terça-feira, 10 de novembro de 2015

Grace de Mônaco

ANOTAÇÕES:

- Achei que fosse ver um filme glamouroso sobre a vida da Grace Kelly, mas o filme fica o tempo inteiro mostrando o marido em discussões políticas confusas que não acrescentam nada à história dela.

- A relação dela com o marido é péssima. Não dá pra entender por que ela se casou com ele. Ele parece ser uma pessoa horrível.

- Nicole Kidman tem uma aparência adequada pro papel, mas a personagem não é gostável. Por que ela casou com esse homem? Pelo status? E pra isso abandonou uma carreira fantástica em Hollywood?

- Qual o conflito dela? Ela quer aceitar o papel no filme do Hitchcock e o marido já disse que está de acordo. Ela deveria ir pros EUA sem pensar 2 vezes. O fato dela se preocupar tanto pelas fofocas e pelo que os outros irão pensar a torna ainda menos admirável.

- Detesto que o filme queira passar a mensagem de que "contos de fadas não existem" nesse contexto. É muito tolo da parte dela achar que se casar com um príncipe (literalmente) a tornaria realizada, independentemente dos dois não se amarem, dela odiar o cargo de princesa, etc. É uma abordagem muito infantil do tema.

- O único desejo que eu tenho nessa história é que ela volte pra Hollywood e aceite o papel em Marnie, mas como eu sei que ela vai recusar, a história se torna meio chata.

- Horrível a sequência em que ela tem aulas de francês, de etiqueta, etc. O filme trata tudo com humor, como se estivéssemos vendo My Fair Lady, encantados de ver uma garota simples se tornando uma princesa, mas aqui o contexto é totalmente diferente. Primeiro porque Grace já era extremamente elegante. Exigir mais classe dela parece piada. Além disso, essa sequência toda representa a submissão da personagem... Ela está sacrificando o desejo dela em nome de um marido péssimo, de seus "deveres" altruístas como princesa, em nome das aparências e de tradições sem sentido. Não é algo divertido de se ver.

- Roteiro ruim. A subtrama da Parker Posey (Madge) é confusa... A história do padre parece descartável. A trama política não é nada envolvente (e a música de suspense sugere que a plateia deveria estar altamente interessada).

- É dada uma ênfase inadequada pra apresentação das Maria Callas como se isso fosse um clímax, quando não tem relevância pra história.

- Discurso final de Grace é um horror. Ela fala de auto-sacrifício como se fosse algo maravilhoso. As noções dela de política e amor também são péssimas.

- O tom épico do final não faz sentido. Ela não fez nada de tão importante. Não é uma grande heroína. E o que é a montagem final dela no estúdio? E a música moderninha nos créditos finais? Que bagunça de filme!

CONCLUSÃO: Uma das cinebiografias mais fracas dos últimos tempos.

(Grace of Monaco / França, EUA, Bélgica, Itália, Suíça / 2014 / Olivier Dahan)

FILMES PARECIDOS: Hitchcock / Diana / A Dama de Ferro / Sete Dias com Marilyn

NOTA: 4.0

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