Animação japonesa indicada ao Oscar 2016 produzida pelos estúdios Ghibli (mais conhecido pelos filmes do diretor Hayao Miyazaki). O filme conta a história de uma menina solitária passando por uma fase difícil na escola e em casa, que após um ataque de asma é mandada pelos pais adotivos pra passar uns tempos morando com parentes numa cidade pequena próxima ao mar, onde o ar é mais puro. Lá, ela se encanta por uma mansão abandonada onde ela conhece Marnie, uma menina de sua idade, que é possivelmente um espírito ou uma amiga imaginária.
Não se trata de um filme infantil, e sim de um drama leve que por acaso é feito em animação e tem crianças como protagonistas. A história é agradável de acompanhar, a personagem de Anna é retratada com sensibilidade, e a figura de Marnie é misteriosa o bastante pra fazer a gente querer descobrir quem (ou o que) ela é.
Achei um pouco estranha a natureza obsessiva da amizade, que depois de um tempo começou a soar mais como um romance lésbico do que qualquer outra coisa. Não se trata de uma amizade baseada em interesses em comum, numa troca saudável de energia... Como Anna sempre se sentiu excluída por seus colegas, ela acaba ficando "viciada" na única menina que lhe dá atenção... Anna faz de Marnie um substituto pra autoestima, autoaceitação, e às vezes o filme quase cai pra um lado de auto piedade, coitadismo, mas Anna consegue manter em seu caráter certos elementos de força e independência que preservam sua dignidade.
O filme não chega a ser intenso ou inovador, mas é uma história bonita, que transmite um sentimento de paz, harmonia, é bem realizada em termos de animação, e tem um desfecho interessante. Destaque pra canção linda que toca nos créditos (Fine on the Outside), que resume bem o espírito do filme e podia ter sido indicada ao Oscar também.
When Marnie Was There / Japão / 2014 / Hiromasa Yonebayashi
FILMES PARECIDOS: Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar / Meu Amigo Totoro
NOTA: 7.0
Desde que Deuses do Egito estreou, estou procurando uma crítica decente para decidir se irei ver ou não. Mas todas as críticas que leio afirmam que o filme é ruim baseando-se inteiramente no fato de que todos os atores são brancos mas o filme se passa no Egito.
ResponderExcluirMal posso esperar pela análise justa que esse blog fornece.
Hoje eu entrei em três sites conceituados de crítica, e os três insistem em criticar a cor do elenco. Eu seu que isso pode tirar a atenção da atração principal que é o filme. Mas eles falam só disso! E a história, os personagens, as ideias, os efeitos, a mensagem? Nada, apenas a cor do elenco.
Nossa Djefferson, esse filme parece tão ruim que eu já tinha excluído da minha lista... Só vi a crítica do Tiago Belotti no YouTube (que deu nota zero pro filme).. ele também comenta o lance dos atores brancos, mas deixa claro que o problema é o roteiro, os efeitos e tudo mais.
ResponderExcluirSério, tão ruim assim? Eu como só tenho disponibilidade de ver um filme por semana estava analisando se assistiria esse.
ResponderExcluirVi O Regresso e achei uma tortura, apesar das críticas favoráveis. Não achei a parte técnica grande coisa, nesse quesito OS 8 Odiados é melhor, que eu achei uma baita "encheção de linguiça".
Quanto ao Deuses do Egito, como gosto muito de fantasia e mitologia antiga, tive interesse em ver, mesmo que fosse um "pipocão desmiolado". Mesmo assim, verei com a esposa se ela tem interesse, afinal, a gente viu o novo quarteto fantástico em IMax, o que pode ser pior?
Você recomenda este Tiago Belotti como crítico?
Tendo em conta que Frozen fez um sucesso enorme no Japão, onde teve uma bilheteria de 250 milhões de dólares, uma das maiores da história do país, não deixa de ser uma coincidência curiosa que essa animação apresente a história de uma menina solitária chamada Anna e sua ligação com uma menina misteriosa. Aparentemente, daria para dizer que pegaram Frozen e tiraram as partes piores, as músicas chatas, os trolls, os alívios cômicos irritantes, os interesses amorosos falsificados e os defeitos da personalidade e poderes inexplicados de Elsa. Pode-se dizer o tema da solidão tem adquirido um grande apelo no Japão, onde se tem discutindo muito o fenônemo de um grande número de pessoas jovens que vem se tornando socialmente ineptas e optando por um vida de isolamento, fechados em seus quartos (os chamados Hikkikomori), ou pelo menos renunciando a qualquer relacionamento mais íntimo com outras pessoas.
ResponderExcluirQuando o filme fracassa de público e de crítica, eu só fico com curiosidade de ver quando é um tema que me interessa pessoalmente.. ou quando o filme é de um cineasta que eu gosto.. mas o Deuses do Egito pra mim não cai e nenhuma dessas categorias.. talvez pra vc seja minimamente interessante já que se interessa pelo gênero, etc.
ResponderExcluirO Tiago Belotti é bem diferente de mim, mas é o único que eu tenho acompanhado (o canal dele no YouTube chama Meus 2 Centavos).. gosto de ver as críticas dele pra tentar entender melhor a mentalidade do público.. pois ele tem um gosto parecido com o de uma parcela grande de cinéfilos.. o público jovem, masculino, meio nerd.. que amou filmes como Mad Max, O Regresso, etc.. Ou seja, temos opiniões diferentes geralmente, mas acho ele divertido, culto, bem intencionado.. recomendo o canal.
Não me parece que As Memórias de Marnie seja consequência do sucesso de Frozen, mas realmente dá pra traçar alguns paralelos!
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar desses Hikkikomori... A impressão que tenho é que os japoneses sempre foram mais reservados né, até meio reprimidos.. no que diz respeito a relacionamentos, intimidade, comportamento social... mas pelo q vc diz isso pode estar até se intensificando..
Olá Caio, eu assisti alguns vídeos deste Tiago Belotti que me indicaste e sinceramente não gostei de seus métodos. Por ser muito técnico e utilizar muitos termos da área vejo que isso influencia a opinião dele, usando como base um checklist pré estabelecido que aprendeu em algum lugar "a forma definitiva e correta de se fazer um filme". E no fundo achei meio besta o jeito dele, muitas piadinhas que acabaram me afastando.
ResponderExcluirAh uns cinco ou seis anos atrás eu acompanhava no youtube o canal de uma crítica (mulher) que em dois minutos falava sobre o filme. Acho que ela era de uma revista ou algo assim. Claramente ela tinha formação na área, mas dava uma explicação concisa sobre o filme sem recorrer a spoilers nem checklist de termos técnicos para mostrar que sabe. Também mantinha um tom sério mas se comunicava com carisma. Mesmo que eu concordasse ou não, eu gostava de assistir principalmente se eu não tinha visto o filme ainda, pois ela não entregava detalhes do enredo. Nunca mais achei o canal dela, toda vez que eu pesquiso a respeito só encontro gente gritando na frente da web cam.
Eu como engenheiro proponho uma nova unidade de medida: a quantidade de "gostei" em um filme pode ser mensurada pelo montante de decibéis dos gritos que a pessoa dá durante o vídeo.
Hmmm... infelizmente não tenho nenhum outro pra indicar no YouTube. Tb não concordo muito com os métodos de avaliação do Tiago Belotti, só acho legal como reflexo da opinião popular.. Sem falar que ele dirige uns filmes de zumbis que parecem muito toscos.. o que faz a gente questionar o quanto ele sabe do que está falando (não que todo crítico tenha que ser um ótimo cineasta.. são habilidades diferentes.. mas pelo menos saber fazer algo apresentável né). O crítico brasileiro mais respeitado da atualidade acho que é o Pablo Villaça que também faz críticas em vídeo de vez em quando.. mas eu tenho horror a ele. Ah, e tem o canal da Isabela Boscov também.. que parece séria e não dessas que ficam gritando hehehe.
ResponderExcluirCaio, não acredito, tu achaste pra mim. Eu estava a falar de Isabela Boscov, mas não me recordava seu nome. O canal encontrei, "Cinemateca Veja" que parou há sete anos. Mas há sete anos eu era de acompanhar os novos vídeos. Irei ver o que acho deste novo canal de Isabela.
ResponderExcluirTu tens horror a Pablo Villaça por ele ser petista?
Ah que bom que era ela!
ResponderExcluirSim o Pablo Villaça é um típico "intelectual de esquerda".. e arte e política andam lado a lado né.