quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

É Apenas o Fim do Mundo

NOTAS DA SESSÃO:

- Intrigante a primeira cena onde o protagonista anuncia que irá se matar. Há algo de atraente e misterioso nele.

- Estilo acima de conteúdo: quando ele chega na casa da família, as pessoas todas se comportam de maneira excêntrica sem nenhuma explicação ou contexto. O Louis e a Marion Cotillard ficam se encarando por minutos sem motivo, o Vincent Cassel fica reclamando de tudo de maneira forçada, há pausas bizarras no meio dos diálogos. Isso tudo é apenas pra dar um clima "cult" pro filme.

- Por que ele quer se matar? Por que ele ficou tanto tempo afastado da família? Por que ele se tornou famoso? O filme não desenvolve essas questões importantes e fica apenas focando em conversas banais sobre nada. O protagonista é distante, suas motivações são obscuras, o público não sabe o que se passa em sua mente (Naturalismo).

- Horrível essa cena com a música original da "Festa no Apê". O que tem a ver colocar uma música pop animada numa história como essa? É apenas uma "marca registrada" do diretor (Xavier Dolan já fez coisas do tipo em seus outros filmes) colocada de qualquer jeito pros críticos se sentirem inteligentes, mas que nada tem a ver com o resto do filme.

-Por que a premissa dramática de anunciar que o protagonista irá se matar, se o filme inteiro é sobre diálogos tediosos, momentos comuns do cotidiano? Dá a impressão que é apenas algo que foi dito no começo pra prender a atenção do espectador desonestamente - tipo esses programas de TV que ficam enrolando o espectador por horas sem nenhum conteúdo, sob o pretexto de que alguma revelação dramática será feita no último bloco.

- O personagem é pretensioso. A família fica o tempo todo bajulando ele como se fosse o messias, enquanto pra plateia ele parece apenas um garoto que ficou famoso recentemente sem muita explicação. Nada que ele faz na prática parece justificar essa pompa toda.

- O filme é uma fraude. Não é sobre nada, não mostra nada de valor em termos de cinema. É apenas uma série de cenas sem sentido, diálogos nonsense (pegue por exemplo a sequência em que o protagonista e o Vincent Cassel saem pra andar de carro e ficam horas falando sobre o café do aeroporto!), só que como o protagonista fica sempre com uma expressão triste, melancólica, desconectada, dá a impressão que o filme é "profundo" por algum motivo.

- Subjetivismo: Em alguns momentos a câmera faz movimentos chamativos, a trilha sonora fica dramática, tudo sem nenhum motivo (exceto os impulsos arbitrários do cineasta, claro).

- Qual o sentido dessa briga no final sobre quem irá levar o Louis ao aeroporto? Por que o Antoine está expulsando ele da casa com tanta brutalidade? E esse pássaro no fim? O filme parece obra de um adolescente pretensioso tentando imitar filmes de "arte", sendo que a única observação que ele fez a respeito de tais filmes é de que eles são "estranhos", "melancólicos" e "difíceis de entender".

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CONCLUSÃO: Besteirol subjetivista.

Juste la Fin du Monde / Canadá, França / 2016 / Xavier Dolan

FILMES PARECIDOS: Amor Pleno (2012)

NOTA: 1.5

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