segunda-feira, 28 de junho de 2021
Velozes & Furiosos 9
sexta-feira, 25 de junho de 2021
Espiral - O Legado de Jogos Mortais
domingo, 20 de junho de 2021
Luca
sexta-feira, 18 de junho de 2021
Em um Bairro de Nova York
Mare of Easttown
Série policial da HBO com Kate Winslet no papel principal. A maioria das séries eu abandono logo no primeiro episódio, e essa quase não passou nesse meu primeiro "teste", mas minha curiosidade em relação à trama e ao mistério de assassinato estilo whodunit me fez seguir em frente. Minha resistência inicial surgiu por conta do tom excessivamente pesado da história (queixa que tive também em relação a Sharp Objects) — Kate Winslet está bastante desglamourizada, interpreta uma mulher quebrada emocionalmente, que raramente sorri, a série tem uma atmosfera nublada, tudo é meio marrom, em escalas menores, os relacionamentos são todos conflituosos, etc. Mas apesar disso, fica sempre a sensação de que a história está caminhando para algo melhor, que seu objetivo no fundo é mostrar uma evolução da protagonista (não apenas ficar remoendo suas tragédias), e surpreender o espectador com reviravoltas e revelações cuidadosamente plantadas ao longo dos 7 episódios — e nesse sentido, a série cumpre sua promessa. Algumas subtramas me pareceram jogadas ali só pra preencher o tempo (como o romance da filha de Mare, ou o sumiço de 2 garotas que consome boa parte dos episódios mas não contribui muito para a investigação central), mas de forma geral, é uma série bem escrita, inteligente, com personagens ricos, ótimas atuações (além de Kate, a amiga dela interpretada por Julianne Nicholson tem um arco espetacular), e principalmente, uma trama instigante com 3 excelentes episódios finais.
terça-feira, 15 de junho de 2021
Juntos Novamente
Curta-metragem da Disney que foi exibido junto com Raya e o Último Dragão nos cinemas. Visualmente é um trabalho incrível, mas pra mim é um daqueles "anti-musicais" estilo La La Land que fazem referências a musicais clássicos apenas pra manchar o gênero com o espírito tedioso dos tempos atuais. Além da visão negativa da velhice (a ideia de que pessoas mais velhas são sempre inativas, sem propósito, e suas únicas alegrias só podem vir de lembranças do passado) o que mais me incomodou no filme foi sua atitude em relação à felicidade (simbolizada pela dança e pela música). Nos bons clássicos do gênero, um número musical surge normalmente como consequência de alguma conquista, alguma emoção que, de tão intensa, não pode ser contida dentro dos personagens, e por isso precisa ser manifestada musicalmente. Por exemplo: em Cantando na Chuva, a cena famosa de Gene Kelly na chuva ocorre logo após ele e seus parceiros terem uma ideia brilhante para um filme que estão gravando — uma solução criativa que poderá salvá-los de um grande fracasso. Nesse momento, o futuro é promissor para o protagonista: seu sucesso profissional parece certo, ele encontrou um novo amor, e é com base nesse entusiasmo que Gene começa a cantar e a dançar. Essa abordagem reflete a noção de que a felicidade é uma consequência da conquista de valores importantes no mundo real, e reforça a ideia de que nossos objetivos podem ser atingidos, que dificuldades podem ser superadas com atitudes inteligentes, etc. Contraste isso com o que acontece em Juntos Novamente... Aqui, o protagonista é um senhor rabugento, infeliz (sem um motivo claro) e que não tem nenhum motivo específico para se alegrar também. Ele apenas "decide" ser feliz de um minuto para o outro, pois percebe que sua infelicidade deixa sua esposa mal. Ou seja, "felicidade" é apenas um pequeno teatro que ele está disposto a criar por consideração a ela, o que não convence o público, e acaba transmitindo a ideia de que felicidade é uma ilusão. Ele também recebe a ajuda de uma chuva mágica que faz com que ele seja jovem de novo, reforçando a noção de que idade é sinônimo de tristeza. Esse artifício cria também uma associação estranha entre chuva (um símbolo de mau tempo) a alegria. Em Cantando na Chuva, Gene Kelly dança apesar da chuva... É como se ele estivesse tão feliz que nem a chuva conseguisse estragar seu entusiasmo. Aqui, já há a sugestão de que a felicidade é estimulada pela chuva e até depende da chuva em partes (não entendi exatamente a mensagem por trás disso, mas é o tipo de inconsistência que não me surpreende no cinema atual). SPOILER: No fim, a chuva vai embora, e o personagem percebe que não poderá sustentar aquele nível elevado de felicidade o tempo todo — afinal, ele não é mais jovem. O filme termina com eles num estado mais moderado de contentamento que, na visão dos autores, parece ser o máximo que o entretenimento tem o direito de inspirar no público. Fica aí mais uma ilustração para o fenômeno do Idealismo Corrompido.
Us Again / 2021 / Zach Parrish
terça-feira, 8 de junho de 2021
Bo Burnham: Inside
Especial totalmente criado e filmado por Bo Burnham, que basicamente é uma sequência aleatória de sketches e canções metalinguísticas e paradoxais que ele foi gravando em casa ao longo da pandemia, e que exploram seus dilemas na criação do próprio especial, questões de saúde mental, e suas observações cínicas a respeito da sociedade moderna (ele não tem nada de muito sólido a dizer, mas acho que fazer referências a coisas como Instagram e Jeff Bezos em tom sarcástico já é o suficiente para alguns). Pessoalmente acho a atitude de Burnham um tanto irritante (toda a tentativa de conciliar sua egolatria com seu "white guilt" — o desejo de parecer genial, demonstrar todos os seus talentos, brigando com a crença de que é um pecado ter autoestima ou parecer superior em qualquer coisa). Sua criatividade é inegável, mas acaba sendo um exercício vazio, um exemplo do que acontece com pessoas altamente capazes quando desprovidas de ideais e propósitos positivos (tenho certeza que Burnham não desenvolveu todas as suas habilidades como músico, videomaker, escritor e intérprete ao longo da vida pensando que no fim elas serviriam apenas como instrumento para auto-ridicularização). Há instantes engraçados e coisas a serem apreciadas na execução do projeto, mas pra mim é incômodo ver alguém usando seus talentos dessa forma — a sensação foi mais ou menos a de assistir um milionário queimando seu dinheiro e usando-o como papel higiênico em frente às câmeras na tentativa de amenizar sua culpa e ganhar a simpatia do público.
domingo, 6 de junho de 2021
Invocação do Mal 3: A Ordem Do Demônio
Assim como os outros 2, achei muito bem produzido e caprichado visualmente. Senti um pouco a falta da direção de James Wan, que garantiu sustos melhores e set pieces mais memoráveis aos filmes anteriores... A premissa aqui é interessante, e gostaria até que eles tivessem explorado melhor a parte toda do julgamento de Arne, que acaba ficando em segundo plano. Uma das limitações da franquia (e que aqui ficou mais evidente), é que os protagonistas sempre parecem um pouco distantes e unidimensionais, o que enfraquece a história. Não são pessoas reais com as quais podemos nos identificar — em partes pelo fato deles serem investigadores paranormais, figuras muito distantes da nossa realidade (a graça de filmes de terror muitas vezes está no fato de eventos extraordinários estarem acontecendo a pessoas comuns, que jamais esperariam aquilo), mas em partes pela ausência de toques de caracterização que os tornem mais palpáveis... Acho importante o uso de arquétipos em filmes, mas é sempre necessário acrescentar algumas peculiaridades e traços de caráter marcantes a esses arquétipos para torná-los indivíduos convincentes, carismáticos (como o fato de Indiana Jones ter medo de cobras), se não, nunca sentimos que conhecemos realmente os personagens, que temos uma relação próxima com eles (um caso mais claro disso seria a própria vilã do filme, que parece mais um boneco de trem-fantasma do que um personagem de fato). Ainda assim, acho que o filme mantém a série respeitável, enquanto A Maldição da Chorona (do mesmo diretor) e alguns dos outros spin-offs lutam pra chegar no mesmo padrão.
Invocação do Mal 3: A Ordem Do Demônio (The Conjuring: The Devil Made Me Do It / 2021)
PRA QUEM GOSTOU DE: Invocação do Mal 1 e 2 / Sobrenatural 1 e 2 / Annabelle (2014) / Ouija: Origem do Mal (2016)