sexta-feira, 28 de maio de 2021

Maio 2021

Cruella (2021)

Não superei totalmente o fato de que estava vendo um filme da Disney situado na Londres dos anos 60, cheio de referências à contracultura, com músicas de The Doors, David Bowie, Nina Simone na trilha, e que pede para simpatizarmos com uma vilã/anti-heroína moralmente ambivalente, motivada em partes pelo desejo de "destronar" os ricos e poderosos — o que me fez ver Cruella como uma espécie de Coringa (2019) para um público mais familiar. Mas tirando esse estranhamento, o filme é surpreendentemente bem feito, não só em termos de produção — o roteiro também me pareceu bastante inteligente, bem construído, e Emma Stone e Emma Thompson formam uma dupla memorável de rivais. PRA QUEM GOSTOU DE: Malévola (2014) / O Diabo Veste Prada (2006) / Coringa (2019)



Mortal Kombat (2021)

Bastante satisfatório pra quem entra no cinema sabendo o que vai consumir. As lutas são muito bem coreografadas, os efeitos especiais são divertidos (gostei particularmente dos poderes do Sub-Zero), e embora parte da graça dependa da nostalgia e de você pegar as referências ao jogo, a história estabelece bem suas regras e cria um conflito claro entre bem e mal que faz com que ela funcione até pra quem está no meu nível de expertise e memória — que é aquele onde você já não sabe direito se Kung Lao e Chun Li pertencem ao mesmo jogo. PRA QUEM GOSTOU DE: Power Rangers (2017) / G.I. Joe: Retaliação (2013)



Aqueles Que Me Desejam a Morte (Those Who Wish Me Dead / 2021): 6.0

Angelina Jolie faz uma bombeira que vigia queimadas florestais e passa a proteger um garoto sendo perseguido por dois assassinos. O filme é uma espécie de neo-western com um pé em filme-catástrofe dos anos 90, e tenta resgatar um estilo mais tradicional de thriller. O roteiro tem algumas coisas meio bagunçadas — em vez de focar na Angelina e no garoto, o filme dá ênfase a alguns personagens secundários e eventos que às vezes parecem até mais dramáticos que a própria história central; como se o drama da Angelina fosse o mais fraco entre tudo o que está ocorrendo, o que enfraquece a trama e especialmente o clímax. Há também a tentativa de dar um tom mítico e profundo pra história que não é justificado pelo conteúdo real do filme (os personagens e conflitos são bem superficiais), e isso deixa a produção parecendo desnecessariamente pretensiosa (senti o mesmo em Relatos do Mundo e em A Qualquer Custo, este último também escrito por Taylor Sheridan). Mas os vilões implacáveis e a ação garantem um mínimo de entretenimento pra quem curte o gênero.



Army of the Dead: Invasão em Las Vegas (Army of the Dead / 2021): 4.5

Após uma cena de abertura interessante, o filme rapidamente decai em mais um desses enredos estilo John Wick, onde a cada 5 minutos os personagens se deparam com um novo agrupamento de inimigos e entram em uma batalha sangrenta. É preciso ver um valor intrínseco na violência, em imagens de pessoas dando tiros umas nas outras, sem qualquer contexto dramático, pra realmente se divertir com um filme como este, o que não é bem o meu caso (os anarquistas talvez simpatizem mais com a história, pois um diálogo no meio do filme sugere que esta seria a visão de uma América "livre", mais próxima de seus ideais).



Oxigênio (Oxygène / 2021): 5.0

Não sei se é aquele efeito de quando você compra um carro, que você passa a notá-lo na rua com muito mais frequência, mas desde o texto sobre 1999 parece que todo filme que assisto vira mais um exemplo para aquela discussão. Esse aqui é um suspense de confinamento estilo Enterrado Vivo, porém que se passa num "caixão" mais futurista e cheio de recursos. A protagonista, como de costume, tem dificuldade de distinguir o que é real ou imaginário, e, pra variar, está sofrendo pela morte de um ente querido. Diferente de Passageiro Acidental, cujos personagens mantêm a calma e a racionalidade diante da emergência, a heroína aqui entra em desespero logo que acorda, e passa o filme todo chorando, perdendo o controle, sentindo dor, o que torna ainda mais "agradável" a ideia de ficar 1h30 olhando pra alguém numa câmara criogênica. O filme é bem realizado e tem algumas ideias interessantes enquanto ficção-científica — SPOILER: exceto, claro, a maneira como Liz finalmente consegue o oxigênio no final, uma das soluções mais dignas de um facepalm desde que Leslie Nielsen tropeçou no fio e tirou a bomba da tomada em Corra que a Polícia Vem Aí 2 1/2. Talvez o mais interessante de tudo seja que, ao apresentar essa imagem de uma mulher perdendo a sanidade, trancada num espaço pequeno, sem contato com outros seres humanos, correndo risco de morrer por falta de oxigênio, sua única referência do mundo externo sendo uma tela de computador que oculta informações, e ainda com o governo tentando enfiar agulhas nela o tempo todo, o filme criou a metáfora perfeita para esses anos de pandemia.



A Mulher na Janela (The Woman in the Window / 2021): 6.0

Este é um "6.0" diferente dos debaixo. Em vez de um filme uniformemente razoável, minha nota seria uma média entre alguns pontos excelentes, misturados com alguns problemas fatais. Os pontos positivos estão na produção e na sofisticação do estilo de Joe Wright, sempre talentoso e ousado. O grande problema é que a trama já perde o sustento logo no início, quando tudo no filme (não apenas os eventos da história, mas também a fotografia, a edição, etc.) indica que a protagonista é louca e está imaginando as coisas que vê. Sem um senso mínimo de objetividade, todas as tentativas do filme de engajar através da lógica dos acontecimentos e criar reviravoltas surpreendentes falham, pois a atmosfera de sonho vai contra esse propósito e ativamente pede para o espectador não confiar em nada do que se passa na tela.



Mundo em Caos (Chaos Walking / 2021): 6.0

O conceito das emoções visíveis é interessante, e nas mãos de um roteirista melhor poderia ter sido usado pra uma discussão mais rica sobre o declínio da privacidade no mundo pós-internet, ou quem sabe sobre o declínio da objetividade na cultura atual, etc. No fim, virou apenas um filme de aventura num futuro distópico como tantos outros, simpático até, mas cuja ação poderia ter permanecido basicamente a mesma sem esse artifício, que é (ou deveria ter sido) seu maior diferencial.




Os Pequenos Vestígios (The Little Things / 2021): 6.0

O roteiro tem uma solidez respeitável que talvez se deva ao fato dele ter sido escrito no início dos anos 90, quando os padrões para filmes de suspense (e para o cinema americano em geral) eram mais altos. A semelhança com Seven (1995) acaba prejudicando um pouco, até por criar a expectativa de um final igualmente bombástico e conclusivo, que o filme promete mas acaba não entregando da melhor forma.


segunda-feira, 24 de maio de 2021

Continuo escrevendo, mas...

Algumas pessoas talvez tenham reparado que eu dividi meu canal do YouTube em dois... Coisas mais pessoais foram pra um canal zerado, e os vídeos legendados sobre filosofia ficaram no mesmo canal, mas que agora não leva mais o meu nome. O motivo é que de uns tempos pra cá eu tenho ficado um pouco cansado de política e debates ideológicos... Em vez de me motivar e me aproximar dos meus objetivos, esses conteúdos parecem fazer o oposto e acabam só me desviando dos meus verdadeiros interesses. O YouTube particularmente era uma das coisas que mais me prendiam a esse universo, deixando minha identidade sempre associada a discussões que nada têm a ver com cinema ou entretenimento. Recentemente recebi até um convite pra escrever em um site sobre cultura, mas acabei não aceitando, pois seria algo mais voltado pra esse lado político do cinema, e a essa altura eu já entendi que esse tipo de "ativismo" não é algo que me satisfaz e que eu desejo para o futuro. Aqui no blog é o último lugar onde eu ainda me vejo um pouco nesse papel... Os filmes hoje são tão imbuídos em política que é quase impossível discuti-los honestamente sem entrar em uma discussão mais alarmante sobre o assunto. Mas tenho tentado fazer o exercício de lembrar como as coisas eram no passado, quando o que me motivava primeiramente era uma paixão genuína pelos filmes, e não a necessidade de combater forças negativas da cultura... Meu sonho no fundo sempre foi um dia poder fazer cinema, contar novas histórias, não apenas escrever a respeito. Claro que a cultura mudou tanto nos últimos tempos que esse sonho começou a parecer mais e mais distante, pois o que me encantava no universo do cinema foi deixando de existir. As reflexões aqui do blog foram importantes nesse processo, até pra eu entender melhor o que estava acontecendo. Mas conforme essas questões vão ficando mais bem resolvidas na minha cabeça, eu percebo que vai diminuindo meu interesse em ficar militando a favor ou contra certas causas constantemente.

Quem é do mundo da política, pra mim é quase como quem trabalha com saúde, numa sala de emergência... É um outro mindset, de alguém que tem que lidar com questões básicas de sobrevivência, com o lado mais pesado e grave da vida — coisas que pessoas comuns, num mundo ideal, só precisariam lidar em situações de urgência, quando algo dá errado. Existem pessoas com o temperamento certo pra esse tipo de missão, mas eu no fundo sempre me atraí pelo oposto disso... Costumava dizer que eu sou o tipo de pessoa que pertence ao "último andar do shopping", que normalmente é onde ficam os cinemas, os teatros, restaurantes... as coisas mais leves da vida, em contraste com o térreo e os subsolos, onde ficam supermercados, farmácias, bancos, coisas funcionais, mais ligadas a necessidades de sobrevivência. Pra mim há uma certa incompatibilidade entre o mundo do entretenimento e o mundo da política e das discussões ideológicas. Há espaço, claro, pra temas mais filosóficos e intelectuais no entretenimento — mas não o tipo de debate explícito/polarizador ao qual nos acostumamos nos últimos anos, que afastam a gente do universo leve da arte, e nos trazem de volta para um mindset de sobrevivência (despertam aquelas regiões de "luta e fuga" do cérebro que pra mim deveriam ficar adormecidas num espaço de diversão). Os últimos anos foram extremamente turbulentos, e esse "último andar do shopping" foi praticamente interditado, me forçando a habitar mais os pisos inferiores... Mas não é aí que eu gostaria de ficar pra sempre, ou onde eu me sinto mais em casa. E agora, passada a temporada do Oscar 2021 e o ponto mais crítico da pandemia (que pra mim representaram o fundo do poço tanto pra política quanto pro entretenimento), eu sinto que é um bom momento pra começar a procurar as escadas rolantes. Não tenho planos de mudar muita coisa por aqui... Resolvi postar isso só porque talvez eu entre numa fase onde eu ponha menos energia em assuntos indigestos que vão além do cinema em si.

sábado, 8 de maio de 2021

Cultura geek vs. Idealismo

Estava assistindo à nova animação A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas na Netflix e me ocorreu que seria importante frisar um ponto aqui pra quem acompanha o blog, até porque alguns dos leitores se interessam pelo universo geek, e embora eu sempre seja crítico em relação aos filmes da Marvel, DC, aos novos produtos Star Wars, eu nunca abordei o tema por este ângulo.

Quando falo de Anti-Idealismo e discuto os problemas do entretenimento atual, normalmente enfatizo mais o papel da cultura "woke" nessa história, mas a verdade é que uma boa parte do Anti-Idealismo que vejo nos filmes populares hoje não está claramente ligado a ideologias políticas, e parece estar apenas atendendo às exigências do público — inclusive o público geek.

A cultura geek é um movimento Anti-Idealista em grande parte, assim como o movimento progressista/woke. São grupos com características diferentes, mas que têm alguns objetivos em comum no mundo do entretenimento, então muitas vezes acabam unindo forças e se confundindo. Em alguns aspectos, a cultura geek talvez seja até mais perigosa para o entretenimento do que as influências da cultura woke, por ela dominar mais o cinema comercial, as grandes produções, e portanto atender um público bem maior (sem falar que ela não enfrenta grandes oposições, ao contrário do wokismo que tem muitos críticos). Se você pensar, "cinéfilo" parece ter virado quase que um adjetivo para alguém que, além de filmes, também é fã de games, quadrinhos, frequenta a Comic-Con, de tão dominante que se tornou o movimento. Quando entro em um shopping e vejo aqueles quiosques que vendem camisetas de filmes, objetos customizados, tudo praticamente é sobre o universo geek. Quando procuro canais grandes no YouTube ou influenciadores que falam sobre cinema, os que têm mais seguidores no fundo estão falando de cultura geek. Pessoas que gostam de cinema de fato, num sentido mais fundamental, parecem ter se tornado uma pequena minoria. É como se os espectadores tivessem se dividido em vários grupos com interesses especiais, e o maior desses grupos é formado pelos geeks. Se você quer ganhar prêmios, ter "prestígio", você precisa agradar o público woke, mas se você quer ganhar dinheiro, atrair as massas, você é praticamente obrigado a apelar pra cultura geek atualmente — o que não te impede de incluir temas progressistas nas histórias também, já que esse movimento é meio indefinido politicamente (filmes que combinam as 2 coisas, aliás, parecem se tornar os mais unânimes, como as animações da Pixar ou um caso como Coringa, cujo anti-herói acaba representando os excluídos de todos os campos).

Sempre que você faz críticas a alguma cultura ou grupo é importante esclarecer alguns pontos... Eu não tenho nada contra pessoas introvertidas (inclusive sou uma delas) e nada contra pessoas que gostam de ciência, tecnologia etc. Porém o conceito geek (ou nerd) é uma espécie de pacote que une algumas dessas características neutras a outras características que já não são tão desejáveis, como ser socialmente awkward, ter baixa autoestima, ser visto como um loser, etc. Minhas críticas à cultura geek não são um ataque às qualidades neutras ligadas aos "nerds", e sim à tentativa de romantizar o pacote inteiro, incluindo esses traços negativos.

Em vez de contar histórias com heróis admiráveis, que façam o público querer superar suas limitações, os filmes de hoje querem apenas replicar as fragilidades do espectador na tela; promover aceitação, gerar conforto, um senso de comunidade ao redor de inseguranças em comum, etc. Autoestima é o valor que geralmente falta a quem se junta a essas comunidades — é por isso que, no cinema, desconstruir o conceito de herói e torná-los figuras mais realistas, menos idealizadas, é uma das principais metas não só da cultura geek, mas também da cultura woke.

A predominância dos geeks na cultura popular me parece até uma ramificação ou uma consequência do movimento progressista. Este "empoderamento" dos geeks não teria sido possível nos anos 80/90, por exemplo — ele só faz sentido hoje, em meio às mudanças culturais que ocorreram nos últimos 10–15 anos. Se você observa os filmes mais antigos, nerds eram retratados sempre de maneira meio cômica — como o vilão Dennis Neadry em Jurassic Park, ou o pai de Marty McFly em De Volta para o Futuro (que se torna respeitável apenas no final do filme, onde ele continua sendo escritor, continua sendo fã de ficção-científica e preservando seus interesses, porém deixou de ser um nerd pois se livrou das características negativas associadas ao estereótipo — a insegurança, inadequação, etc.).

Muitos dos problemas do cinema atual que costumo discutir aqui parecem diretamente relacionados à cultura geek. Alguns exemplos:

- A atitude anti-virtude, já mencionada antes: como muito da cola que une a cultura geek tem a ver com inseguranças, inadequações, há sempre uma necessidade de desconstruir os heróis nos filmes, romantizar as fraquezas dos personagens, colocar losers como protagonistas, atores de aparência mais comum — o que vai contra um dos principais pilares do Idealismo (discuto isso mais a fundo nos textos Idealismo Corrompido, O que torna um personagem gostável?, A Invasão Anti-Idealista).

- O desinteresse pela realidade: há uma certa atração nesse universo por tudo aquilo que é altamente artificial, virtual, digital, desconectado da realidade (o que não me surpreenderia se fosse consequência do ponto anterior: já que os geeks mais fragilizados já perderam a esperança de obter um senso de autoestima no mundo real, qualquer outro mundo que não seja o real deve se tornar mais atraente) — e deste fascínio pelo artificial/virtual surgem vários desequilíbrios estéticos, como os excessos de computação gráfica, a fantasia pela fantasia em si, filmes de ação que rejeitam completamente as leis da física, que se parecem cada vez mais com video games, etc.

- O subjetivismo que advém do apelo à tribo: antigamente os filmes americanos buscavam contar histórias de maneira universal para atingir e emocionar o número máximo de espectadores ao redor do mundo. A única forma de fazer isso é apelando para a racionalidade da plateia, que é a única linguagem realmente universal (apelando para valores fundamentais do ser humano — não interesses concretos e locais). Mas agora, os produtores descobriram que eles precisam apenas agradar o público geek pra faturar bilhões de dólares. E pra agradar uma comunidade específica, já conhecida, você não precisa mais contar histórias de forma universal, apelar para valores amplos e se comunicar racionalmente como antes — basta você entender os interesses e necessidades particulares daquela comunidade, naquele momento, e agradar o espectador com base em símbolos, referências internas, "fan service" (mesmo sendo cinéfilo, eu, por exemplo, fico muitas vezes perdido em sessões da Marvel, sem entender por que todo mundo na sala riu ou começou a aplaudir de repente — como se eu fosse um intruso num clube privado onde todos falassem um dialeto próprio).

- Geeks em geral são pessoas mais ligadas à tecnologia, às exatas. Não costumam ser pessoas das artes e das humanas (claro que existem muitas exceções, mas ainda assim, acho que este é um ponto relevante). Antigamente, na indústria cinematográfica, o típico geek habitava mais as salas de pós-produção, cuidava de efeitos especiais etc. — quem comandava o "show" eram as pessoas de maior inclinação artística, afinal cinema não só é uma arte, como ele exige que você tenha sensibilidade para várias artes simultaneamente (e tenha muita sensibilidade emocional/social). Hoje, parece que os geeks estão comandando o show inteiro, dominando inclusive as áreas criativas (veja como A Família Mitchell retrata a típica faculdade de cinema dos dias de hoje no começo do filme, quando a filha telefona para seus futuros colegas de classe) — e como seus interesses são mais focados, limitados a certos assuntos e gêneros, não envolvem uma paixão por toda a profundidade e todo o potencial expressivo do cinema, isso pode explicar a pobreza artística e a monotonia dos filmes de hoje (nesse ponto concordo com as críticas de Scorsese feitas à Marvel).

Mais uma vez — embora eu não ache boa ideia alguém amarrar seu valor próprio a uma "identidade geek", não tenho problema algum com quem queira ser geek em sua vida pessoal. Alguns dos cineastas que mais respeito, que começaram a carreira nos anos 70/80, de certa forma eram os geeks de sua época. Mas em seus filmes, eles tinham uma atitude totalmente diferente da dos geeks de hoje, influenciados pelo progressismo — mesmo o "papa" da cultura geek, George Lucas, não colocou um monte de personagens tímidos pra protagonizar Star Wars, nem moldou a história ao redor de suas inseguranças e inadequações. Ele fez um filme para todo tipo de público, sobre pessoas fortes realizando coisas admiráveis. Meu problema com a cultura geek atual (pelo menos com a cultura geek mais dominante — sei que existe também uma ala mais conservadora dentro do mundo geek, e com esse público eu teria um tipo diferente de divergência) é simplesmente que ela se tornou mais uma das forças Anti-Idealistas que vêm deteriorando o entretenimento nas últimas 2 décadas.