Um dos filmes mais aclamados do ano (do diretor de A Bruxa) mas que não passa de um exercício bobo de estilo, de visual, sem conteúdo, sem trama, sem sentido - algo que pertence mais a uma galeria de arte moderna, a uma exposição fotográfica ou desfile de moda do que a uma sala de cinema. O mais irritante é que fica clara a pretensão do cineasta de parecer "cerebral", inteligente. Stanley Kubrick é um dos cineastas mais influentes da história, e muitos cineastas jovens (como Robert Eggers) parecem admirá-lo, mas o que me frustra é que praticamente todos esses "descendentes" de Kubrick acabam espelhando apenas as características superficiais dos filmes dele (imitando o estilo visual, fazendo referência a cenas específicas, usando efeitos sonoros similares, estilos de atuação) e o que falta em todos eles é justamente aquilo que tornava Kubrick grande - sua enorme inteligência e respeito pela racionalidade (tanto dele quanto da plateia). Sim, os filmes de Kubrick tinham um senso estético forte, mas isso nunca vinha em primeiro lugar - seus filmes sempre priorizavam conteúdo, história, ideias - e a notável inteligência era o que integrava todos os elementos (inclusive as decisões estéticas) e os tornavam bons filmes. Mesmo cineastas como Ingmar Bergman ou Andrei Tarkovsky (que também parecem inspirar Eggers) apesar de não serem tão objetivos quanto Kubrick, ainda se baseavam em conteúdo, intelecto, tinham algo interessante a dizer, não eram apenas decoradores focados em imagens estilosas e impressões sensoriais. É como pensar que se você imitar o penteado de Albert Einstein, usar roupas parecidas, e colocar a língua pra fora, você estará de alguma forma mais próximo de sua genialidade.
Pra entender melhor os problemas do filme, vejam os posts Emoções Irracionais, Experimentalismo e Filmes de Arte, Pseudo-sofisticação, e Simbolismo e Filmes Interpretativos.
The Lighthouse / Canadá, EUA / 2019 / Robert Eggers
NOTA: 3.0
Provavelmente outra razão para existência desse filme é a necessidade de Robert Pattinson de fazer alguma coisa "séria" e "profunda", para se livrar do estigma de ter estrelado a série Crepúsculo.
ResponderExcluirPedro.
Desde a época do Crepúsculo ele já começou a se redefinir como ator de filmes mais alternativos tipo Cosmópolis, Bom Comportamento, Mapas para as Estrelas, High Life, etc.. O Farol vai apenas cimentar essa imagem.. mas sinceramente ele ainda não me convenceu muito não como "ator sério" hehe.
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