sexta-feira, 4 de março de 2016

The Hunting Ground

Nunca tinha ouvido falar desse problema dos estupros nas universidades americanas e quis ver o filme basicamente por ele ter sido indicado ao Oscar de Melhor Canção, e pela performance impactante da Lady Gaga na cerimônia (que levou aos palcos vários "sobreviventes" de abuso sexual).

O documentário, cuja função deveria ser a de alertar a população sobre um problema grave, conseguiu ser tão ruim na abordagem em termos de jornalismo que em mim teve o efeito oposto: me fez questionar seriamente se os casos apresentados se tratavam de estupros. Em um ou outro relato, fica claro que houve um crime e uma situação real de agressão. Mas essa não é a grande maioria dos casos apresentados (o documentário afirma que em torno de 20% de todas as estudantes são estupradas na faculdade - será que isso soa minimamente realista??). Em geral, as vítimas no filme parecem meninas pouco atraentes, que foram a festas de fraternidades (dessas que aparecem em filmes pornôs e onde todos sabem que o sexo rola solto), beberam, foram voluntariamente pro quarto com algum astro do time de futebol, e daí sim dizem ter sido "estupradas". Em um dos casos, o "estuprador" inclusive deu carona pra menina de volta pra casa em sua moto depois da "agressão", e só depois disso ela parece ter concluído que havia sido estuprada.

E a grande culpa de tudo é de quem? Dos homens, do capitalismo e da "ganância" obviamente. Afinal, há bilhões de dólares em jogo e as universidades não podem colocar em risco suas reputações sendo associadas a casos de violência sexual, portanto elas preferem encobrir tudo, no país inteiro, numa enorme conspiração contra as mulheres...

Pelo documentário, a impressão que fica é que tudo não passa de um circo criado por ativistas, feministas, que na prática acabam prejudicando as vítimas de violência sexual, pois os casos reais de estupro que deviam ser investigados e punidos perdem credibilidade no meio de tanta histeria.

Quem acha que eu estou sendo tendencioso por ser homem, veja essa jovem (aparentemente feminista) dizendo o mesmo sobre o filme:
https://www.youtube.com/watch?v=5uTqR-PUf4Y

The Hunting Ground / EUA / 2015 / Kirby Dick

NOTA: 3.0

11 comentários:

Anônimo disse...

Se não me engano, os democratas nos estados unidos queriam aprovar uma lei onde perante a acusação de estupro, o acusado seria preso sem necessária apresentação de provas. Obviamente não funcionou, mas a lei chegou a circular bastante no Brasil também.

Bastava a menina dizer que você é estuprador e a prisão acontecia, sem nem fazerem exames.

Caio Amaral disse...

Q absurdo... os caras vão começar a pedir pras garotas assinarem uma declaração antes do sexo, rs.

Anônimo disse...

Sei que não tem nada a ver com o assunto, mas você que morou nos EUA e conhece bem lá, acha que o povo pode eleger Donald Trump após ter elegido Barack Obama. E você acha que caso ele seja eleito, vai ter um impacto forte aqui no Brasil?

Caio Amaral disse...

Oi.. eu morei nos EUA em 2001 e 2002.. a cultura mudou tanto de lá pra cá que já não tenho mais essa visão de "insider".. pelo visto tanto Trump quanto Hillary quanto Sanders têm chances.. acho as 3 opções ruins, todas distanciam os EUA de seus princípios... Dos 3 acho que a Hillary é a menos pior e a mais provável que ganhe.. seria meio que continuar como as coisas como já estão.. sem radicalizar pro socialismo ou pro fascismo...

Anônimo disse...

Aparentemente, a próxima disputa eleitoral americana será entre Trump e Hillary Clinton, Isso se os líderes republicanos não inventarem de jeito de mudar as regras ou tumultuar a convenção do partdo, para impor um outro candidato ao gosto deles. Circulam rumores de que os chefes do partido pretendem algo assim, o que seria um desastre no mínimo tão grande quanto a própria candidatura de Trump.

Averdade é que as lideranças de ambos os partidos estão desacreditadas, e é por isso que um outsider como Trump está fazendo sucesso, desmoralizando todos os sabichões da mídia que até muito pouco tempo afirmavam categoricamente que Jeb Bush seria o candidato republicano.

A sociedade americana mudou muito nos últimos anos, por uma série de fatores, o aumento da população pobre por causa da migração e da transferência de indústrias para o exterior, o aumento da parcela da população de baixa renda dependente de serviços assistenciais públicos (o Walmart, hoje o maior empregador americano, providencia para que todos seus empregados se escrevam para todos os benefícios públcos pagos em suas cidades; ao mesmo tempo paga geralmente salários abaixo da linha de pobreza).

Sob certos aspectos, a eleição caminha para se tornar uma divisão da sociedade americana por etnia e por genero, com Trump colhendo um eleitorado predominantemente branco e do sexo masculino (que geralmente vota nos republicanos) e Hillary Clinton recebendo os votos de minorias etnicas, principalmente dos negros,e de mulheres, embora ela esteja tendo problemas com as mulheres mais jovens, que preferem Sanders. As feministas da velha guarda querem quase obrigar todas as mulheres a votar em Clinton, com maus resultados. Recentemente, Madeleine Albright disse que há um lugar especial no inferno para mulheres que não apoiam uma às outras (no entanto, ela mesma não disse nada para defender Sarah Palin do escárnio da mídia), e Gloria Steinem disse que as mulheres jovens só apoiam Sanders por causa dos rapazes que vão aos comícios deles.
Parece que a diferença entre Sandres e Clinton é que ele pende para um esquerdismo econômico, enquanto Clinto defende um esquerdismo cultural, se apresentando como a candidata das minorias étnicas, dos direitos LGBT, e do empoderamento feminino, pelo menos o delsa. Como é certo que Sanders irá apoia-la ao fim das primárias, na prática não deverá haver muita diferença, pois presumivelmente Clinton irá adotar algum toque esquerdista para atrair eleitores. Ela tem uma alta taxa de rejeiçãoe dificuldade enorme de atrair eleitores para votar, e o comparecimento geral das primárias democratas tem sido inferior ao dos republicanos.

Caio Amaral disse...

Valeu pela análise! Eu acompanho política de certa distância então meus palpites são de leigo. Ouvi dizer que há a possibilidade de surgir um candidato independente concorrendo contra os republicanos e os democratas... como o Michael Bloomberg... não sei qual a probabilidade disso acontecer...

Anônimo disse...

Bloomberg anunciou que não vai concorrer, e atacou Trump.
Normalmente as candidaturas independentes nos Estados Unidos só servem para atrapalhar outros candidatos. Há quem culpe Ralph Nader pela derrota de Al Gore em 2000,e Ross Perot pela não reeleição de Bush em 1992.

Caio Amaral disse...

Li mesmo que ele desistiu.. Pena, parecia uma opção melhor..

Anônimo disse...

Talvez porque ninguém pode assumir o papel de palmatória do mundo impunemente, agora está vindo à tona o "hunting ground" da própria Hollywood, com a queda em desgraça de Harvey Weinstein. Ele sempre foi uma figura polêmica e detestada por boa parte da mídia, pelo menos desde as premiações de "O Paciente Inglês" e principalmente "Shakespeare Apaixonado", que cometeu o 'crime' de derrotar "O Resgate do Soldado Ryan", mas a partir do caso dele um monte de coisas de que sempre se soube começam a vir a público, e muitas reputações e carreiras serão destruídas.

Caio Amaral disse...

Pois é.. o grande problema é que as pessoas não sabem diferenciar um criminoso de alguém que simplesmente tem uma personalidade abusiva, inconveniente, um caráter duvidoso, mas que não está de fato agredindo, usando força contra alguém.. Não sei qual o caso do Weinstein, pelo que ouvi parece que chegou sim a rolar estupro.. mas vai saber.. Mas daí quando sai qualquer notícia de um suposto assédio, as pessoas reagem com a mesma intensidade que teriam se fosse um caso de estupro de fato, um assassinato... A pessoa vira uma espécie de monstro... É como se elas estivessem loucas pra demonizar qualquer figura de sucesso... ter um judas pra malhar, etc.

Anônimo disse...

A coisa em Hollywood está realmente séria, depois da derrocada de Weinstein, veio a de Kevin Spacey e agora a de John Lasseter, que se afastou da Disney/Pixar em face de acusações de comportamento inconveniente, de beijar ou abraçar mulheres sem permissão, apalpa-las ou fazer comentários sobre sua anatomia.
A ver como isso repercutirá na produção cinematográfica.