quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

The Babadook

- Direção muito diferente e interessante! O filme consegue dar medo não só através da história, mas através do estilo - da direção de atores, do uso de som, da fotografia, etc. Lembra um pouco o terror italiano dos anos 70 (Suspiria, etc). Cenas bizarras (como a da mãe se masturbando) só contribuem pra estranheza do filme.

- Medo desse livro do Babadook e das ilustrações!

- O garoto é muito irritante! Nenhum dos personagens é totalmente gostável. A gente simpatiza pela mãe (pelo drama que ela vive) mas de vez em quando ela tem atitudes agressivas com outros personagens que mancham um pouco sua simpatia.

- Sequência em que Sam tem a convulsão: Essie Davis está excelente como a mãe! Uma das performances mais surpreendentes do ano.

- SPOILER: Voz do Babadook no telefone é arrepiante...!

- Um problema frequente em filmes desse gênero é que os personagens não têm muito o que fazer - ficam aguardando passivamente o próximo ataque do monstro, o que dá um tom um monótono pra história. Mas pelo menos o Babadook é um conceito de monstro diferente (não é um filme de espírito como esses que saem toda semana).

- SPOILER: Sinistra a mãe "possuída"!! A atriz realmente está dando um show. É interessante essa inversão de papeis: a mãe se tornando o "problema" e o filho se tornando a figura sensata e responsável com a qual a gente se identifica.

- Filme "empresta" algumas ideias de filmes clássicos de terror como O Iluminado, Poltergeist, O Exorcista.

- No final o filme passa tempo demais tentando apenas provocar emoções de medo através de imagens, sons, sem voltar pra um clima normal, de realidade, o que eventualmente se torna cansativo. Falta variedade de emoção, e falta também alimento pro cérebro do espectador... Algo que o deixe curioso pela história, que vá além de ter sensações de medo.

- SPOILER: Desfecho da história muito bom!! Fica claro agora o que representa o Babadook - e é legal a ideia de que ela não pode se livrar totalmente do seu trauma, mas que pode administrá-lo de forma que isso não a impeça de viver sua vida e ser feliz.

CONCLUSÃO: Um dos filmes de terror mais interessantes e sinistros dos últimos tempos, com uma performance surpreendente de Essie Davis.

(The Babadook / Austrália / 2014 / Jennifer Kent)

FILMES PARECIDOS: A Entidade, Alucinações do Passado, O Iluminado.

NOTA: 7.5

10 comentários:

  1. Cara, onde você consegue assistir tanta variedade de filmes? Aqui na capital do Paraná só passa no cinema o que está em evidência na mídia. Você faz crítica de filme que nunca nem ouvi falar.

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  2. Oi.. 99% dos filmes que eu posto aqui eu assisto no cinema.. aqui em São Paulo a variedade é bem maior, sem dúvida... "The Babadook" é uma exceção - eu baixei pq ele ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.

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  3. Como você tem tanta certeza que em São Paulo a variedade é tão maior que aqui em Curitiba? Aqui tem estabelecimentos culturais gigantescos, cinemateca saindo pelas orelhas, festival de cinema independente, premiações e reapresentação de filmes cult e antigos, fora os shoppings que todos tem cinema e as faculdades de artes que sempre exibem uma programação "Anti-popular". Na TV Globo daqui possui um programa de incentivo a
    jovens cineastas e exibição de trabalhos de faculdade de "belas artes" e crítica de filmes em geral, não só os Transformers da vida. O jornal de maior circulação tem agenda cultural diária com todos os filmes, shoppings e cinemas sem exceção. O amigo daí de cima que é um desinformado pois tudo que passa aí passa aqui também, é só saber procurar. E Curitiba não fica tão pra trás de São Paulo não. Pois já morei aí em 2008 até 2012 e a cultura e arte fica no páreo.

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  4. Ué, não foi vc que falou que em Curitiba só passa no cinema o que está em evidência na mídia? Eu só deduzi... E já vi muitas vezes filmes que só estreiam em São Paulo e Rio de Janeiro..

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    1. Em termos de distribuição de cinema de arte apenas SP e Rio tem alguma relevância. Com SP na frente. Vc pode ter aí em curitiba um cinema a cada esquina e isso ainda representará pouco perto do que tem em sp. Se tiver na dúvida vá olhar os gráficos da Ancine.

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  5. Cinema de arte em Curitiba geralmente é exibido em faculdades, teatros, museus e na cinemateca. E só entra imprensa, afiliados ou convidados. É bem difícil mesmo ver um filme fora da linha comercial na maioria dos cinemas. Bem como o Diego comentou.

    Já vi casos de exibirem filmes cult e antigos clandestinamente em salas improvisadas, mas vai muita pouca gente e obviamente não é divulgado.

    Uma das experiências mais repugnantes da minha vida foi quando me convidaram ano retrasado pra participar da exibição de Rocky Horror Picture Show na Faculdade de Artes do Paraná.
    Eu já tinha visto como era nos EUA esse tipo de evento, pessoal a caráter, todo mundo canta junto, tudo legal etc.
    Mas aqui foi desorganizado, tinha umas três pessoas transando junto umas cadeiras a frente, gente jogando refrigerante em mim, e gente querendo transar comigo, não dava pra dizer o sexo da pessoa, e ainda no final me roubaram um sapato. E eu paguei uma entrada bem alta, pra piorar a situação.

    Na minha opinião, se este evento nunca tivesse acontecido em Curitiba, não faria a menor falta.

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  6. Hum... uma pessoa de sexo desconhecido queria realizar um coito com você, e você não levantou e foi embora na hora... Muito estranho esta história de no FINAL roubarem um sapato. Aguardo esclarecimentos Cinderela.
    Mas até o momento ( ͡° ͜ʖ ͡°) carinha aquela

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  7. Eu devo ter algum problema, ou porque essa já foi a minha realidade. Mas estava torcendo pra mãe na hora que ela tava possuída, e não para o filho. Tava louco pra quele moleque deixar ela em paz. Ô piá dos infernos!

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  8. Rsss.. no começo do filme ele tava merecendo levar umas mesmo! Mas consegui simpatizar pela mudança de atitude.. de qq forma não é um filme com heróis e vilões claros.. então é natural ter emoções mistas em relação aos personagens.

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