segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sex and the City 2


Acho difícil falar desse filme porque não sou muito ligado em moda, casamentos, corpos, nem em dinheiro, e os responsáveis pelo filme parecem ter certeza de que isso é tudo o que a platéia quer. Não que eu estivesse esperando um filme pretensioso e intelectual - eu sou o maior defensor do entretenimento e do escapismo. Mas esse filme não é um verdadeiro entretenimento. É apenas um filme triste cheio de piadas. É o retrato de 4 mulheres infelizes e desesperadas que tentam conseguir um pouco de alegria gastando o dinheiro dos outros.

Sinceramente, não vi muita graça nem no figurino. Há algo de sinistro em alguém que se veste de maneira tão chamativa no dia a dia. O que elas querem, a atenção dos homens? A maioria ali é casada. Provocar inveja nas outras mulheres? Não sei, só não dá pra dizer que elas se vestem assim naturalmente; que são apreciadoras da moda. Há uma diferença grande entre elegância, bom gosto natural e essa vaidade estranha que passa mais a impressão de falsidade e insegurança (uma delas é tão perturbada que usa uma saia Valentino branca enquanto está cozinhando e cuidando de 2 crianças, e depois ainda fica brava com a filha por sujar a saia!). Pior ainda é a Carrie que quer passar uma imagem de intelectual, de mulher independente, mas quando ganha uma TV de plasma do marido entra em crise porque preferia uma jóia. Tudo isso seria OK em Legalmente Loira, mas não é o caso. Aliás, acho estranho o jeito que Carrie parece ser ignorante em relação ao cinema... No primeiro Sex, desliga a TV no ápice de Agora Seremos Felizes. Neste, se refere a "filmes em preto e branco" como alguém que nunca viu um. Não me parece o perfil de uma escritora consagrada que gosta de ler o The New Yorker.

Enfim, apesar de tudo o filme deve agradar o público alvo. Eu até que me diverti, principalmente com Kim Cattrall que é a mais honesta das 4 e tem alguns momentos ótimos.

Sex and the City 2 (EUA, 2010, Michael Patrick King)

Orçamento: US$ 100 milhões

Bilheteria atual: US$ 78 milhões

Nota do IMDb (público): 3.4

Nota do Metacritic (crítica: 2.8


INDICADO PARA: Quem não acharia ruim ler a Caras por 2 horas e 26 minutos.

NOTA: 6.0

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Os Homens que Não Amavam as Mulheres


(pra versão americana de 2011 clique aqui)

Baseado no primeiro livro de uma trilogia chamada Millenium que vendeu milhões no mundo todo (de Stieg Larsson, que morreu de maneira precoce no auge do sucesso), o filme conta a história de um repórter que é chamado pra investigar o desaparecimento de uma garota 40 anos atrás. No caminho ele acaba recebendo ajuda de Lisbeth Salander, uma jovem hacker com um passado misterioso que além de tudo é gótica e bissexual. Mas o caso não é tão simples assim, porque a menina desaparecida era pra ser a herdeira de uma grande fortuna e sumiu numa mansão ilhada onde haviam apenas familiares - ou seja, é uma situação meio Agatha Christie onde todas as pessoas da casa se tornam assassinos em potencial (parte da investigação é feita em cima de fotografias antigas que lembram as sequências de Blow Up - Depois Daquele Beijo).

Existem suspenses de trama simples, que se desenvolvem em cima de uma situação muito básica, e existem suspenses mais complexos, onde há vários personagens e tramas paralelas, e a história está sempre um pouco à nossa frente. Os Homens que Não Amavam as Mulheres pertence mais a esse segundo grupo, mas também não deixa de ser um "whodunit" (termo pra histórias de detetive como as de Agatha Christie), ou pelo menos de ter um whodunit inserido em sua trama, o que deixa ele envolvente do começo ao fim mesmo tendo 2 horas e meia de duração. Exceto pelas diversas cenas de violência e estupro (que não são gratuitas), o filme é bastante acessível e divertido (nunca tinha visto um filme sueco lotar num cinema de shopping). Pra mim foi a surpresa do ano, até porque o pôster brasileiro é medonho e dá mais a idéia de um Halloween na Baixa Augusta.

Vai ser refeito em Hollywood por David Fincher (diretor de Seven e Benjamin Button) com o título The Girl with the Dragon Tattoo. Brad Pitt, Johnny Depp e George Clooney estão disputando pelo papel principal.

Män som hatar kvinnor (SUE/DIN/NOR/ALE, 2009, Niels Arden Oplev)

Orçamento: US$13 milhões
Bilheteria atual: US$97 milhões

Nota do IMDb (público): 7.7

Nota do Metacritic (crítica): 7.6


INDICADO PARA: Quem gostou de A Vida dos Outros, filmes do Hannibal Lecter, etc. AMIGOS: Amilcar, Marcio L, Mariana M, Marlene, Mázio, Rafa V, Thiago P, Vivi S.

NOTA: 7.5

terça-feira, 18 de maio de 2010

Robin Hood


Até uns 10 anos atrás eu considerava Ridley Scott um dos grandes nomes do cinema, afinal ele era o responsável por Alien, Blade Runner e Thelma & Louise... Boa parte de sua filmografia era composta de grandes filmes. Mas ele fez tanta bobagem na última década que a balança já tombou pro outro lado... Agora o vejo como um ótimo técnico que deslizou algumas vezes na carreira e sem querer fez bons filmes.

Seu Robin Hood é mais ou menos uma salada de Gladiador com Cruzadas ao molho Soldado Ryan. Esqueça aquele espírito de aventura do filme com o Errol Flynn ou mesmo o do Kevin Costner. Aqui eles fazem uma espécie de "prequel" de Robin Hood, mostrando como a lenda começou. A idéia é tornar tudo um pouco mais "real", mais histórico (essa tendência atual de achar que os bastidores são mais interessantes que o espetáculo). Colocaram até a Magna Carta no meio da trama. Mas a história pouco importa, pois os filmes do Ridley Scott estão todos meio parecidos, o que muda é um leve aroma. Mesmo que Ridley faça Branca de Neve e os Sete Anões, pode ter certeza que ainda teremos o mesmo filme com Russell Crowe mal humorado, fotografia dessaturada, cenas de batalha com aquele efeitinho de edição roubado do Soldado Ryan, e mulheres orientais gemendo na trilha sonora.

Mas é um passatempo razoável. Sem dúvida melhor que Cruzadas.

Robin Hood (EUA/ING, 2010, Ridley Scott)

INDICADO PARA: Quem gostou de Cruzadas; Elizabeth - A Era de Ouro; Alexandre.

NOTA: 5.5

sábado, 15 de maio de 2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus


Conhecido por ter sido o último trabalho de Heath Ledger, que morreu durante as filmagens e forçou o diretor Terry Gilliam a tomar uma decisão pouco convencional: chamou 3 outros atores pra preencherem o papel de Heath, sob o pretexto de serem outras facetas do mesmo personagem (Johnny Depp, Colin Farrell e Jude Law, que inclusive doaram seus salários pra Matilda Ledger, filha de Heath, já que ela não herdou nada do pai). Parece meio estranho, mas o filme é tão louco que isso se torna apenas mais um detalhe.

Terry Gilliam (que era um dos Monty Python - o responsável pelas sequências de animação nonsense) parece nunca ter tido muito dom pra narrativa (os filmes do Python que deram certo tinham a mão de Terry Jones na direção). Seus filmes parecem mais uma colagem de idéias e conceitos visuais... A imaginação voa solta sem censura, mas o resultado é algo meio sem forma, que não é nem tão bizarro pra ser um filme alternativo, nem tão acessível quanto um filme do Tim Burton por exemplo pra atrair o grande público.

Pessoalmente, achei interessante apenas pela quantidade de idéias (deviam inventar uma unidade chamada i/m - idéias por minuto - pra medirmos o nível de criatividade dos filmes), mas não posso dizer que gostei. O filme promove fantasia, sonhos, mas não põe isso em prática. Quem entrar no cinema pra viver uma experiência mágica semelhante à que o Dr. Parnassus oferece aos seus clientes, sairá da sala frustrado. O filme é sobre fantasia, mas não é fantasia - da mesma forma que Onde Vivem os Monstros é sobre aventura mas não é uma aventura, e que Nine é sobre musicais mas não é um musical.

The Imaginarium of Doctor Parnassus (ING/CAN/FRA, 2009, Terry Gilliam - OBS: reconheço que sem ele não haveria a Mona Lisa no cabeçalho deste blog!)

INDICADO PARA: Quem gostou de Os Irmãos Grimm, O Pescador de Ilusões, Brazil - O Filme. AMIGOS: Diego E, Givago, Mariana M.

Orçamento: US$30 milhões
Bilheteria atual: US$ 59 milhões
Nota do IMDb (público): 7.2
Nota do Metacritic (crítica): 6.5

NOTA: 6.0

domingo, 9 de maio de 2010

Os melhores filmes de terror

(sem ordem de preferência)
O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chain Saw Massacre, 1974)
Beira o amador mas é completamente visceral e envolvente. É o primeiro slasher importante (sub-gênero do terror popular nos anos 80 que quase sempre envolve assassinos psicopatas que matam aleatoriamente). Fica aqui representando os outros queridos da categoria como Halloween, Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo.



A Tortura do Medo (Peeping Tom, 1960)
Primo britânico de Psicose que destruiu a carreira do genial cineasta Michael Powell. Não foi compreendido na época e só foi redescoberto décadas depois, muito às custas de Martin Scorsese. É um terror light comparado ao que estamos habituados hoje, mas é uma belíssima aula de cinema.




O Homem de Palha (The Wicker Man, 1973)
Outro cult que não é para todos os gostos mas que sem dúvida é um dos filmes mais singulares e surpreendentes que eu já vi. Prepare-se para cenas bizarras, e esqueça o remake com o Nicolas Cage que é um desastre completo.





Poltergeist - O Fenômeno (Poltergeist, 1982) Spielberg co-dirigiu o filme (sem assumir o crédito) enquanto fazia E.T. - O Extraterrestre (as semelhanças entre os 2 filmes são inúmeras). É um entretenimento brilhante e um filme de terror pra toda família (algo bastante raro). O filme tem fama de amaldiçoado porque a menina que faz a filha mais velha foi estrangulada pelo namorado meses após as filmagens e a garotinha Carol-Anne também morreu alguns anos depois, assim como 2 atores de Poltergeist 2.


O Exorcista (The Exorcist, 1973)
Foi indicado a 10 Oscars e até hoje é considerado por muitos o filme mais assustador de todos os tempos. Qualquer criancinha do mal no cinema é uma referência direta ou indireta à este filme.






Alien - O 8º Passageiro (Alien, 1979)
Acho que veio meio que na cola de Tubarão, mas é uma obra 100% original e autêntica. E colocou no mapa tanto o diretor Ridley Scott (que é um grande nome apesar de nunca ter feito nada melhor) quanto Sigourney Weaver (que se superou na sequência Aliens de James Cameron)




O Iluminado (The Shining, 1980)
Tecnicamente é o mais sofisticado de todos os filmes de terror. Tudo é extremamente bem feito e diferente, desde a trilha sonora até as performances inesquecíveis de Jack Nicholson e Shelley Duvall.






Tubarão (Jaws, 1975)
Mistura de terror com aventura, foi o primeiro grande filme de Spielberg e o primeiro filme a atingir a marca dos US$100 milhões nas bilheterias americanas, inaugurando a era dos blockbusters. É outro que foi imitado à exaustão (que por sua vez me parece já um descendente de Os Pássaros).




Psicose (Psycho, 1960)
Não seria considerado terror se fosse lançado hoje, mas este é o grande clássico de Hitchcock que influenciou todos os filmes do gênero que vieram depois (com edição, trilha sonora e as reviravoltas de roteiro). A cena do chuveiro é um dos grandes momentos do cinema.




OUTROS ÓTIMOS FILMES DE TERROR:

- Monstros (Freaks, 1932)
- O Monstro da Lagoa Negra (The Creature from the Black Lagoon, 1954)
- Os Inocentes (The Innocents, 1961)
- Desafio do Além (The Haunting, 1963)
- A Noite dos Mortos Vivos (Night of the Living Dead, 1968)
- Aniversário Macabro (Last House on the Left, 1972)
- A Profecia (The Omen, 1976)
- Noite do Terror (Black Christmas, 1974)
- Suspiria (1977)
- Halloween: A Noite do Terror (Halloween, 1978)
- A Bruma Assassina (The Fog, 1980)
- Cannibal Holocaust (1980)
- Alligator (1980)
- Sexta-Feira 13 partes 1, 2 e 3 (Friday the 13th parts 1, 2 & 3, 1980, 1981, 1982)
- Acampamento Sinistro (1983)
- A Hora do Pesadelo partes 1 e 3 (A Nightmare on Elm Street parts 1 & 3, 1984, 1987)
- A Coisa (The Stuff, 1985)
- Uma Noite Alucinante 2 (Evil Dead 2, 1987)
- It - Uma Obra-Prima do Medo (It, 1990)
- Pânico (Scream, 1996)
- A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project, 1999)

PÓS ANO 2000:

- Os Outros (The Others, 2001)
- O Albergue (Hostel, 2005)
- Abismo do Medo (The Descent, 2005)
- [Rec] (2007)
- O Orfanato (El Orfanato, 2007)
- Arraste-me para o Inferno (Drag Me to Hell, 2009)
- O Último Exorcismo (The Last Exorcism, 2010)
- Sobrenatural / Sobrenatural: Capítulo 2 (Insidious, 2010 / Insidious: Chapter 2, 2013)
- Premonição 5 (Final Destination 5, 2011)
- A Entidade (Sinister, 2012)
- Invocação do Mal (The Conjuring, 2013)
- A Morte do Demônio (Evil Dead, 2013)
- The Babadook (2014)
- Annabelle (2014)
- Corrente do Mal (It Follows, 2014)
- A Bruxa (The VVitch: A New England Folktale, 2015)
- Bruxa de Blair (Blair Witch, 2016)
- Ouija: Origem do Mal (Ouija: Origin of Evil, 2016)
- Halloween (2018)

terça-feira, 4 de maio de 2010

Homem de Ferro 2


A diferença entre Homem de Ferro 2 e um lixo como por exemplo G.I. Joe - A Origem de Cobra é mais uma questão de apresentação. Homem de Ferro 2 vem numa embalagem cara e bonita (um elenco respeitável, efeitos de primeira, um tom mais "sério") e tudo isso cria a ilusão de um filme superior. Mas se você não se deixar enganar, vai ver que é tudo farinha do mesmo saco.

O diretor é o mesmo do primeiro (Jon Favreau que é ator e faz o guarda costas de Robert Downey no filme) e o roteiro também foi escrito por um ator (Justin Theroux de Cidade dos Sonhos), o que eu não acho um bom sinal. O filme sem dúvida vai fazer sucesso como o primeiro, mas acho que muito tem a ver com Downey Jr. que as pessoas adoram por algum motivo.

O vilão feito por Mickey Rourke é fraco e desinteressante (aqueles chicotinhos elétricos devem estar entre as armas menos ameaçadoras dos últimos tempos), as cenas de ação não empolgam, tudo parece mais do mesmo. Não há uma única emoção no filme inteiro (nem emoções negativas por incrível que pareça), apenas cenas vazias e bem produzidas. Nem Gwyneth Paltrow que trouxe um brilho pro primeiro filme consegue se destacar aqui. Continuo não gostando de Robert Downey Jr. nem do personagem Tony Stark. Um homem como aquele (bilionário, egocêntrico, sem nenhum tipo especial de valor ou inteligência) jamais seria uma figura adorada pelo povo. Super-herói pra ser gostável não pode ser arrogante.

O melhor da sessão foi o trailer de A Origem, próximo filme de Christopher Nolan! Assistam.

Iron Man 2 (EUA, 2010, Jon Favreau)

INDICADO PARA: Quem gostou de Transformers 2, Sherlock Holmes, Batman Begins, Homem Aranha 3, etc. AMIGOS: ?!?!

NOTA: 4.5

sábado, 1 de maio de 2010

Contatos de 4º Grau


Não leva mais de 30 segundos pra saber que Contatos de 4º Grau é um filme meio ridículo e desonesto. Ele começa com Milla Jovovich caminhando até a câmera e se apresentando (como a atriz Milla Jovovich mesmo) e dizendo que tudo o que você verá a seguir é baseado em fatos. Ou seja, o filme finge ser uma espécie de documentário, misturando imagens "reais" (que obviamente não são) com reconstituições feitas com atores (chegando até a dividir a tela em duas, mostrando o vídeo real e o vídeo da reconstituição lado a lado, não sei exatamente com que intuito). Mas desde o começo tudo soa muito falso e produzido, longe daquele realismo cru de A Bruxa de Blair ou mesmo Atividade Paranormal.

Mas o filme tem um grande mérito: sabe tanto provocar medo quanto dar sustos! Geralmente os filmes de terror só conseguem fazer 1 dessas duas coisas bem feitas; são técnicas totalmente diferentes. Os alienígenas praticamente nunca aparecem e acho que nem chegam a ser citados diretamente, o que na minha opinião só contribui para o medo. Resumindo, a história é fraquinha e o elenco é fraco, mas como terror não decepciona.

The Fourth Kind (EUA/ING, 2009, Olatunde Osunsanmi - gente que nome é esse?!)

INDICADO PARA: Quem gostou de [REC], Quarentena, Fogo no Céu, e remakes americanos de filmes de terror japoneses. AMIGOS: Mázio, Nelsinho, Oghan, Henry, Mariana, Bruno H.

NOTA: 6.0