- Produção luxuosa; visual de encher os olhos!
- Acho o casting errado. Pegaram uma menina meio comum pra fazer a Cinderela, e colocaram a maravilhosa da Cate Blanchett pra fazer a vilã! No desenho, a madrasta invejava a beleza da Cinderela e esse era o grande motivo dela odiá-la. Além de tirar essa rivalidade essencial, fica sem sentido uma mulher tão elegante quanto a madrasta ter 2 filhas tão vulgares e mal vestidas.
- Um pouco mal resolvido o lance dos animais. Seria melhor que o filme abraçasse a fantasia e fizesse os ratinhos falantes como no desenho - ou então tornasse tudo mais realista. Ficou em cima do muro, talvez por medo de soar infantil. O problema é que mais tarde, quando chega a fada madrinha, não há como fugir da fantasia, e tudo fica meio estranho (principalmente aquele lagarto medonho!).
- Em vez de fazer uma versão dark dos contos infantis (como de costume), o filme erra pro outro lado: acaba soando açucarado demais, ingênuo, superficial, sem seriedade. É justamente esse tipo de atitude que faz as pessoas acharem que a felicidade é uma ilusão.
- Todos os antagonistas são mais fracos. Não só a madrasta, que é meio cômica, não muito assustadora, como também as irmãs e o gato.
- Da transformação do vestido pra frente, o filme vira uma série de "orgasmos" auto-conscientes que são um pouco artificiais. Cada momento clássico do desenho é anunciado com tambores e fogos de artifício, como se o diretor não estivesse mais interessado em emocionar a plateia através da história - quisesse apenas apresentar suas magníficas versões das cenas do desenho.
- Estranhamente, o roteiro é bem mais confuso que o do desenho. Se o príncipe conheceu a Cinderela antes do baile, e ele se encantou por ela mesmo em trajes comuns, não faz sentido ela ficar desesperada à meia-noite e achar que haverá algum problema no fato dela não ser da realeza. Também não faz sentido o príncipe estar indo pessoalmente provar o sapatinho em todas as mulheres do reino. No desenho isso era uma estratégia do rei pra achar a Cinderela (sem o conhecimento do príncipe). O príncipe em si iria reconhecê-la, até por já tê-la visto mais de uma vez, arrumada e desarrumada. Não que o desenho fosse a coisa mais plausível do mundo, mas aqui esses "furos" chegam a atrapalhar o aproveitamento da história.
- SPOILER: Horrível a atitude vingativa da Cinderela em relação à madrasta no final. A Cinderela do clássico jamais faria isso! Ela tinha mais nível.
CONCLUSÃO: Bela produção, mas é mais uma ilustração cara do desenho do que um filme que se sustenta sozinho.
(Cinderella / EUA / 2015 / Kenneth Branagh)
FILMES PARECIDOS: Caminhos da Floresta / Malévola / Frozen / Oz: Mágico e Poderoso
NOTA: 6.5
quinta-feira, 26 de março de 2015
Mapas para as Estrelas
- Não simpatizo pela intenção de desglamourizar a fama, Hollywood, mostrar todos os atores como figuras desequilibradas, arrogantes, etc. Todo mundo é problemático no filme. Geralmente só gosto disso quando há bastante humor, ou quando tudo é mais extremo e teatral (tipo Mamãezinha Querida).
- É difícil não lembrar de filmes como Cidade dos Sonhos, Magnólia ou até mesmo Birdman, que tinham atitudes parecidas mas eram mais ousados, intensos, inteligentes, divertidos e sensuais audiovisualmente.
- Não há uma história muito forte. Depois que a gente já entendeu que as pessoas são todas perturbadas, parece que o filme vai ser mais do mesmo.
- O filme quer ser "louco" (como nas cenas dos mortos), mas é aquela loucura meio óbvia, mastigada, sem muito impacto.
- SPOILER: Gosto da Mia Wasikowska nesse papel! Hilária a cena da Julianne Moore comemorando com ela a morte do filho da atriz (já a cena da Julianne no vaso sanitário é de um mau gosto imperdoável).
- SPOILER: Um pouco forçado o Benjie estrangular o garotinho. A história do menino estar roubando a atenção dele nas cenas não é muito convincente (não parece de fato uma ameaça pro Benjie).
- Final com os irmãos um pouco morno, não muito surpreendente ou dramático.
CONCLUSÃO: Retrato cínico de Hollywood razoavelmente interessante, mas esperava algo mais intenso, original, com mais estilo, considerando a proposta do filme.
(Maps to the Stars / Canadá, Alemanha, França, EUA / 2014 / David Cronenberg)
FILMES PARECIDOS: Cosmópolis / Cidade dos Sonhos / Boogie Nights: Prazer Sem Limites
NOTA: 5.5
- É difícil não lembrar de filmes como Cidade dos Sonhos, Magnólia ou até mesmo Birdman, que tinham atitudes parecidas mas eram mais ousados, intensos, inteligentes, divertidos e sensuais audiovisualmente.
- Não há uma história muito forte. Depois que a gente já entendeu que as pessoas são todas perturbadas, parece que o filme vai ser mais do mesmo.
- O filme quer ser "louco" (como nas cenas dos mortos), mas é aquela loucura meio óbvia, mastigada, sem muito impacto.
- SPOILER: Um pouco forçado o Benjie estrangular o garotinho. A história do menino estar roubando a atenção dele nas cenas não é muito convincente (não parece de fato uma ameaça pro Benjie).
- Final com os irmãos um pouco morno, não muito surpreendente ou dramático.
CONCLUSÃO: Retrato cínico de Hollywood razoavelmente interessante, mas esperava algo mais intenso, original, com mais estilo, considerando a proposta do filme.
(Maps to the Stars / Canadá, Alemanha, França, EUA / 2014 / David Cronenberg)
FILMES PARECIDOS: Cosmópolis / Cidade dos Sonhos / Boogie Nights: Prazer Sem Limites
NOTA: 5.5
quinta-feira, 19 de março de 2015
A Série Divergente: Insurgente
- Gosto da atitude pró-individualismo, pró-liberdade da premissa.
- Como no primeiro filme, não acho o casting ideal. Shailene Woodley não me convence muito como guerreira e a Kate Winslet definitivamente não nasceu pra ser vilã.
- Conflito por conflito: filme fica inventando situações de perigo aleatoriamente, que não têm grande importância pra trama, só pra ter alguma ação e prender a atenção da plateia.
- O filme tem um tom chato, é todo feito de relacionamentos conflituosos, negativos (se enquadra nas "Tendências Irritantes em Hollywood" 3, 4, 5, 6 e 7). As pessoas estão o tempo todo com cara de dor, de tédio, de culpa, de indignação (mesmo entre amigos) e ninguém parece ter um pingo de prazer no filme todo. Tudo é escuro e chato. Os produtores devem achar que isso dá um tom de "maturidade" pra produção.
- Por que ela se sente tão culpada pela morte de certas pessoas? Não foi de fato culpa/intenção dela. Não é um conflito interno tão terrível assim.
- SPOILER: Adorei que o Quatro atira no Eric (o clichê seria ele ter compaixão e abaixar a arma).
- A heroína é muito reprimida pro meu gosto. Não tem confiança, vontade própria, nem gosta de ser Divergente - tudo o que ela quer é "segurança" e não machucar ninguém. É como se as virtudes dela não viessem de seu caráter, mas fossem pura sorte, uma herança genética - e ela se sentisse obrigada a usar seus poderes pra ajudar os outros, pro bem da comunidade.
- A trama também não é muito envolvente. Por que a tal caixa, se aberta, mudaria o destino todo da sociedade? A Kate Winslet pode simplesmente ignorar a mensagem dos Fundadores ou interpretá-la de outra forma. O roteiro não cria um grande interesse pelo que vai acontecer.
- SPOILER: Roteiro muito fraco: Tris morrer e depois ressuscitar sem mais nem menos, depois a pior cena do filme: ela lutando contra sua pior inimiga - ela mesma (!).
- Muito mal explicada a mensagem dos fundadores! Qual o propósito deles ao criarem a sociedade? Faz algum sentido? Politicamente não há muita consistência.
CONCLUSÃO: Bem produzido mas não acrescenta muito ao primeiro filme e continua parecendo uma imitação inferior de Jogos Vorazes.
(Insurgent / EUA / 2015 / Robert Schwentke)
FILMES PARECIDOS: Maze Runner / O Doador de Memórias / Jogos Vorazes / A Hospedeira
domingo, 15 de março de 2015
Golpe Duplo
(Esta crítica está no formato de anotações - em vez de uma crítica convencional, os comentários a seguir foram baseados nas notas que fiz durante a sessão.)
ANOTAÇÕES:
- Will Smith e Margot Robbie formam uma dupla divertida. Margot está tão linda que isso quase justifica o ingresso... Lembra aquelas primeiras aparições da Michelle Pfeiffer no cinema.
- Não há muito envolvimento pela história. Os protagonistas são criminosos, então fica difícil realmente se importar pelo trabalho deles ou pelo romance. Filmes assim precisam ser inteligentes, se destacar mais pelo roteiro, pela direção, etc.
- Irritante a sequência em que o Will Smith aposta milhões contra o oriental no jogo de futebol. Como assim ele pede pro cara escolher um jogador e não pede pra ele anotar em algum lugar? Confia que ele será honesto? Que absurdo. E é muito improvável o golpe que ele arma (a história do número 55, etc). Não soa inteligente e habilidoso, parece uma enganação. É que nem aqueles filmes de ação onde o herói luta sozinho contra dezenas de pessoas e sai ileso... Não gera admiração pois parece falso, uma habilidade irreal.
- Fico pensando: se o Nicky tem tanto controle sobre a mente das pessoas, por que ele não trabalha com publicidade ou algo do tipo? Em vez de ser um criminoso? Qual a desculpa dele pra fazer o que faz?
- Rodrigo Santoro está bem! Convence no papel, passa confiança.
- O filme é uma competição entre pessoas com um nível de habilidade muito acima da realidade e do conhecimento da plateia. Não podemos prever as manobras, os golpes, não sabemos o que é possível e o que não é... Não vejo graça em ficar sentado na poltrona esperando ser tapeado.
- Will Smith está realmente com ciúmes da Margot com o Santoro? Ou é tudo parte do golpe? Odeio a sensação de que tudo pode ser uma mentira. De que não conhecemos as intenções e as emoções nem do personagem central.
- Glamourização do crime. O filme demonstra certo respeito por esse dom de enganar as pessoas, a ideia de que "o mundo é dos malandros".
- SPOILER: Clímax onde os dois são capturados pelo Santoro. Ele engana ela, depois ela engana ele, depois os dois enganam o Santoro, e o filme engana a plateia. Chato!
- O fato do Will Smith tomar um tiro e ficar sem o dinheiro no final é uma tentativa de inocentar o personagem, mas ele continua sendo uma pessoa mentirosa, manipuladora, criminosa. Pra mim isso não muda nada. Acaba sendo um anticlímax - teria sido mais divertido se ele tivesse ficado com a grana toda.
CONCLUSÃO: Filme divertido mas não muito original sobre golpistas. Vale pelo carisma dos protagonistas e pela beleza estelar da Margot Robbie.
(Focus / EUA / 2015 / Glenn Ficarra, John Requa)
FILMES PARECIDOS: Trapaça / Truque de Mestre / série Onze Homens e Um Segredo
NOTA: 5.5
quinta-feira, 12 de março de 2015
Para Sempre Alice
(Esta crítica está no formato de anotações - em vez de uma crítica convencional, os comentários a seguir foram baseados nas notas que fiz durante a sessão - um método que adotei para passar minhas impressões de forma mais objetiva.)
ANOTAÇÕES:
- Produção simples mas elegante, visualmente bonita (fotografia, locações, elenco).
- Julianne Moore está perfeita e carismática desde a primeira cena. Interessante ela ser uma mulher inteligente, professora, especialista em cognição. Torna o Alzheimer um evento ainda mais dramático. Sem falar na possibilidade de ser genético, dela transmitir a doença pros filhos. Kristen Stewart também está muito bem.
- Direção interessante. Legal a cena em que ela se perde correndo na universidade e o fundo fica fora de foco. Também a consulta médica onde não há cortes e a câmera permanece fixa no rosto dela.
- Todas as cenas do filme são relevantes: a consulta médica, ela dando a notícia pros filhos, o suspense na sala de aula quando ela começa a esquecer as coisas, a filha fazendo o teste pra ver se herdou a doença. O roteiro explora bem o tema e organiza os eventos de uma maneira envolvente.
- É um tema triste mas o filme foca na resistência dela, então acaba sendo positivo. Sem falar que é um prazer ver a Julianne Moore linda e em uma ótima performance. É mais ou menos como ouvir uma cantora talentosa numa canção de amor - as palavras podem ser melancólicas, mas a experiência pro espectador é agradável. É como se o artista dissesse que até no pior dos momentos houvesse beleza e as pessoas pudessem manter sua dignidade.
- Forte ela planejando o suicídio! O legal é que a atitude dela não é de vítima, mas de alguém que quer ser independente, ter controle sobre a própria vida, e não se permite sofrer além de um certo ponto.
- SPOILER: Boa a cena da palestra sobre Alzheimer (ela marcando o texto pra lembra o que já leu). Apesar dela derrubar os papeis e ter algumas dificuldades, o texto é bom e o final da sequência é satisfatório. O problema é que depois disso parece que já houve o ponto alto do filme (a luta dela), e que daqui pra frente não pode acontecer muito mais coisa em termos de desenvolvimento de história. Só falta ela se deteriorar e morrer!
- SPOILER: Inesperada a reviravolta do suicídio! Primeiro por ela abrir a pasta por engano e quase se matar antes da hora. Depois por ela derrubar os remédios - agora nem na hora certa ela vai poder fazer isso! É horrível, mas é legal que o roteiro continua dinâmico.
- Às vezes lembro de Laços de Ternura - um filme que lida com morte de uma forma positiva também. Só que o Laços é uma experiência bem mais forte - não só os momentos de tristeza são mais profundos, como os momentos de alegria também são bem mais intensos (a extensão emocional é maior). Além da maturidade psicológica.
- SPOILER: Um pouco "decepcionante" o filme acabar antes dela morrer, no sentido de que isso confirma a observação anterior - sobre o filme ser meio brando (considerando o tema).
CONCLUSÃO: Drama comovente que lida com o Alzheimer de uma maneira delicada e tem uma performance impecável da Julianne Moore.
(Still Alice / EUA, França / 2014 / Richard Glatzer, Wash Westmoreland)
FILMES PARECIDOS: A Teoria de Tudo / Uma Prova de Amor / Laços de Ternura / Vitória Amarga
NOTA: 7.0
- SPOILER: Um pouco "decepcionante" o filme acabar antes dela morrer, no sentido de que isso confirma a observação anterior - sobre o filme ser meio brando (considerando o tema).
CONCLUSÃO: Drama comovente que lida com o Alzheimer de uma maneira delicada e tem uma performance impecável da Julianne Moore.
(Still Alice / EUA, França / 2014 / Richard Glatzer, Wash Westmoreland)
FILMES PARECIDOS: A Teoria de Tudo / Uma Prova de Amor / Laços de Ternura / Vitória Amarga
NOTA: 7.0
quarta-feira, 11 de março de 2015
Por que a arte se tornou feia?
Texto brilhante do Stephen Hicks sobre arte moderna e pós-moderna que explica a origem histórica de muitas das tendências que eu, de um ponto de vista mais leigo, costumo criticar aqui no blog. É longo mas muito enriquecedor!
Link:
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domingo, 8 de março de 2015
Força Maior
- Estação de esqui incrível / imagens lindas. Filmes Naturalistas geralmente se passam em ambientes comuns, retratam coisas do dia a dia, então acaba sendo diferente um filme desse tipo se passar num lugar de férias, mostrando uma família bonita, tendo cenas com avalanches, efeitos especiais - a imagem onde parece haver um OVNI sobrevoando as montanhas, etc. É um contraste curioso (pode ser Idealismo Corrompido, exemplos 4, 5 e 6).
- Meio forçado o pai abandonar os filhos durante a avalanche! Reação nada natural / convincente. Psicologia toda do filme parece falsa, manipulativa.
- Ridículo o marido fingir que não fugiu, quando a mulher e os filhos claramente viram o que ele fez! Ninguém negaria esse fato, a não ser uma pessoa com sérios problemas de caráter - e daí a culpa é em partes da mulher por ter se casado com um homem assim.
- Senso de Vida malevolente: ideia de que uma relação estável e uma viagem feliz podem ser destruídas por um simples evento natural e uma reação de poucos segundos. Foco exagerado em conflitos, problemas de comunicação e desentendimentos entre as pessoas (até em cenas absolutamente irrelevantes, por exemplo quando a Ebba sem querer bate a barra do teleférico na cabeça dos outros passageiros e isso gera um momento desagradável / ou quando o casal briga com o faxineiro do hotel por estar olhando pra eles, etc). Conflito pelo conflito.
- Direção é meio "catatônica": a câmera muitas vezes fica fixa, independentemente do que está acontecendo em cena, deixando a ação fora de quadro (toque de Subjetivismo). O filme é cheio de cenas vazias onde nada de relevante acontece.
- Tema do filme é completamente idiota, mal desenvolvido. O que a reação do marido diz sobre o caráter dele? Isso foi algo isolado, ou explica outras coisas, revela algo profundo sobre o relacionamento, etc? Não sabemos de nada disso. A discussão é banal, superficial. Um incidente como esse jamais viraria um drama dessas proporções, a não ser que fosse apenas a "gota d'água" de uma relação já desgastada por outros motivos - se a Ebba já achasse que o marido fosse um covarde, indiferente à ela e aos filhos, não estivesse nem aí pra eles, e esse pequeno momento só trouxesse tudo à tona.
- Qual o propósito da cena em que o Tomas é cantado pela garota mas depois ela diz que havia se enganado de homem?? Ridicularizar o personagem: destruir um momento em que ele estava com o ego inflado. O filme aos poucos vai revelando seu verdadeiro propósito: destruir o forte, o privilegiado. Ele começa mostrando uma família aparentemente perfeita numa viagem linda, e aos poucos vai destruindo a ideia de felicidade, do amor dos pais pelos filhos - sugere que o marido é "egoísta" e passaria por cima dos próprios filhos pra se salvar (mas levaria o iPhone). O grande alvo de tudo é o marido (o homem heterossexual, branco, rico). A cena constrangedora em que ele chora na frente da esposa revela o ódio do diretor pelo personagem. Outras cenas também são reveladoras, como a dos rapazes sem camisa gritando na balada: uma cena totalmente absurda, fora de contexto, mas que está em harmonia com a intenção de ridicularizar figuras culturalmente dominantes.
- Qual o sentido do final? O suspense no ônibus? A mãe saindo primeiro antes dos filhos (agora é ela que perdeu o instinto de proteção???). E a caminhada final pela estrada? Pura subjetividade: o diretor faz algo misterioso pra plateia sair do cinema confusa, achando o filme genial (já que não entendeu direito).
CONCLUSÃO: Filme Naturalista, intelectualmente superficial, psicologicamente falso, com os valores mais odiosos e as piores intenções.
(Force Majeure / Suécia, França, Noruega, Dinamarca / 2014 / Ruben Östlund)
FILMES PARECIDOS: Dois Dias, Uma Noite / Leviatã
NOTA: 0.0
sexta-feira, 6 de março de 2015
Kingsman: Serviço Secreto
NOTAS DA SESSÃO:
- Muito ágil e estimulante visualmente.
- Que exagero a mulher sem perna partir o homem ao meio! Já dá pra ver que não é um filme de ação sofisticado tipo 007.
- Detestável Eggsy roubar e destruir o carro do bully! Não parece que ele é um cara legal, e sim um delinquente. Apresentação do protagonista não é muito boa e o ator não me parece muito natural nesse tipo de papel (e "Eggsy" é o nome de herói mais inapropriado que eu já ouvi).
- Colin Firth batendo nos bullies na cena do bar: desnecessário, violento e incorreto!! Parece que é tudo uma desculpa pra fazer cenas de ação exageradas e agradar adolescentes. Tudo é muito tolo e irreal.
- Relação entre Colin e o garoto não é interessante, e toda a história do Eggsy ser treinado pra virar um Kingsman não empolga. Não é um desejo pessoal do menino.
- SPOILER: Impossível o Eggsy quebrar o vidro com um soco (na cena em que o quarto inunda)! Não parece que ele foi genial ou forte, e sim que o roteirista não teve uma ideia melhor.
- Estranha essa caracterização do Samuel L. Jackson. Não chega a ser engraçado; tira a gente da história.
- Aquecimento global / implantes que explodem as cabeças das pessoas / celebridades sendo sequestradas... Que trama bagunçada! Nem sei sobre o que é o filme direito.
- Com toda a tecnologia dos Kingsman a mulher precisa ir pro espaço num balão?? E manualmente lançar um míssil contra um satélite? Que absurdo! Aliás, não era mais fácil eles AVISAREM a população sobre o perigo dos aparelhos?
- SPOILER: Depois que morre o Colin Firth o protagonista ganha certa força e a trama fica mais intensa (a ideia do "fim do mundo" se aproximando, etc).
- SPOILER: Ridículo o efeito colorido das cabeças explodindo! Por que não fazer algo mais realista, como estava sendo até agora? Pra dar um ar ridículo pra vitória? Todo o final é exagerado e vulgar: a mãe quebrando a porta pra matar o bebê enquanto o mundo está acabando e o herói luta com uma mulher que tem facas afiadas no lugar de pernas! Sem falar na promessa da princesa de fazer sexo anal com o herói se ele salvar o mundo (!). Esse filme é um dos exemplos mais nojentos de Idealismo Corrompido (assim como Kick-Ass, do mesmo diretor). Ele quer contar a história de um garoto comum se transformando num herói, salvando o mundo e conquistando uma princesa - mas "equilibra" isso tudo com violência e grosseria pra parecer cool.
CONCLUSÃO: Visualmente bem feito, com apelo pra adolescentes e pro público masculino jovem em geral, mas extremamente tolo e grosseiro.
(Kingsman: The Secret Service / Reino Unido / 2014 / Matthew Vaughn)
FILMES PARECIDOS: Kick-Ass: Quebrando Tudo / Sherlock Holmes / Sr. & Sra. Smith / As Panteras: Detonando
NOTA: 3.5