segunda-feira, 3 de abril de 2017

A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell

NOTAS DA SESSÃO:

- Muito bonita a sequência inicial com a montagem do robô. Scarlett Johansson foi uma boa escolha pro papel, o visual e os efeitos são ótimos. A produção tem mais nível que a média (os diálogos têm certa inteligência, o elenco coadjuvante é interessante, etc).

- Apesar da visão pessimista meio clichê de futuro (que lembra Blade Runner, Robocop), o filme contrói um universo interessante - há várias ideias bem pensadas de design, tecnologia, etc.

- A trama envolvendo terrorismo é pouco interessante (cai na categoria "filme de serviço"). O que acaba envolvendo mais o espectador é o lado emocional da protagonista, a busca dela por um senso de conexão, e também as falhas no sistema que dão a ideia de que há alguma mentira por trás da realidade que estamos vendo.

- SPOILER: Depois que descobrimos que Scarlett e Kuze na verdade são vítimas da companhia, a trama fica mais interessante (os toques anti-capitalistas não chegam a acionar meu Alerta Vermelho). A protagonista ganha um propósito, um inimigo que ela queira derrotar não apenas por ser seu trabalho, mas por razões pessoais.

- Chega a ser um alívio ver um filme do gênero onde a ação não parece totalmente absurda, onde se tenta minimamente respeitar as leis da física. Não há aquelas cenas onde a heroína luta contra 200 inimigos ao mesmo tempo parecendo um videogame. Sentimos que estamos num universo crível onde há vulnerabilidades e limites para o que ela pode fazer.

- SPOILER: Legal a cena em que a Juliette Binoche muda de ideia e decide ajudar a Scarlett Johansson a escapar. Por um instante acreditamos que ela iria matá-la, o que torna a reviravolta satisfatória.

- SPOILER: A sequência de ação final contra a aranha é fraca - uma máquina grande e lenta assim não parece tão ameaçadora, sem falar que é só um robô - falta a presença do vilão real ali. Scarlett acaba derrotando Cutter à distância depois, numa cena pouco memorável. Outra coisa que enfraquece a história é a ideia de que todo o mal foi causado apenas por 1 diretor corrupto da empresa... Não sentimos que há uma organização realmente maligna ameaçando o mundo, tanto que no fim ela volta a trabalhar na Section 9. Fica a sensação de que foi apenas um problema localizado, um conflito menos épico do que poderia ter sido.

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CONCLUSÃO: Ficção feita com bom gosto e inteligência, embora a história não seja das mais empolgantes e o final deixe um pouco a desejar.

Ghost in the Shell / EUA / 2017 / Rupert Sanders

FILMES PARECIDOS: RoboCop (2014) / Lucy (2014) / No Limite do Amanhã (2014) / Sem Limites (2011) / Matrix (1999)

NOTA: 6.8

6 comentários:

  1. Eu tenho a versão anime em DVD aqui (que é a inspiração desse filme) é bem construído. Tem aquele lado pessimista, mas as outras coisas compensam como a personagem.

    Engraçado citar Matrix porque Ghost in the Shell inspirou a criação deste.

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  2. Ainda não vi a animação, nunca tive muita atração por animes.. mas sei que é bem cultuada.. Ah sim, vendo o filme não tem como não pensar em Matrix né.. embora o tom mais emocional e melancólico tenha me lembrado mais Blade Runner.. abs.

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  3. Nem sei como é a história original, mas gostei de ver uma boa adaptação de uma animação japonesa pelo cinema americano. Comecei a ver esses dias o filme do Death Note (li o mangá e vi o anime, é bem legal) feito pela Netflix, e é simplesmente um filme muito, muito ruim.

    Adorei a Scarlett Johansson no papel, ela é bem expressiva, ajuda ainda mais a criar empatia com a personagem (que é o ponto forte da história).

    Vou procurar assistir as animações agora. Pena que provavelmente não vai ter um segundo filme, porque fracassou nas bilheterias.

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  4. Oi Rodrigo! Death Note eu não conheço.. o filme tá com uma nota bem ruim no IMDb mesmo.. parece que não foi só você que não gostou.. rs. A animação do Ghost in the Shell de 1995 parece que entrou pra Netflix agora tb né... Pretendo assistir, é um filme bem cultuado... Recentemente assistir o Akira também na Netflix... Vou ver se aproveito o embalo, hehe. abs.

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  5. Caio, o diretor do Death Note é o mesmo que dirigiu o remake da Bruxa de Blair, o mais curioso é que ele manteve uma certa fidelidade no remake enquanto no Death Note ele alterou as personalidades dos protagonistas.

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  6. Hmm, o Bruxa de Blair tem uma nota ruim no IMDb também e eu gostei.. quem sabe não arrisque esse então, rs.

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