terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres


Baseado no bestseller de Stieg Larsson, o filme está indicado a 5 Oscars incluindo Melhor Atriz. O livro já tinha sido adaptado pro cinema em seu país de origem (Suécia) numa versão que também fez bastante sucesso e é igualmente boa. Esta só é de fato superior em termos de produção (fotografia, som, etc), e talvez seja um pouco mais fácil de acompanhar. Mas a verdade é que o material original já é ótimo - se você adaptá-lo com bom senso não tem muito o que dar errado.

O filme está bem no universo de David Fincher e lembra outros filmes dele como Zodíaco ou mesmo Seven (é bastante violento, com um estilo muito cool, misturando o antigo e o novo, o elegante e o underground). A trama segue Mikael, um jornalista afastado que é contratado por um senhor (Christopher Plummer, o capitão Von Trapp de A Noviça Rebelde) numa cidade remota da Suécia pra investigar o misterioso desaparecimento de sua sobrinha, 40 anos antes. No processo, ele une forças com Lisbeth (Rooney Mara, indicada a Melhor Atriz), uma hacker tatuada bissexual que é a figura mais marcante do filme.

Vivo apontando aqui que muitos filmes não funcionam porque não estabelecem as motivações dos personagens e assumem que a plateia se interessará automaticamente por qualquer coisa que aparecer na tela. Aqui está um filme que não comete esse erro.

Por que a história é envolvente? 1) O mistério por si só já é forte e intrigante, mas isso não basta 2) Mikael está com a reputação manchada (mas é inocente), sem o emprego, sem dinheiro, e o senhor oferece um pagamento generoso a ele - isso já seria motivo o bastante, mas ainda há um melhor 3) O senhor tem informações importantes que no final devolverão a Mikael sua reputação e seu emprego.

E é por isso que a história funciona. Se o filme começasse e Mikael fosse apenas um detetive que recebesse a missão de desvendar determinado crime, como parte de seu serviço, o filme inteiro deixaria de ter qualquer suspense ou interesse.

Ou seja, é uma trama bem construída, envolvente, com personagens interessantes, boas cenas e uma produção impecável. Sem muito o que reclamar.

The Girl with the Dragon Tattoo (EUA, Suécia, Reino Unido, Alemanha / 2011 / 158 min / David Fincher)

INDICAÇÃO: Quem gostou de Zodíaco, Cassino Royale, Dragão Vermelho, O Quarto do Pânico, Seven, O Silêncio dos Inocentes.

NOTA: 8.0

4 comentários:

renatocinema disse...

Adoro o estilo do diretor.....não quero ler muito para voltar após ver o filme, no final de semana.


Abraços

Caio Amaral disse...

É 100% Fincher, provavelmente irá gostar! abs.

Anna Klaudya disse...

Eu assisti a primeira filmagem e posso garantir que é envolvente, e muito misterioso do começo ao final.
Estou ansiosa para assistir a versão americana de 2011.
abs.

Caio Amaral disse...

Vale a pena Anna... a atriz do 1º impressiona mais eu acho, mas esse é tão bom quanto! Abs.