- O filme sofre daquele problema da "fantasia dentro da fantasia". A época, a cenografia, a luz, a performance dos atores - tudo já é tão distante da nossa realidade que, ao aparecerem os fantasmas, não há nenhuma surpresa, pois não se cria um contraste interessante com o real.
- O visual é incrível (fotografia + direção de arte).
- Ter um fantasma aparecendo às claras pra protagonista logo na primeira cena estraga parte da curiosidade da história. Ela já viveu um momento praticamente insuperável de terror - não dá pra esperar algo de muito mais intenso daqui pra frente.
- Além do visual exuberante, há certa inteligência nos diálogos que destaca o filme de outros mais medíocres do gênero. Mia Wasikowska está apropriada nesse papel.
- Interessante a cena da dança segurando a vela. Mas é um pouco confusa a trama e relação entre os personagens. Não dá pra saber direito quem está apaixonado por quem, quem está com ciúmes de quem... Não ficamos sabendo qual o segredo que o pai da Edith descobre a respeito do Thomas Sharpe, nem por que ele não fala nada pra filha... Assistimos tudo com pouco envolvimento, como se tivéssemos pego a história da metade.
- SPOILER: Por que essa cena das formigas devorando a borboleta? E a violência grotesca no assassinato do pai? (Culto à Dor).
- A mansão é incrível como cenografia. Mas é uma ambiente desagradável, decadente. É um pouco forçado esse buraco no telhado - quem com um mínimo de bom senso moraria num lugar assim? E por que caem folhas pelo buraco se não há árvores perto da casa? O filme parece estar mais interessado no estilo visual do que em criar um ambiente convincente.
- Toda a parte do terror, dos fantasmas, parece secundária e não funciona muito bem (quem entrar no cinema buscando um filme de gênero irá se frustrar).
- SPOILER: Thomas e a irmã queriam matar o próprio cachorro? O filme fez a gente simpatizar por Thomas no começo, e agora começa a mostrá-lo como um monstro interesseiro - a gente fica meio perdido. O romance e as relações são confusas, mal estabelecidas.
- É meio estranho caracterizar a mansão como se fosse um lugar mal-assombrado, um "personagem" assustador do filme, sendo que os fantasmas já apareciam pra protagonista mesmo em casas normais. E Edith não parece muito assustada com os fantasmas, então todo o suspense criado em torno deles não tem muita força. Não faz sentido a cena que ela se apavora com uma das fantasmas e começa a chorar, diz que quer ir embora da casa - ela já não tinha visto vários fantasmas antes?
- SPOILER: Trama forçada. Por que haveriam aquelas gravações guardadas de todas as ex-mulheres de Thomas? Será mesmo que ele teria conseguido conquistar tantas mulheres ricas, se aproveitado delas, tê-las matado pelo dinheiro e ainda saído impune? Será que um inventor tão brilhante e dedicado (algo que exige inúmeras virtudes) seria uma pessoa tão desonesta e destrutiva?
- SPOILER: Ridículo o médico ensinar onde o Thomas deve esfaqueá-lo na barriga. Desculpa ruim pra mostrar violência (a Jessica Chastain não é uma ameaça tão grande assim pro Thomas, a ponto dele se sentir forçado a esfaquear um inocente). O final todo é insatisfatório.
CONCLUSÃO: O visual impressiona mas o filme não tem força como suspense/terror e as relações não são bem escritas o bastante pro filme funcionar como drama apenas.
(Crimson Peak / EUA / 2015 / Guillermo del Toro)
FILMES PARECIDOS: Invocação do Mal / Mama / O Orfanato / O Labirinto do Fauno / Virgínia
NOTA: 5.0
Esse filme passa vez por outra nos canais por assinatura. Acho-o fraco. O filme logo aponta o dedo acusador para Thomas com tanta força que a gente acaba esperando por um plot twist que não ocorre. Talvez porque plot twists tenham se tornado muito comuns hoje.
ResponderExcluirPedro.
É uma história meio insatisfatória né.. Guillermo del Toro parecia mais empolgado com as imagens e os cenários do que com o roteiro.. abs!
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