- Filme quer ser o mais realista possível, mas pra isso acaba se passando num ambiente feio, desinteressante, e tendo personagens estranhos e pouco carismáticos que nem parecem protagonistas de um filme. Parece de fato um filme amador, mal feito, exceto pelas cenas com efeitos especiais.
- Lembra muito Poder Sem Limites. Pouco original.
- Por que eles ficam filmando tudo o tempo todo? Soa artificial.
- Que salada de ideias! Há demônios, possessões, super poderes, bruxaria, VHS's antigas, mordidas de vampiro, grávidas do demônio, crianças do mal, 666, religião, latinas místicas... Filme junta todos os clichês que já viu em outros filmes do gênero, como se a soma deles fosse resultar em mais medo.
- Em termos de sustos, filme não tem nada a acrescentar ao gênero... Sua técnica é a mais primária: aproximar a câmera de cortinas / portas / janelas até que surja algo subitamente fazendo barulho.
- SPOILER: Por que há sempre uma casa abandonada onde acontece o clímax? Final é um clichê imperdoável (protagonista morrer, a câmera cair no chão e o filme acabar). Depois de A Bruxa de Blair isso devia ter ficado proibido por uns 20 anos.
CONCLUSÃO: Filme parece ter sido feito com interesses exclusivamente comerciais, pra lucrar em cima da série, sem acrescentar nada de interessante à ela (afinal essas produções custam barato e vão bem de bilheteria - o orçamento aqui foi de 5 milhões de dólares e até agora já faturou mais de 80 no mundo todo).
(Paranormal Activity: The Marked Ones / EUA / 2014 / Christopher Landon)
FILMES PARECIDOS: Poder Sem Limites, todos da série AP.
NOTA: 3.5
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
sábado, 25 de janeiro de 2014
Philomena (anotações)
- Primeiro encontro entre Philomena e Martin muito bom! Divertido ela não rir da piada do O Mágico de Oz e depois rir da história da mãe dele. Mostra que ela tem uma personalidade única e imprevisível. Queremos conhecê-la melhor.
- Freiras sempre dão boas vilãs!!
- Mistério do destino da criança envolvente. Quem será que a adotou? Será que foi a Jane Russell?
- Martin é um pouco cínico e chato. Mas o fato dele resistir no começo à ideia de contar uma história de "interesse humano" faz a gente torcer pra que ele se envolva com Philomena e encontre uma história fantástica pra escrever.
- SPOILER: Judi Dench está simplesmente adorável. Demais ela contando a história do livro que leu pra Martin... ou a reação que ela tem ao descobrir que o filho era gay. Filme é um show de caracterização - mas não deixa de ter uma trama estruturada (não é Naturalismo).
- SPOILER: Depois que ela descobre que o filho já morreu, interesse na história não diminui, pois ainda é importante pra Philomena saber se o filho lembrava e se importava por ela.
- SPOILER: Surpresa final muito boa! Confronto com a freira também. Ela é um personagem assustador. Se castrou tanto por causa dos valores da religião que tem um ódio mortal de qualquer pessoa que aproveite os prazeres da vida e seja feliz.
- SPOILER: Eu jamais teria perdoado a freira no final. Mas entendemos a atitude de Philomena por causa da educação dela.
CONCLUSÃO: Não há um tema muito profundo, mas é uma história envolvente (baseada em fatos), bem contada, com ótimos personagens e atores.
(Philomena / Reino Unido, EUA, França / 2013 / Stephen Frears)
FILMES PARECIDOS: O Mordomo da Casa Branca, Histórias Cruzadas, Julie & Julia, Conduzindo Miss Daisy.
NOTA: 7.5
- Freiras sempre dão boas vilãs!!
- Mistério do destino da criança envolvente. Quem será que a adotou? Será que foi a Jane Russell?
- Martin é um pouco cínico e chato. Mas o fato dele resistir no começo à ideia de contar uma história de "interesse humano" faz a gente torcer pra que ele se envolva com Philomena e encontre uma história fantástica pra escrever.
- SPOILER: Judi Dench está simplesmente adorável. Demais ela contando a história do livro que leu pra Martin... ou a reação que ela tem ao descobrir que o filho era gay. Filme é um show de caracterização - mas não deixa de ter uma trama estruturada (não é Naturalismo).
- SPOILER: Depois que ela descobre que o filho já morreu, interesse na história não diminui, pois ainda é importante pra Philomena saber se o filho lembrava e se importava por ela.
- SPOILER: Surpresa final muito boa! Confronto com a freira também. Ela é um personagem assustador. Se castrou tanto por causa dos valores da religião que tem um ódio mortal de qualquer pessoa que aproveite os prazeres da vida e seja feliz.
- SPOILER: Eu jamais teria perdoado a freira no final. Mas entendemos a atitude de Philomena por causa da educação dela.
CONCLUSÃO: Não há um tema muito profundo, mas é uma história envolvente (baseada em fatos), bem contada, com ótimos personagens e atores.
(Philomena / Reino Unido, EUA, França / 2013 / Stephen Frears)
FILMES PARECIDOS: O Mordomo da Casa Branca, Histórias Cruzadas, Julie & Julia, Conduzindo Miss Daisy.
NOTA: 7.5
domingo, 19 de janeiro de 2014
Virgínia (anotações)
- Por que um autor famoso iria querer lançar seu livro numa cidadezinha dessas?
- Áudio estranho. Vozes às vezes parecem ficar em segundo plano enquanto outros elementos estão evidentes demais. Será que é assim mesmo ou é defeito do cinema?
- Conflito inicial interessante (ele não querer escrever mais uma história comercial só pra ganhar dinheiro). Mas depois o personagem parece acabar cedendo e o conflito deixa de existir.
- Premissa meio batida - lembra A Janela Secreta e outras histórias do Stephen King. O filme só não parece um clichê porque a direção e a fotografia são esquisitas.
- Excesso de fantasia. Pelo menos a parte real do filme deveria parecer real. Mas tudo tem cara de sonho.
- Processo de escrita dele é terrível... Não há nenhum planejamento... Não é acidental que ele esteja com bloqueio!
- Personagens discutem técnicas de narrativa, a necessidade de se ter uma boa história, um final de impacto, de não se perder em exercícios estilísticos, etc. Mas o próprio filme Virgínia não parece aplicar esses princípios.
- Investigação não é envolvente. Autor não tem nenhuma ligação pessoal com o massacre e ao longo do filme não parece estar correndo nenhum risco. Meu interesse é saber se ele vai escrever o livro ou não, se vai ceder às exigências da esposa, e não descobrir o que houve na cidade, etc.
CONCLUSÃO: Trama desinteressante e sem valores importantes em jogo. Coppola parece mais interessado em discussões cerebrais sobre técnicas de escrita do que de fato em criar um thriller envolvente.
(Twixt / EUA / 2011 / Francis Ford Coppola)
FILMES PARECIDOS: 1408, A Janela Secreta.
NOTA: 4.0
- Áudio estranho. Vozes às vezes parecem ficar em segundo plano enquanto outros elementos estão evidentes demais. Será que é assim mesmo ou é defeito do cinema?
- Conflito inicial interessante (ele não querer escrever mais uma história comercial só pra ganhar dinheiro). Mas depois o personagem parece acabar cedendo e o conflito deixa de existir.
- Premissa meio batida - lembra A Janela Secreta e outras histórias do Stephen King. O filme só não parece um clichê porque a direção e a fotografia são esquisitas.
- Excesso de fantasia. Pelo menos a parte real do filme deveria parecer real. Mas tudo tem cara de sonho.
- Processo de escrita dele é terrível... Não há nenhum planejamento... Não é acidental que ele esteja com bloqueio!
- Personagens discutem técnicas de narrativa, a necessidade de se ter uma boa história, um final de impacto, de não se perder em exercícios estilísticos, etc. Mas o próprio filme Virgínia não parece aplicar esses princípios.
- Investigação não é envolvente. Autor não tem nenhuma ligação pessoal com o massacre e ao longo do filme não parece estar correndo nenhum risco. Meu interesse é saber se ele vai escrever o livro ou não, se vai ceder às exigências da esposa, e não descobrir o que houve na cidade, etc.
CONCLUSÃO: Trama desinteressante e sem valores importantes em jogo. Coppola parece mais interessado em discussões cerebrais sobre técnicas de escrita do que de fato em criar um thriller envolvente.
(Twixt / EUA / 2011 / Francis Ford Coppola)
FILMES PARECIDOS: 1408, A Janela Secreta.
NOTA: 4.0
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
O Lobo de Wall Street (anotações)
- Personagem desprezível, fútil, imoral - mas apresentado de maneira positiva, carismática, como se ele tivesse uma sabedoria especial digna de admiração (ele não é mostrado como um coitado, incapaz de funcionar na realidade). Ou seja, filme contempla valores negativos: o mal sendo eficaz.
- As pessoas devem achar que isso é o capitalismo: um bando de pessoas corruptas que só pensam em dinheiro e estão dispostas a trapacear os outros para consegui-lo. Filme quer jogar tudo dentro de um mesmo saco e fazer a plateia acreditar que o dinheiro é mau, que o sucesso é mau, que os EUA são maus, etc. Não sugere que o protagonista é que está errado e que poderia ter ficado milionário de maneira honesta se tivesse competência. A mensagem é: se você quer se dar "bem" na vida, você precisa ser corrupto.
- Protagonista tem visão intrínseca de valores - acha que a felicidade está no dinheiro em si (então é capaz de trapacear para consegui-lo), ou na sensação de prazer em si (então é viciado em drogas), ou na beleza em si (então casa com a mulher mais bonita que encontra).
- DiCaprio fica bem quando é forte, agressivo, está fazendo discursos, etc. Mas não funciona quando quer ser engraçado / extrovertido. Parece ir contra a natureza dele.
- História não tem estrutura, direção. Simplesmente vai mostrando episódios da vida de Jordan porque eles aconteceram na realidade, mas não há um tema abstrato que vai sendo desenvolvido, aspectos psicológicos do personagem que vão sendo revelados, etc... Então filme é monótono. São 3 horas de pessoas histéricas fazendo coisas imorais. 10 episódios a mais ou a menos não mudariam muita coisa.
- Filme quer se passar por crítica inteligente, mas na verdade não avalia os personagens negativamente (pelo menos o protagonista); apenas mostra o que ele faz com um tom irônico.
- SPOILER: No fim Jordan faz sucesso dando palestras sobre como vencer na vida. Puro cinismo. Ao mostrar a plateia inocente olhando pra ele admirada, o filme está dizendo "vejam essas pessoas estúpidas cheias de ambição - mal sabem elas do que há de podre por trás do sucesso".
CONCLUSÃO: Scorsese e elenco dão certa sofisticação pro filme, mas roteiro é superficial e personagens e valores são lamentáveis.
(The Wolf of Wall Street / EUA / 2013 / Martin Scorsese)
FILMES PARECIDOS: O Grande Gatsby, O Homem da Máfia, Os Infiltrados, Os Bons Companheiros.
NOTA: 6.0
- As pessoas devem achar que isso é o capitalismo: um bando de pessoas corruptas que só pensam em dinheiro e estão dispostas a trapacear os outros para consegui-lo. Filme quer jogar tudo dentro de um mesmo saco e fazer a plateia acreditar que o dinheiro é mau, que o sucesso é mau, que os EUA são maus, etc. Não sugere que o protagonista é que está errado e que poderia ter ficado milionário de maneira honesta se tivesse competência. A mensagem é: se você quer se dar "bem" na vida, você precisa ser corrupto.
- Protagonista tem visão intrínseca de valores - acha que a felicidade está no dinheiro em si (então é capaz de trapacear para consegui-lo), ou na sensação de prazer em si (então é viciado em drogas), ou na beleza em si (então casa com a mulher mais bonita que encontra).
- DiCaprio fica bem quando é forte, agressivo, está fazendo discursos, etc. Mas não funciona quando quer ser engraçado / extrovertido. Parece ir contra a natureza dele.
- História não tem estrutura, direção. Simplesmente vai mostrando episódios da vida de Jordan porque eles aconteceram na realidade, mas não há um tema abstrato que vai sendo desenvolvido, aspectos psicológicos do personagem que vão sendo revelados, etc... Então filme é monótono. São 3 horas de pessoas histéricas fazendo coisas imorais. 10 episódios a mais ou a menos não mudariam muita coisa.
- Filme quer se passar por crítica inteligente, mas na verdade não avalia os personagens negativamente (pelo menos o protagonista); apenas mostra o que ele faz com um tom irônico.
- SPOILER: No fim Jordan faz sucesso dando palestras sobre como vencer na vida. Puro cinismo. Ao mostrar a plateia inocente olhando pra ele admirada, o filme está dizendo "vejam essas pessoas estúpidas cheias de ambição - mal sabem elas do que há de podre por trás do sucesso".
CONCLUSÃO: Scorsese e elenco dão certa sofisticação pro filme, mas roteiro é superficial e personagens e valores são lamentáveis.
(The Wolf of Wall Street / EUA / 2013 / Martin Scorsese)
FILMES PARECIDOS: O Grande Gatsby, O Homem da Máfia, Os Infiltrados, Os Bons Companheiros.
NOTA: 6.0
sábado, 11 de janeiro de 2014
Ninfomaníaca - Volume 1
NOTAS DA SESSÃO:
- Filme tem atitude moralista (no bom sentido).
- "Meu pecado é que eu sempre exigi mais do por do sol!"- diálogos fantásticos!! São filosóficos e cheios de conteúdo.
- Comparação da pesca com Joe "caçando" no trem incrível.
- Estilo sempre divertido, cheio de ideias diferentes - mas ao contrário de alguns filmes que fazem isso de maneira desconectada, só pra chamar atenção, aqui as "excentricidades" do diretor estão associadas ao conteúdo: as imagens da pesca servem pra fazer uma associação abstrata, os gráficos que surgem na tela servem pra clarificar uma ideia, a nudez está justificada pelo tema do filme, etc. Nada soa gratuito e desintegrado.
- Filme é Idealista, mas expondo o negativo - mostra pra plateia "o que NÃO fazer". Trier é um expert no estudo da maldade. Ele não quer relativizar as coisas e dizer que Joe na verdade é uma boa pessoa. Ela se anuncia como má no início do filme, e o que o filme mostra a seguir é apenas uma tentativa de comprovar isso. Não é uma tentativa de glamourizar a protagonista - mostrá-la como uma mulher sensual e mais "livre" do que você.
- Roteiro estruturado e com um objetivo claro. Não explicar por que ela está machucada no começo é uma ótima maneira de manter o interesse ao longo da história toda.
- Interessante que a plateia ri do começo ao fim da sessão. Apesar dos temas sérios e obscuros, Trier no fundo é um "entertainer" de primeira.
- Joe olhando os passageiros do metrô pra lembrar de partes de Jerome - como alguém pensa nessas ideias????
- Interessante ele usar a mesma música que toca em De Olhos Bem Fechados (um filme também sobre obsessões sexuais). Há tantos paralelos entre Kubrick e Trier.
- Cena da Uma Thurman simplesmente genial!! Me lembra o tipo de situação que o Woody Allen cria, mas o interessante é que aqui o humor não é explícito. Os personagens agem como se fosse tudo sério (o que torna a cena ainda mais absurda e hilária).
- SPOILER: Trier é perverso!! Depois do pai de Joe dizer aquela frase incrível e inspiradora sobre não ter medo da morte, ele puxa o nosso tapete e mostra o personagem vivendo um horror insuportável. É tão esperto que eu quase não me incomodo de ser pessimista.
- Por que todo um capítulo dedicado ao pai na história? Dá a entender que ele deve ter algo a ver com o distúrbio sexual dela, mas ainda não está claro.
- SPOILER: Comparação de sexo com música no final: vontade de levantar e bater palmas no cinema!! Amo a abordagem racional que ele tem para questões ligadas a valores e emoções. Concordo totalmente que os valores que buscamos em arte são equivalentes aos que buscamos no amor. Mas é fascinante como Joe busca as características que admira de maneira separada. Isso pode explicar por que ela é tão promíscua: ela está disposta a ir pra cama com alguém que tenha apenas 1 de seus valores mais importantes, e não exigir os outros. Será que ela acredita que poderia encontrar todos os valores principais numa pessoa só - e que isso seria o amor?
CONCLUSÃO: Um dos filmes mais inteligentes e criativos que já vi.
(Nymphomaniac: Volume 1 / Dinamarca, França, Alemanha, Bélgica, Reino Unido / 2013 / Lars von Trier)
FILMES PARECIDOS: Anticristo, Dogville, De Olhos Bem Fechados.
NOTA: 10
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
A Grande Beleza (anotações)
- Estilo parece ser o destaque do filme. Movimentos de câmera, ritmo, direção de atores - tudo é extremamente excêntrico, surpreendente, o que o torna divertido de assistir. Gosto da intenção, mas acaba parecendo aleatório, exibicionismo do diretor, pois não está ligado ao conteúdo.
- Hilária a performance da cabeçada no muro. Filme está zombando dos artistas modernos.
- Naturalismo: personagem sem objetivo / história sem estrutura. Filme pula de um evento para o outro e inclui cenas de maneira aleatória. A intenção é explorar personalidades e expor um estilo de vida. Mas caracterizações são bem feitas.
- Diálogos muito vigorosos (como quando Jep ataca a mulher na roda de amigos). Mas não gosto pessoalmente do protagonista, que é extremamente cínico. Se a intenção do filme é retratá-lo negativamente, então está sendo bem sucedido.
- Clara a influência de Fellini e A Doce Vida.
- História só seria defensível sob o ponto de vista de que o filme está tirando sarro e criticando essas pessoas (inclusive o protagonista). Mas não há de fato um julgamento. Jep é retratado como se fosse sábio, tivesse algum tipo de maturidade por aceitar a própria decadência.
- Filme se mantém interessante porque tem sempre algo de exótico acontecendo na tela. Girafas, flamingos, anões... Colocaram até o Costa Concordia. Subconscientemente, o diretor parece ter um desejo de entreter, manter as coisas sempre divertidas e interessantes - mas num nível mais consciente (na história que resolveu contar) ele diz de fato que a vida é um tédio e o homem é desprezível.
- Jep é um cínico completo. Não tem nada que considere importante na vida. Ele despreza o amor, o sexo, a arte, a religião, os amigos com os quais anda, as festas que frequenta, a própria carreira. O engraçado é que, pra muita gente, isso faz ele parecer "sofisticado", "intelectual", mas na verdade é uma pessoa extremamente frustrada e infeliz.
CONCLUSÃO: Estilo torna o filme original e interessante de assistir, mas pessoalmente não gosto dos personagens e da filosofia por trás da história.
(La Grande Bellezza / Itália, França / 2013 / Paolo Sorrentino)
FILMES PARECIDOS: A Doce Vida.
NOTA: 7.0
- Hilária a performance da cabeçada no muro. Filme está zombando dos artistas modernos.
- Naturalismo: personagem sem objetivo / história sem estrutura. Filme pula de um evento para o outro e inclui cenas de maneira aleatória. A intenção é explorar personalidades e expor um estilo de vida. Mas caracterizações são bem feitas.
- Diálogos muito vigorosos (como quando Jep ataca a mulher na roda de amigos). Mas não gosto pessoalmente do protagonista, que é extremamente cínico. Se a intenção do filme é retratá-lo negativamente, então está sendo bem sucedido.
- Clara a influência de Fellini e A Doce Vida.
- História só seria defensível sob o ponto de vista de que o filme está tirando sarro e criticando essas pessoas (inclusive o protagonista). Mas não há de fato um julgamento. Jep é retratado como se fosse sábio, tivesse algum tipo de maturidade por aceitar a própria decadência.
- Filme se mantém interessante porque tem sempre algo de exótico acontecendo na tela. Girafas, flamingos, anões... Colocaram até o Costa Concordia. Subconscientemente, o diretor parece ter um desejo de entreter, manter as coisas sempre divertidas e interessantes - mas num nível mais consciente (na história que resolveu contar) ele diz de fato que a vida é um tédio e o homem é desprezível.
- Jep é um cínico completo. Não tem nada que considere importante na vida. Ele despreza o amor, o sexo, a arte, a religião, os amigos com os quais anda, as festas que frequenta, a própria carreira. O engraçado é que, pra muita gente, isso faz ele parecer "sofisticado", "intelectual", mas na verdade é uma pessoa extremamente frustrada e infeliz.
CONCLUSÃO: Estilo torna o filme original e interessante de assistir, mas pessoalmente não gosto dos personagens e da filosofia por trás da história.
(La Grande Bellezza / Itália, França / 2013 / Paolo Sorrentino)
FILMES PARECIDOS: A Doce Vida.
NOTA: 7.0
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Ender's Game - O Jogo do Exterminador (anotações)
- Filme apresenta bem as qualidades do protagonista (e não é um personagem arrogante como o de Círculo de Fogo, então é possível simpatizar por ele).
- Diálogos muito mais sofisticados e adultos do que eu esperava. Achava que era um filme de ação adolescente, mas está mais pra uma ficção-científica ambiciosa tipo Avatar.
- Filme não é nada clichê. Estilo e conteúdo soam autênticos (não parecem imitação de outros filmes, mas algo totalmente independente). Com um diretor mais talentoso poderia ter sido um filme de sucesso.
-Ator principal me parece um erro grave de casting. Não tem força, carisma, "star power" pra um papel desse tipo.
- Falta um pouco de ação na história. Eles ficam apenas discutindo teorias, estratégia militar, mas cadê as batalhas, os aliens, o suspense? Faltam eventos, experiências reais...
- Ender vai se tornando cada vez mais robótico e desinteressante como personagem conforme a história progride (principalmente depois que é promovido). Ator não convence como líder, durão...
- 1 hora e meia filme adentro e eles ainda estão lutando em simuladores! E tudo é mostrado como se a simulação fosse empolgante pra plateia assistir!!!!!!!!!!
- SPOILER: Surpresa final é um anticlímax!! A única batalha do filme inteiro que era pra valer nós não vivenciamos, pois achávamos que era uma simulação!!
- SPOILER: Por que a revolta de Ender no final (ao saber que ele de fato exterminou os aliens)??????????????????? Se ele faz algo na simulação que jamais faria na realidade, então ele não era a pessoa certa pra estar no comando! Filme quer sugerir que ele é tão "superior" que consegue amar o próprio inimigo! Final horrível!!
CONCLUSÃO (SPOILER): O filme é um erro - não é a toa que fracassou nas bilheterias... Uma simulação interminável de uma batalha que nunca acontece, e que, depois que eles vencem, o herói muda de ideia e resolve salvar o inimigo!
(Ender's Game / EUA / 2013 / Gavin Hood)
FILMES PARECIDOS: Depois da Terra, Elysium, A Hospedeira, O Último Mestre do Ar.
NOTA: 5.0
- Diálogos muito mais sofisticados e adultos do que eu esperava. Achava que era um filme de ação adolescente, mas está mais pra uma ficção-científica ambiciosa tipo Avatar.
- Filme não é nada clichê. Estilo e conteúdo soam autênticos (não parecem imitação de outros filmes, mas algo totalmente independente). Com um diretor mais talentoso poderia ter sido um filme de sucesso.
-Ator principal me parece um erro grave de casting. Não tem força, carisma, "star power" pra um papel desse tipo.
- Falta um pouco de ação na história. Eles ficam apenas discutindo teorias, estratégia militar, mas cadê as batalhas, os aliens, o suspense? Faltam eventos, experiências reais...
- Ender vai se tornando cada vez mais robótico e desinteressante como personagem conforme a história progride (principalmente depois que é promovido). Ator não convence como líder, durão...
- 1 hora e meia filme adentro e eles ainda estão lutando em simuladores! E tudo é mostrado como se a simulação fosse empolgante pra plateia assistir!!!!!!!!!!
- SPOILER: Surpresa final é um anticlímax!! A única batalha do filme inteiro que era pra valer nós não vivenciamos, pois achávamos que era uma simulação!!
- SPOILER: Por que a revolta de Ender no final (ao saber que ele de fato exterminou os aliens)??????????????????? Se ele faz algo na simulação que jamais faria na realidade, então ele não era a pessoa certa pra estar no comando! Filme quer sugerir que ele é tão "superior" que consegue amar o próprio inimigo! Final horrível!!
CONCLUSÃO (SPOILER): O filme é um erro - não é a toa que fracassou nas bilheterias... Uma simulação interminável de uma batalha que nunca acontece, e que, depois que eles vencem, o herói muda de ideia e resolve salvar o inimigo!
(Ender's Game / EUA / 2013 / Gavin Hood)
FILMES PARECIDOS: Depois da Terra, Elysium, A Hospedeira, O Último Mestre do Ar.
NOTA: 5.0
sábado, 4 de janeiro de 2014
Frozen: Uma Aventura Congelante (anotações)
- Não sabia que era musical! Fiquei mais interessado agora.
- Começo estranho com os homens cortando gelo. Se a história é sobre as duas princesas e a maldição de Elsa, filme devia começar estabelecendo isso, que já é complexo o bastante.
- Elsa precisaria cortar totalmente relações com a irmã só por tê-la machucado 1 vez sem querer? Muito artificial a trama.
- Imagens bonitas. Animação transmite classe e sofisticação.
- 3 primeiras músicas são ruins. Composições genéricas / clichês de musical.
- Princesa Anna é divertida. Mas Elsa é distante e sinistra. Amizade entre as irmãs é mal estabelecida. Não me faz torcer por uma união.
- Nada a ver a música em que Elsa foge e constrói o castelo de gelo. É dramática e triunfante, mas não há nada de triunfante nesse ponto da história (parece que estão querendo imitar o momento "Defying Gravity" de Wicked, mas totalmente fora de contexto). *agora postando no blog fui ver que a voz de Elsa é feita pela Idina Menzel, o que apoia essa teoria
- História desinteressante e relacionamentos desinteressantes: Anna ter que ir procurar a irmã antipática pra que ela traga o verão de volta. Não é uma meta que me empolga.
- É pra gente querer que Anna fique com Hans ou com Kristoff? Parte romântica não funciona.
- Péssima ideia a Elsa criar um monstro de neve pra expulsar irmã do castelo. Isso não foi acidental. Ela quase mata a irmã. Elsa de fato é uma vilã (é totalmente diferente de Wicked). Anna deveria cortar relações com ela.
- Trolls são feios e não parecem pertencer à esse filme. Produtores acham que todo desenho precisa ter criaturinhas pequenas e engraçadas, então enfiam esse tipo de coisa mesmo onde não cabe.
- Filme ensina que auto-sacrifício é sinônimo de amor. Detona Ralph também tinha essa ideia (e é dos mesmos criadores).
CONCLUSÃO: História mal elaborada, confusa e cheia de ideias ruins. Filme parece ter sido feito por executivos insensíveis que não têm nenhum interesse real em entretenimento. Só querem o dinheiro, e usam um monte de fórmulas de filmes infantis de maneira aleatória, sem refletir sobre as funções reais delas.
(Frozen / EUA / 2013 / Chris Buck, Jennifer Lee)
FILMES PARECIDOS: Enrolados, Detona Ralph, A Princesa e o Sapo.
NOTA: 4.0
- Começo estranho com os homens cortando gelo. Se a história é sobre as duas princesas e a maldição de Elsa, filme devia começar estabelecendo isso, que já é complexo o bastante.
- Elsa precisaria cortar totalmente relações com a irmã só por tê-la machucado 1 vez sem querer? Muito artificial a trama.
- Imagens bonitas. Animação transmite classe e sofisticação.
- 3 primeiras músicas são ruins. Composições genéricas / clichês de musical.
- Princesa Anna é divertida. Mas Elsa é distante e sinistra. Amizade entre as irmãs é mal estabelecida. Não me faz torcer por uma união.
- Nada a ver a música em que Elsa foge e constrói o castelo de gelo. É dramática e triunfante, mas não há nada de triunfante nesse ponto da história (parece que estão querendo imitar o momento "Defying Gravity" de Wicked, mas totalmente fora de contexto). *agora postando no blog fui ver que a voz de Elsa é feita pela Idina Menzel, o que apoia essa teoria
- História desinteressante e relacionamentos desinteressantes: Anna ter que ir procurar a irmã antipática pra que ela traga o verão de volta. Não é uma meta que me empolga.
- É pra gente querer que Anna fique com Hans ou com Kristoff? Parte romântica não funciona.
- Péssima ideia a Elsa criar um monstro de neve pra expulsar irmã do castelo. Isso não foi acidental. Ela quase mata a irmã. Elsa de fato é uma vilã (é totalmente diferente de Wicked). Anna deveria cortar relações com ela.
- Trolls são feios e não parecem pertencer à esse filme. Produtores acham que todo desenho precisa ter criaturinhas pequenas e engraçadas, então enfiam esse tipo de coisa mesmo onde não cabe.
- Filme ensina que auto-sacrifício é sinônimo de amor. Detona Ralph também tinha essa ideia (e é dos mesmos criadores).
CONCLUSÃO: História mal elaborada, confusa e cheia de ideias ruins. Filme parece ter sido feito por executivos insensíveis que não têm nenhum interesse real em entretenimento. Só querem o dinheiro, e usam um monte de fórmulas de filmes infantis de maneira aleatória, sem refletir sobre as funções reais delas.
(Frozen / EUA / 2013 / Chris Buck, Jennifer Lee)
FILMES PARECIDOS: Enrolados, Detona Ralph, A Princesa e o Sapo.
NOTA: 4.0
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Álbum de Família (anotações)
- Meryl Streep dá show desde a primeira cena! Incrível como ela é expressiva e a cada segundo está fazendo algo curioso com o rosto / corpo / voz que transmite uma ideia e torna a cena mais interessante.
- Elenco espetacular! Meryl, Julia Roberts, Abigail Breslin, Ewan McGregor, Benedict Cumberbatch.. Filme é um desfile de atores e personagens interessantes. Só se o roteiro for muito ruim pra estragar.
- Filme consegue tornar uma situação trágica (sumiço do pai, brigas de família, etc) fascinante e divertida de alguma forma. Primeiro porque há bastante humor... Além disso os personagens principais são inteligentes, cheios de personalidade, os ambientes são bonitos, os diálogos são divertidos...
- Há algo de atraente em ver essa família discutindo e vivendo situações trágicas. O filme não se torna negativo (talvez por que, pra mim, conflito/drama já seja uma qualidade - por ser o oposto da monotonia, do tédio). Pra maioria das pessoas, as relações familiares nunca chegam a esse nível de intensidade. Nós raramente vivemos situações onde mães e filhas saem no braço durante o almoço, etc. No dia a dia, mesmo quando há problemas, as pessoas costumam ser mais tímidas, os assuntos polêmicos são evitados, as verdades não são ditas, etc. Por mais incômoda que seja a situação, ainda assim é interessante ver essa família aparentemente convencional virando de cabeça pra baixo.
- É brutal a honestidade dos personagens. Eles falam de maneira direta, sem nenhum medo de ferir os sentimentos dos outros. Lembra a violência de Quem Tem Medo de Virginia Woolf?, mas menos deprimente - e os personagens não chegam a perder a dignidade.
- Julia Roberts muito boa na cena em que ataca Meryl!
- Ótima a história que a mãe conta sobre as botas que queria ganhar quando jovem. Sugere de onde vem a agressividade dela.
- SPOILER: Roteiro não tem muito propósito / direção (principalmente depois que morre o pai), mas tem reviravoltas e se mantém interessante até o final.
CONCLUSÃO: Drama familiar típico mas que se destaca pelos bons personagens, diálogos e o elenco estelar.
(August: Osage County / EUA / 2013 / John Wells)
FILMES PARECIDOS: O Casamento de Rachel, Em Seu Lugar, Do Jeito que Ela É, Um Amor Verdadeiro.
NOTA: 7.5
- Elenco espetacular! Meryl, Julia Roberts, Abigail Breslin, Ewan McGregor, Benedict Cumberbatch.. Filme é um desfile de atores e personagens interessantes. Só se o roteiro for muito ruim pra estragar.
- Filme consegue tornar uma situação trágica (sumiço do pai, brigas de família, etc) fascinante e divertida de alguma forma. Primeiro porque há bastante humor... Além disso os personagens principais são inteligentes, cheios de personalidade, os ambientes são bonitos, os diálogos são divertidos...
- Há algo de atraente em ver essa família discutindo e vivendo situações trágicas. O filme não se torna negativo (talvez por que, pra mim, conflito/drama já seja uma qualidade - por ser o oposto da monotonia, do tédio). Pra maioria das pessoas, as relações familiares nunca chegam a esse nível de intensidade. Nós raramente vivemos situações onde mães e filhas saem no braço durante o almoço, etc. No dia a dia, mesmo quando há problemas, as pessoas costumam ser mais tímidas, os assuntos polêmicos são evitados, as verdades não são ditas, etc. Por mais incômoda que seja a situação, ainda assim é interessante ver essa família aparentemente convencional virando de cabeça pra baixo.
- É brutal a honestidade dos personagens. Eles falam de maneira direta, sem nenhum medo de ferir os sentimentos dos outros. Lembra a violência de Quem Tem Medo de Virginia Woolf?, mas menos deprimente - e os personagens não chegam a perder a dignidade.
- Julia Roberts muito boa na cena em que ataca Meryl!
- Ótima a história que a mãe conta sobre as botas que queria ganhar quando jovem. Sugere de onde vem a agressividade dela.
- SPOILER: Roteiro não tem muito propósito / direção (principalmente depois que morre o pai), mas tem reviravoltas e se mantém interessante até o final.
CONCLUSÃO: Drama familiar típico mas que se destaca pelos bons personagens, diálogos e o elenco estelar.
(August: Osage County / EUA / 2013 / John Wells)
FILMES PARECIDOS: O Casamento de Rachel, Em Seu Lugar, Do Jeito que Ela É, Um Amor Verdadeiro.
NOTA: 7.5