quarta-feira, 18 de maio de 2011

Reencontrando a Felicidade


Indicado ao Oscar de Melhor Atriz (Nicole Kidman, que também é produtora aqui) e dirigido por encomenda por John Cameron Mitchell (Hedwig, Shortbus), o filme é um drama sobre o luto e mostra a deterioração de um casal após a perda do filho único de 4 anos num atropelamento.

O começo é interessante, pois o roteiro não nos avisa de cara o que foi que aconteceu - a gente vai juntando as peças pouco a pouco, até sacar que morreu uma criança. Depois disso, senti que o filme estava apenas querendo me fazer sentir pena da personagem, como se toda cena tivesse uma legenda invisível dizendo "pobrezinha, veja como a vida foi dura com ela".

Não embarquei no sofrimento da Nicole, apesar dela estar bem no papel - ela passa certa força e agressividade que deixam o filme mais interessante, mas a história teria que ter sido mais do que isso... Por mais grave que seja uma tragédia (podia ter sido até o 11 de Setembro), apenas meditar sobre a tristeza de alguém não faz um filme (nem sobre a felicidade, só pra deixar claro - embora isso fosse mais justificável). Sempre precisaremos de uma boa história.

Funcionaria se fosse um retrato do luto especialmente sensível e inteligente. Me lembrei do francês A Liberdade é Azul, onde Juliette Binoche perdia o marido e o filho... Ali tinham algumas cenas tão impressionantes, como aquela onde ela não tinha coragem de matar a ratazana no porão que tinha acabado de dar cria, porque ela se via no lugar da mãe - eram detalhes desse tipo que tornavam o filme rico e interessante, não o fato dela estar sofrendo.

Enfim, é um filme de bom gosto, bem realizado, com bons atores, mas pra mim faltou certa originalidade e intensidade.

Rabbit Hole (EUA / 2010 / 91 min / John Cameron Mitchell)

INDICAÇÃO: Quem gostou de Traídos pelo Destino, O Quarto do Filho, Entre Quatro Paredes, Gente como a Gente, etc.

NOTA: 6.5

2 comentários:

renatocinema disse...

Gostei do filme. Não é espetacular. Mas, o filme, que abre mão de ser "romântico" me conquistou.

Daria nota 7.

Caio Amaral disse...

Queria ter visto mais daquela dureza que a Nicole demonstra no começo quando vai no grupo de auto-ajuda e dá barraco.. Depois parece que ela amolece e fica sentindo pena de si mesma.