terça-feira, 2 de outubro de 2012

Looper - Assassinos do Futuro

Foi aclamada pela crítica essa ficção-científica de orçamento modesto, escrita e dirigida por Rian Johnson (que fez só 2 outros longas antes, nenhum muito conhecido). A história se passa em 2044, onde assassinos profissionais chamados "loopers" são pagos para matar homens vindo de um futuro ainda mais distante (2074, onde a viagem no tempo já foi inventada). Neste futuro, a tecnologia se desenvolveu tanto que se tornou impossível se livrar de corpos sem deixar rastros para a polícia. Portanto, a saída encontrada por mafiosos para dar fim a suas vítimas é enviá-las para serem executadas no passado.

Acontece que a viagem no tempo também é altamente ilegal em 2074 - por que é que a polícia, com uma tecnologia tão imbatível, não consegue detectar essas viagens no tempo clandestinas? A resposta é: não faça muitas perguntas! O filme é todo construído em cima de pequenos problemas como este, deixando a trama confusa e desagradável de se acompanhar. Filmes sobre viagem no tempo quase sempre têm buracos na história, mas é preciso escondê-los - e construir conflitos fortes que funcionem independentemente da lógica da trama.


Aqui, mesmo que a trama fosse perfeitamente plausível, ainda seria uma história insatisfatória, onde nenhum personagem é totalmente gostável (são criminosos contra criminosos - fica difícil de torcer por alguém), as pessoas agem de maneira inconsistente, as regras são mal explicadas, a segunda metade parece um filme separado - o roteirista parece ter tido algumas sacadas interessantes para um filme e, pra dar um jeito de enfiá-las na mesma história, abriu mão de qualquer senso de unidade e realismo psicológico.

Joseph Gordon-Levitt está quase irreconhecível. Quando o filme começou, imaginei que ele tivesse sofrido um acidente ou feito alguma cirurgia no maxilar. Depois percebi que era maquiagem - para deixá-lo mais parecido com Bruce Willis! Fiquei pensando: que senso de prioridade tem um diretor que escolhe comprometer a harmonia facial do ator principal, deixando ele bizarro e artificial o filme inteiro, por causa de um detalhe que não faz a menor diferença (ainda menos num filme que toma tantas outras liberdades)?

O filme parte de uma ideia interessante e esbarra em temas sérios, mas é mal realizado e não tem o intelecto pra elaborar as questões filosóficas que levanta.

Looper (EUA, China / 2012 / 118 min / Rian Johnson)

INDICAÇÃO: Quem gostou de Contra o Tempo, Os Agentes do Destino, O Preço do Amanhã, A Origem.

NOTA: 4.0

4 comentários:

  1. Eu perdi os a meia hora inicial do filme e AMEI!
    Parecia uma versão européia srsrsrs.

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  2. Quando a gente perde o começo de um filme nossa tendência é perdoar tudo aquilo que não faz sentido, achando que foi explicado no começo.. mas nem sempre é o caso! Rss.

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  3. Nesse caso pareceu que o começo do filme foi vazio e inútil, e ele podia começar do nada mesmo, qdo o bruce willis aparece a primeira vez :)
    Tenho medo de gostar menos qdo ver inteiro!

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  4. No começo há muita exposição... mas muita coisa você fica se questionando... Por exemplo, antes do Bruce Willis aparecer, há um 2º caso em que o "looper" tinha que atirar nele próprio velho, só que não tem coragem e deixa o cara fugir.. Não seria mais seguro mandar os mais velhos pra serem executados por OUTROS loopers no passado, e não por eles próprios? São coisas assim que vão te confundindo até que você desiste de pegar os detalhes.

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