quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

The Beach Boys - Uma História de Sucesso

NOTAS DA SESSÃO:

- Confuso o começo. As imagens do Brian compondo quando era jovem, depois a sequência de créditos resumindo o sucesso dos Beach Boys, depois a cena de Brian já mais velho conhecendo a Elizabeth Banks. Qual será o foco da história?

- John Cusack não está muito carismático nesse papel - não cria um personagem gênio/perturbado gostável como em Uma Mente Brilhante por exemplo - parece apenas um cara inconveniente e meio pretensioso. Paul Dano também.

- Narrativa ruim. O filme fica pulando aleatoriamente entre 2 épocas desinteressantes da carreira deles. No passado, o filme pega uma fase em que os Beach Boys já estavam no auge (não mostra a trajetória de sucesso deles; já começa depois que eles explodiram - ao contrário do que sugere o título nacional). E depois com Wilson mais velho, o filme foca num romance que parece superficial e sem muito futuro. O filme age como se o público já soubesse tudo sobre os Beach Boys, e só se propõe a mostrar algumas curiosidades sobre as gravações de Pet Sounds e sobre a vida pessoal de Wilson. Ele não serve pra contar a história dos Beach Boys, e nem é um estudo fascinante de personagem (como foi Steve Jobs, por exemplo, que também decidiu focar na personalidade do protagonista e não contar a história inteira).

- A grande "sacada" do filme é dizer que a genialidade de Wilson vem da loucura e do sofrimento - então o filme retrata as perturbações dele de maneira positiva, afinal são elas que permitem que ele seja brilhante (na teoria do filme).

- Discordo da visão que Pet Sounds é um álbum superior por ser mais dissonante, ter melodias depressivas, barulhos experimentais, sons de bichos, etc... Sou mais as coisas antigas da banda.

- Será que ele mudou o estilo musical só pra imitar os Beatles? O que ele escrevia antes era uma fraude e agora é que Wilson está sendo autêntico musicalmente? Ou ele passou por uma transformação pessoal e mudou de gosto? O filme não se aprofunda nisso.

- Ridículo o amigo do Brian dizendo que já trabalhou com Sinatra, Elvis, mas que ele é mais especial que todos. Maneira barata de tentar engrandecer o personagem. O filme não mostra pra plateia o real valor dele; fica tentando criar impressões através de elogios de personagens secundários. O cineasta bajula o artista de uma maneira meio constrangedora, como se fosse um fã "vendido" que não enxerga o ídolo objetivamente.

- Não há muitas expectativas em relação ao lançamento do álbum Pet Sounds. Eles já são um sucesso. Não é como se fosse a história de uma banda decadente tentando se reerguer. Eles apenas estão passando por uma mudança de estilo pra acompanhar as tendências da época. Mas não há muito drama ou empolgação na história. A intenção do filme é mais a de mostrar as loucuras de Wilson.

- SPOILER: O disco finalmente é lançado, fracassa comercialmente, e ficamos sabendo de tudo através de um diálogo?!?! Além de ter uma história pouco empolgante, o filme pula os momentos mais essenciais. Good Vibrations depois é um sucesso e também só ficamos sabendo porque alguém comenta casualmente. O filme não dramatiza os momentos interessantes.

- A Elizabeth Banks pelo menos tem um bom momento no final, quando enfrenta o Paul Giamatti (que faz um personagem detestável).

- Como o romance é superficial, sem muita química, a cena final (quando toca Wouldn't It Be Nice) não empolga tanto quanto tenta.

CONCLUSÃO: Filme desperdiça uma história interessante focando nos momentos errados da carreira dos Beach Boys e retratando as perturbações de Brian Wilson como se fossem características invejáveis.

Love & Mercy / EUA / 2014 / Bill Pohlad

FILMES PARECIDOS: Jersey Boys: Em Busca da Música / Quase Famosos / The Wonders - O Sonho Não Acabou

NOTA: 4.0

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