
O Estúdio (The Studio / 2025) T1.E1 e T1.E2 — Streaming surpreendendo de novo este mês com uma série muito acima da média, que estabelece um padrão tão elevado nos dois primeiros episódios que é difícil imaginar como poderia sustentá-lo nos próximos. Imperdível para cinéfilos.
The Electric State (2025 / Anthony Russo, Joe Russo) — Isso só revela o quanto o sucesso de bilheteria de Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato não foi mérito da direção dos irmãos Russo. O filme segue um formato familiar de narrativa de aventura, mas os cineastas parecem ter uma espécie de cegueira para os elementos que tornam um filme interessante para o espectador, então se limitam a cuidar dos efeitos especiais e da aparência externa da produção, torcendo pra que o conteúdo se conecte magicamente com o público — o que, infelizmente, não acontece.
Branca de Neve (Snow White / 2025 / Marc Webb) — Melhor do que eu esperava (se bem que as expectativas eram tão baixas que isso nem diz muito). Está mais pra um entretenimento decente enfraquecido por alguns problemas típicos do cinema atual (mensagens woke pontuais, anões no vale da estranheza, um elenco quase bom) do que pra um projeto desastroso como Pinóquio (2022). O filme tem uma direção competente (inclusive na parte musical), cenários/figurinos bonitos, novidades o bastante pra não parecer um remake enlatado, e o tom, de modo geral, não é subversivo ou hostil ao clássico — exceto quando querem transformar a Branca de Neve em uma líder revolucionária, aí realmente fica difícil defender.
Código Preto (Black Bag / 2025 / Steven Soderbergh) — Não me sintonizo bem com o cinema de Steven Soderbergh e, apesar do bom elenco, achei a trama de Código Preto extremamente desinteressante. É o tipo de história mais preocupada em parecer bem escrita e engenhosa (a abordagem dos "relojoeiros") do que em dar um motivo para o espectador se importar por qualquer coisa.
Better Man: A História de Robbie Williams (Better Man / 2024 / Michael Gracey) — Por que o macaco? Para mim, é um toque autodepreciativo estratégico para amenizar a qualidade potencialmente egocêntrica da produção (assim como a ênfase nos problemas emocionais e na suposta inferioridade de Robbie). Descontando esses aspectos "corrompidos" (ou esta aplicação duvidosa do conceito de Complementaridade), achei o filme eficaz e dirigido de maneira bem estimulante.
Mickey 17 (2025 / Bong Joon Ho) — Reclamamos com tanta frequência da falta de originalidade nos filmes que é fácil cair na armadilha de achar que originalidade, por si só, torna um filme bom. O novo longa do diretor de Parasita (2019) prova que isso não é verdade. Excentricidade é o prato principal aqui, mas em vez do caos organizado de filmes como A Substância ou Pobres Criaturas, Mickey 17 parece mais o delírio de um esquizofrênico pretensioso. Convencido de que os frutos de sua imaginação serão sempre brilhantes, o filme se entrega a devaneios aleatórios sem a disciplina necessária para produzir uma boa história.
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