domingo, 26 de abril de 2015

Não Olhe para Trás

- Danny não é nada gostável! Apesar de já ser maduro, detesta a própria carreira, os fãs, tem péssimos amigos, uma namorada desprezível, é viciado, cínico... Se fosse um personagem adolescente ainda poderíamos dar um desconto, mas nessa altura da vida, é tudo culpa dele!

- Al Pacino não combina nada com um cantor desse tipo! Ele não tem nada de romântico, inocente.. não é à toa que ele ficou famoso com papéis de gângster.

- Diretor inexperiente / fotografia feia / elenco errado / personagens chatos (Anette Bening começa antipática, a netinha é extremamente irritante). Só Christopher Plummer me parece adequado.

- Odeio a mensagem de que toda a carreira que Danny teve, o enorme sucesso, nada disso importa, já que ele não criou o filho. Concordo que a vida de Danny não estava nada saudável, mas isso não é culpa do sucesso! Ele podia ter sido bem sucedido e feliz, saudável. A ideia dele querer "consertar" as coisas indo atrás do filho é uma estupidez. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. E o que a carta do John Lennon tem a ver com o filho?

- Nada a ver o filho ter ódio do pai nessa altura da vida. Os dois nunca se conheceram! Ele trata o pai como se fosse um cara imoral, tivesse arruinado a vida dele, ou estivesse vindo pedir um favor ou algo do tipo. Não estou torcendo nada por uma aproximação entre os dois (e o filme parece estar contando com esse desejo na plateia).

- Não faz sentido Danny achar que a carta do John Lennon teria mudado a vida dele. Faria sentido se ele fosse um músico desconhecido, fracassado, que abandonou a carreira por falta de incentivo (como na história real na qual o filme foi baseado). Mas Danny teve uns 40 anos de sucesso! É um dos maiores astros do mundo! Tem avião particular, 3 álbuns de "Greatest Hits". Não convence a história de que o mais importante pra ele era ter composto mais músicas - e que se ele tivesse lido a carta na época, ele teria feito isso. É pura auto-enganação. Se ele não escreveu músicas em 30 anos, é porque ele não gosta disso ou não tem vocação.

- Se Danny fosse apenas um "produto", cantando músicas que despreza, será mesmo que ele teria tido uma carreira tão duradoura, tão bem sucedida, e seria adorado por pessoas de todas as idades? O filme é artificial e tem uma visão totalmente deturpada do sucesso. Não é a toa que o enxerga de maneira negativa.

- Danny larga a turnê no meio, dá a Mercedez caríssima pro manobrista do hotel - e tudo isso é mostrado como algo admirável! Como se fosse uma "evolução" de Danny em direção a valores mais nobres.

- Forçada a ideia do Danny perceber que toda vez que o médico diz "Tom" (e não o sobrenome) é porque ele vai dar uma boa notícia. Ele não foi em tantas consultas assim com o filho! E quantas vezes o médico teria que ter dado más notícias pra ele chegar a essa percepção? O filho estaria morto! Isso é só pra ter um final de efeito, que aliás é péssimo. Isso é o grande ápice do filme? E a performance da música nova? Conclusão: carreira, sucesso, glamour e bens materiais fazem mal para o espírito - o que realmente conta é quando você acompanha uma pessoa que você mal conhece numa consulta médica!

CONCLUSÃO: Estúpido, esteticamente feio e com valores horríveis.

(Danny Collins / EUA / 2015 / Dan Fogelman)

FILMES PARECIDOS: Última Viagem a Vegas / Estão Todos Bem / Garota da Vitrine / Mr. Holland - Adorável Professor

NOTA: 2.0

6 comentários:

  1. Danny deve ser a imagem que os responsáveis pelo filme têm do que seja fazer sucesso em Holywood: produzir coisas que os criadores acham desprezíveis, mas que encontram grande aceitação popular.

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  2. Não achei nada convincente a história.. Cai na categoria "filmes com mensagens suspeitas que precisam distorcer a realidade pra atingirem seu objetivo".. rs.

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  3. Aí o filme chega no banco, o guarda comunica aos demais: entrou um filme, as mensagens são suspeitas, fiquem alerta. Mas não, o filme só era negro.

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  4. Rsss... quando eu disse "suspeitas" foi um eufemismo...

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