quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Boi Neon

NOTAS DA SESSÃO:

- A produção é simples mas o visual é muito bem cuidado! Boa fotografia, direção de arte, etc. Interessante essa mistura de elementos "rústicos" (curral, bois) com moda, estilo, etc. O título é bem apropriado.

- Naturalismo. Não há história - é um retrato monótono de determinadas pessoas vivendo num determinado lugar. Só não é um tédio completo por causa das imagens interessantes.

- Juliano Cazarré é bom ator, convence totalmente como vaqueiro, e o personagem dele é gostável - não porque ele tenha algo de especial, mas ele é trabalhador, humilde, não há muito o que não gostar. Ainda assim, é uma caracterização meio vazia. Muitos filmes nacionais têm esse mesmo tipo de protagonista humilde, sem muita cultura, que não abre muito a boca mas é fisicamente atraente.

- Outro padrão no cinema nacional é fazer filmes Naturalistas com roteiros parados, pouco comerciais, mas que têm algumas cenas de sexo subversivas, atores globais sem roupa (Praia do Futuro, Sangue Azul, etc), que geram certa publicidade. Pelo menos esse não tem um tom negativo, não apela pra violência e coisas desagradáveis, etc.

- O filme pretende quebrar com a visão que temos do nordeste, de vaqueiros (mostrando que vaqueiros fazem chapinha, se interessam por moda), mas isso não está integrado em uma boa história. O cineasta apenas usa o cinema pra fazer um comentário social vago, e seu "comentário" pra ele justifica todo o filme.

- SPOILER: Bizarra a masturbação do cavalo, a mulher se depilando no caminhão, o sexo com a grávida. Pelo menos algumas coisas assim acontecem de vez em quando pra "acordar" a plateia.

- O filme termina do nada, no meio de uma cena qualquer, sem o menor propósito e senso de conclusão.

CONCLUSÃO: Visualmente bem cuidado e com algumas cenas divertidas, mas extremamente Naturalista, o que torna a experiência insatisfatória e vazia intelectualmente.

Boi Neon / Brasil, Holanda, Uruguai / 2016 / Gabriel Mascaro

FILMES PARECIDOS: Ausência / Sangue Azul / Praia do Futuro / Shame / À Deriva

NOTA: 4.0

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