial (considerando que o público do filme é de meninas jovens ainda sem idéias muito formadas) é que o filme mostra que amor e pena são coisas parecidas (ao contrário de amor e admiração). Segundo o filme, a imagem de uma pessoa digna de ser amada é alguém choramingando, se rastejando e implorando por misericórdia.
Apenas Vanessa Redgrave e as paisagens bonitas ajudam um pouco.
Letters to Juliet (EUA, 2010, Gary Winick)
INDICADO PARA: Quem gostou de Sob o Sol da Toscana, Querido John, etc.
NOTA: 4.5
Apenas Vanessa Redgrave e as paisagens bonitas ajudam um pouco.
Letters to Juliet (EUA, 2010, Gary Winick)
INDICADO PARA: Quem gostou de Sob o Sol da Toscana, Querido John, etc.
NOTA: 4.5
Amigo... você está ficando (espero que seja só uma fase) amargo ou muuuito critico... :(
ResponderExcluirNão só os clássicos são bons... extraia dos filmes o melhor para nos indicar!
;) Bjubju
Ok, reli a crítica agora e também fiquei com a leve impressão de que quem escreveu estava tendo um acesso de fúria, rsss. Mas garanto uma coisa: minha nota para o filme seria a mesma em qualquer circunstância - e a indicação sempre seria "para quem gostou de Sob o Sol da Toscana, etc". Meu humor pode interferir na descrição e na atitude, mas nunca na avaliação final.
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