domingo, 7 de fevereiro de 2016

O Quarto de Jack

NOTAS DA SESSÃO:

- Premissa original e intrigante. A mãe e o garoto têm uma relação convincente e gostosa de ver.

- Fascinante o retrato da vida deles dentro do quarto. Cheio de detalhes interessantes e realistas psicologicamente.

- O filme levanta umas questões filosóficas legais. Até que ponto nossa percepção da realidade pode ser distorcida pelo ambiente em que crescemos? Lembra um pouco O Show de Truman e O Enigma de Kaspar Hauser.

- A interpretação do Jacob Tremblay é chocante (ele devia ter sido indicado ao Oscar também!). Brie Larson também está excelente.

- Essa mãe é uma maluca por mentir tanto pro filho! Só não ficamos com raiva dela porque apesar de tudo o menino parece saudável, tem uma boa relação com ela, e também porque ainda não entendemos o motivo deles estarem nesse quarto - então damos um voto de confiança.

- Demais quando a mãe começa a tentar explicar pro Jack sobre o mundo real. As reações e as perguntas dele são muito boas (ele perguntando se tartarugas existem, se os filmes e desenhos também são reais).

- SPOILER: A mãe não pode sair do quarto também? O Nick prendeu os dois? Ela foi vítima de estupro? Muito legal a maneira como a história é contada... Nós vamos juntando pequenas informações e entendendo a situação aos poucos, sem que o filme explique tudo de maneira óbvia.

- SPOILER: Meio improvável, mas aterrorizante a sequência em que Jack escapa no tapete!! O filme é muito bem dirigido e fotografado: a câmera subjetiva mostrando tudo fora de foco nas primeiras imagens externas, pois o menino nunca viu tanta claridade, nunca viu objetos a tantos metros de distância, etc.

- SPOILER: A cena da policial perguntando as coisas pra ele é muito aflitiva! O menino não lembra nem do nome da mãe! Como eles vão ajudá-lo?

- SPOILER: Lindíssima a cena do reencontro. Enxugando as lágrimas. :´(

- Adoro a ideia do filme de contar essa história horrível mas pelo ponto de vista ingênuo do garoto, focando nas questões cognitivas, na relação entre mãe e filho - sem ficar apelando pro desagradável. De qualquer forma, não dá pra perdoar ou entender totalmente a mãe pelo que ela fez com a mente do menino, dizendo que o mundo consistia apenas daquele quarto. Ela prejudicou o desenvolvimento dele. Teria sido mais natural dizer que havia um mundo lá fora, mas que por algum motivo eles só teriam acesso a ele no futuro, quando o menino fosse maior, etc.

- O conflito do avô (William H. Macy) com o menino ficou um pouco mal desenvolvido. Queria entender melhor a situação.

- SPOILER: A mãe tentou se matar? Teve uma convulsão? É desesperador porque ela some da história e o filme não diz o que houve! Às vezes parece que ela morreu e ninguém teve coragem de contar pro Jack. O que é apropriado em termos de direção, porque o filme é contado pelo ponto de vista do garoto, que sem dúvida não estaria entendendo muitas dessas situações (os adultos sempre ocultam o lado pesado da realidade das crianças).

- SPOILER: Mais lágrimas na cena do cachorro! E depois quando Jack corta o cabelo pra dar pra mãe. E depois na cena do segundo reencontro. E depois quando eles voltam até o quarto pra se despedir. Uma cena bonita após a outra.

CONCLUSÃO: Drama comovente com uma história imaginativa, sensível, muito bem contada, e performances incríveis de Brie Larson e Jacob Tremblay.

Room / Irlanda, Canadá / 2015 / Lenny Abrahamson

FILMES PARECIDOS: Tão Forte e Tão Perto / Uma Prova de Amor / A Lula e a Baleia / Terra de Sonhos / A Escolha de Sofia

NOTA: 8.5

Um comentário:

  1. Inesquecível!!! Aquele tipo de filme que você lembrará pelo resto da vida.
    Não teve um único segundo no qual não tenha me emocionado profundamente.
    Quando o filme acabou fiquei da mesma forma que fiquei quando assisti "O Homem Elefante"... Sem palavras.
    Imperdível para psicólogos e psiquiatras.
    Aquele tipo de filme que você engole o choro para não perder a cena.

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