terça-feira, 8 de julho de 2008

WALL-E

Fiquei de queixo caído a maior parte do filme. É provavelmente a animação 3D mais sofisticada já feita, com roteiro/direção/fotografia/trilha de um filme de 1ª. Ainda assim tive algumas queixas. A primeira é que eles roubaram muitas coisas de "E.T." - o robô tem o mesmo formato, a mesma voz, a mesma personalidade; os temas do filme são parecidos, a música, a sequência inicial do robô sozinho no planeta, tem a plantinha que é outro símbolo em comum, a cena em que eles pintam o robô de mulher (há uma igual em "E.T."), o tema de "volta pra casa"... Enfim... Pelo menos roubaram do melhor, o que já é um avanço. A outra queixa é mais problemática... Tem a ver com o desenvolvimento do roteiro na segunda metade. O tema romântico fica um pouco abandonado. O personagem da Eve perde parte do interesse, sendo que foi justamente a aparição dela que motivou a história e fisgou a platéia. Ela começa fechada, violenta, misteriosa, até que literalmente se fecha e "desliga". WALL-E se apaixona e a gente fica imediatamente fascinado pela possibilidade de um romance... O obstáculo parece tão grande! Como será que ele irá conquistá-la? É uma situação é envolvente, mas daí acho que o filme procura uma saída fácil e frustrante... A robozinha vai simplesmente conhecendo melhor WALL-E e se encantando, e logo os dois estão voando felizes e dando as mãos. Uma resolução que levasse em conta a enorme diferença entre os dois e justificasse essa aproximação seria bem mais satisfatória. Enfim, estou falando mal, mas na verdade o filme é ótimo. Se além de tudo não tivesse esses defeitos, seria certamente um novo clássico do cinema.

WALL-E (EUA, 2008, Andrew Stanton)

NOTA: 8.5

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