quinta-feira, 18 de maio de 2017

O Dia do Atentado


NOTAS DA SESSÃO:

- Vai ser a mesma crítica que fiz de Horizonte Profundo (que aliás é do mesmo diretor desse aqui) Horas Decisivas, Sully, etc. História verídica mediana sobre um evento físico não especialmente épico que serve de pretexto pra celebrar valores republicanos, o heroísmo do trabalhador americano, a eficácia do governo, etc. Os personagens são todos superficiais, Mark Wahlberg está fazendo o mesmo papel que faz em todos os filmes, o personagem é um homem comum sem qualidades muito interessantes (sua grande "virtude" é cumprir seu dever direitinho e servir o povo americano).

- Os vilões são 2 garotos tolos sem grande poder, o que torna o conflito meio fraco. O filme é apenas sobre um evento físico, sem uma dimensão mais abstrata, psicológica, etc. Os mocinhos só querem consertar o problema criado, não buscam algo pessoal, emocional além disso. Nem há um protagonista claro... O protagonista é coletivo: o povo americano como um todo, versus a ameaça estrangeira. 

- Tecnicamente o filme é meio televisivo, não tem nada que de muito destaque. O propósito aqui é mais jornalístico do que artístico. Se a informação foi passada, o diretor está satisfeito - ele não se importa com o "como". Um cineasta ambicioso teria criado um momento cinematográfico memorável na cena da explosão. Aqui é tudo mostrado de forma direta, sem linguagem, sem invenção.

- O filme melhora um pouco depois do atentado, quando começam as buscas pelos terroristas. Nos outros filmes que citei (Horizonte Profundo, Sully, etc) não havia muito o que fazer após o acidente pra manter o roteiro interessante até o final. Acontecia o acidente, as pessoas sobreviviam, e daí a história acabava. Aqui já há essa perseguição que deixa a estrutura bem melhor.

- Os terroristas fazem coisas tão ilógicas (matar o policial, sequestrar o japonês e contar quem eles são) que a gente começa a questionar se isso foi o que de fato ocorreu. Esse tipo de filme muitas vezes me parece feito sob encomenda pro governo americano pra "acalmar" a população, dizer que está tudo sob controle, reforçar certas narrativas, etc. Eles até aproveitam pra falar do 11 de Setembro - dizer que quem duvida da narrativa oficial só pode estar do lado dos terroristas, etc.

- Bem tensa a cena em que os terroristas começam a jogar bombas nos carros da polícia, o atropelamento, etc.

- A interrogadora (Khandi Alexander) rouba totalmente a cena quando interroga a esposa do terrorista. Performance excelente!

- A captura no barco não é das mais empolgantes, mas ainda assim é um final aceitável considerando as limitações da história.

- Os depoimentos das pessoas reais no fim me parecem sempre inapropriados. Passa a ideia de que o filme só tem relevância por ser baseado em fatos reais.

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CONCLUSÃO: Bem feijão com arroz, mas não é dos piores.

Patriots Day / Hong Kong, EUA / 2016 / Peter Berg

FILMES PARECIDOS: Horizonte Profundo: Desastre no Golfo (2016) / Sully: O Herói do Rio Hudson (2016) / Horas Decisivas (2016) / Evereste (2015) / Capitão Phillips (2013)

NOTA: 6.0

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